ARQUITETURA BRASILEIRA PÓS DITADURA MILITAR BOTTI RUBIN EDIFICIO LANDMARK
Por: katitar • 25/4/2019 • Artigo • 2.744 Palavras (11 Páginas) • 385 Visualizações
ARQUITETURA BRASILEIRA PÓS DITADURA MILITAR BOTTI RUBIN EDIFICIO LANDMARK
Douglas Matiazzi Aguiar¹, Isabella Ferreira Toschi¹, Karina Pinheiro Dos Santos¹, Korina Aparecida Teixeira Ferreira Da Costa²
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¹Docentes da Universidade Do Oeste Paulista – Unoeste /Presidente Prudente-Sp
²Discente Prof. Mestre. Arqª da Universidade Do Oeste Paulista – Unoeste /Presidente Prudente-Sp
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma relação contextual entre momento político e arquitetura nacional, com consequências muito evidentes até hoje, essa análise é feita com base de reflexões de diversos intelectuais presentes no meio da comunidade brasileira de arquitetos e urbanistas, a partir disso, é feito uma análise minunciosa sobre o trabalho de Botti e Rubin, importantes arquitetos que passaram por esse momento em atividade, relacionando algumas de suas obras icônicas e fazendo o detalhamento na análise de uma delas, o Edifício Landmark, em São Paulo. O detalhamento da obra em estudo se da por meio da relação entre forma, função e estrutura que será apresentado nos capítulos referentes.
Palavras-chave: Botti Rubin, Escola Paulista, Ditadura Militar, Arquitetura Brasileira
1 INTRODUÇÃO
O objetivo do trabalho é compreender a obra do arquiteto e o contexto em que ela foi criada. Entender as características, partido e conceito arquitetônicos e verificar se a arquitetura teve mudanças ao longo do tempo.
2 METODOLOGIA
O trabalho foi elaborado através de pesquisas em sites da internet, que foram capazes de auxiliar na obtenção de textos explicativos sobre o tema proposto para o trabalho e imagens para composição do slide e do artigo. As informações foram selecionadas de acordo com o nível de relevância, para que o trabalho tenha clareza e objetividade.
3 RESULTADO
Segundo FICHER, a ditadura resultou em um congelamento nacional na arquitetura moderna, baseada nos preceitos funcionalistas até se transformar no formalismo que teve seu auge oficializado na construção de Brasília. Com a tomada do poder pelos militares, a arquitetura passou a ser vista como esquerdista, então, criticar o modernismo presente no contexto da época eram atitudes de direita. Com isso, houve por parte da arquitetura uma intensificação no apego ao modernismo, entretanto, quando a ditadura começou a enfraquecer no país, o contexto internacional já tinha mudado bastante, a arquitetura passava por um momento pós modernismo e o Brasil estava atrasado em relação a isso. Esse atraso ajuda a entender a dificuldade dos arquitetos brasileiros em abrir mão do modernismo até hoje.
Para ROSSI, o movimento moderno presente no contexto brasileiro na primeira metade do século XX é considerado o momento áureo da arquitetura brasileira, entretanto, com o golpe de 1964, os arquitetos passaram a ser caracterizados como pessoas de esquerda, contrários ao regime que havia tomado poder no país, com isso, houve uma defasagem na evolução projetual da construção nacional e os engenheiros passaram a ser mais valorizados por não serem vistos como de esquerda, dessa forma, o caráter criativo passou a ser menos empregado nos projetos e passou-se a ter prioridade na parte de execução e técnica. Nesse período ditatorial a engenharia chefiavam a maioria das obras realizadas e só após o regime militar que voltou a evolução da arquitetura nacional.
O regime militar foi caracterizado pela perseguição de intelectuais de esquerda, aonde muitos arquitetos do Brasil se enquadravam (Niemeyer, Artigas, Paulo Mendes, etc...), entretanto, arquitetos que atuavam no mercado obtiveram espaço para realização de algumas obras de importância nacional, de qualquer forma, desde a década de 60 até hoje está ruim em relação a evolução crítica da arquitetura devido a esse panorama político ter contribuido para o atraso do país em relação a revisão pós moderna que já havia ocorrido em grande parte do contexto internacional, essa defasagem junto ao marco que a arquitetura moderna brasileira tem na arquitetura internacional contribuem até hoje para esse congelamento do pensamento modernista e torna lento e difícil a inclusão dos movimentos internacionais procedentes dentro da produção arquitetônica do país (PADOVANO).
Já DIÓGENES pontua que o período da ditadura militar no Brasil acarretou em uma crise intelectual na arquitetura, isso foi causado pela perseguição de qualquer classe ou pessoa que se colocava como contrário ao regime vigente, essa perseguição acabou gerando uma diminuição de revistas de arquitetura, congressos e debates. Quanto a questão de obras em execução não houve muita diferença, porém, a visão internacional que antes enxergava o Brasil como um dos principais expoentes arquitetônicos mundiais (por conta do movimento moderno), passou a ter a concepção de um país com defasagem em relação ao contexto internacional. Também houve um crescimento de obras fora do eixo Rio-São Paulo, por conta do deslocamento dos arquitetos para outros lugares do país.
A figura e citação direta a seguir confirma o quanto a classe dos arquitetos foi incisiva na militância contra o governo ditatorial militar.
FIGURA: PASSEATA EM PROL DAS ELEIÇÕES DIRETAS (RJ)
[pic 1]
Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.022/799
“O arquiteto não é um apêndice de uma máquina constrangedora e terrível. Ao contrário, abe-lhe ajudar a dominar, a submeter a estrutura impositiva que transforma o homem em coisa, em vítima de sua própria criatura.” (Vilanova Artigas, techo do paraninfo da turma de 1964 da FAU)
4 DISCUSSÃO
A Botti Rubin é um escritório localizado em São Paulo - SP, dirigido pelos arquitetos Alberto Botti e Marc Rubin. A sua fundação se deu em 1955, e é considerado o mais antigo escritório em atividade dirigido pelos mesmos sócios fundadores.
Os projetos executados pelo escritório são edifícios residenciais, hospitalares, centros empresariais, shoppings, grandes complexos multiuso como o Centro Empresarial Nações Unidas entre outros.
O arquiteto Alberto Rubens Botti nasceu em 1931 em Santos, formou-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie, em São Paulo e fez estágio com Oswaldo Bratke. Foi presidente do IAB-SP entre 1964 e 1965 e também presidente do AsBEA no período de 1973 a 1974. O sócio e arquiteto Marc Boris Rubin nasceu em Paris em 1931, estudou no Mackenzie e fez estágio com Charles Bosworth e Rino Levi.
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