ARQUITETURA COLONIAL
Por: tatyhpm02 • 16/3/2019 • Seminário • 1.298 Palavras (6 Páginas) • 288 Visualizações
ARQUITETURA COLONIAL
TATIANA MATHILDE FERNANDO
RESUMO
Com a crescente disponibilização de documentos visuais de Arquitetura, especialmente do período do Brasil colonial, esse artigo tem como objetivo propor aos historiadores um conjunto de procedimentos para explorar os valores artísticos e técnicos desses importantes registros documentais.
PALAVRAS-CHAVE: Arquitetura Colonial, Lote Urbano Colonial, Técnicas Construtivas do Período Colonial
INTRODUÇÃO
Em[a] termos históricos, considera-se que o período colonial brasileiro a arquitetura encontrada em tal período possui características europeias, quase totalmente portuguesas. É evidente que mesmo Portugal trouxe à colônia traços de outras influências. Porém, o que é indiscutível é a importância do legado arquitetônico colonial brasileiro, encontrado principalmente no Nordeste e Sudeste do país, e especialmente ao longo do litoral. Durante o período colonial, a arquitetura residencial urbana estava baseada em um tipo de lote com características bastante definidas.
Aproveitando antigas tradições portuguesas, com residências construídas sobre o alinhamento das vias públicas e sobre os limites laterais dos terrenos.
1. ARQUITETURA COLONIAL
O período colonial brasileiro vai de 1500 até 1822. A arquitetura encontrada nessa fase possui características, quase totalmente portuguesas.
As marcas estilísticas são as mais ricas, adotando materiais locais, conforme as possibilidades socioeconômicas de cada lugar. Os colonizadores construíram edifícios e espaços com traços arquitetônicos medievais, renascentistas, maneiristas, barrocos, rococós e neoclássicos. Embora cada estilo tenha uma estética própria, no Brasil a transição entre os estilos se realizou de maneira progressiva ao longo dos séculos e a classificação dos períodos e estilos artísticos do Brasil colonial é motivo de debates inacabados entre estudiosos da arte e da arquitetura.
Comerciantes e corsários de vários países, sobretudo os franceses, interessavam-se pelas terras brasileiras. Por causa desses fatores o governo português deu início a ocupação da costa brasileira através da fundação de povoados, vilas e cidades e a colonização se fez com o estabelecimento de uma economia monocultora, sendo baseado no trabalho escravo, que a mesma procurou atender aos interesses do mercado europeu.
A importância do legado arquitetônico e artístico colonial no Brasil é atestada pelos conjuntos e monumentos desta origem que foram declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO. Os centros históricos de Salvador, ouro Preto, Olinda, Diamantina, São Luís do Maranhão, Goiás Velho, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas do Campo e as ruínas das Missões Jesuíticas Guarani em São Miguel das Missões.
A atividade arquitetônica no Brasil colonial começa a partir da década de 1530, quando a colonização ganha impulso com a criação das Capitanias Hereditárias e a fundação das primeiras vilas.
Outras cidades fundadas no século XVI, como Olinda (1535) e o Rio de Janeiro (1565), caracterizam-se por terem sido fundadas perto do mar mas sobre elevações do terreno, dividindo-se o povoamento em uma cidade alta e uma cidade baixa. De maneira geral a cidade alta abrigava a parte habitacional e administrativa e a parte baixa as áreas comercial e portuária. Essa disposição obedeceu a considerações de defesa, uma vez que nos primeiros tempos os assentamentos coloniais corriam constante risco de ataques de indígenas e europeus de outras nações. De fato, os primeiros povoados fundados pelos portugueses contavam com muros, paliçadas, baluartes e portas que controlavam o acesso ao interior.
A religião católica fazia parte do cotidiano europeu, e foi, portanto, trazida até o Brasil pelas missões jesuítas. Com ela vieram as edificações religiosas barrocas (igrejas, mosteiros, colégios e conventos) localizadas em locais altos, recebendo destaque na paisagem urbana. Esta relação privilegiada entre topografia e igrejas também é marcante especialmente Ouro Preto e no Santuário de Congonhas. Nesta última a igreja de peregrinação se encontra no alto de um morro, precedido por um conjunto de capelas com a via sacra e uma escadaria decorada com estátuas de profetas.
Fotografia 1: Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, um dos templos mais importantes de Ouro Preto característico da segunda fase do barroco mineiro, 1727
[pic 1]
Fonte: http://www.cidadeshistoricas.art.br/?s=ouro+preto+#conteudo
Fotografia 2: Santuário de Bom Jesus de Matosinhos – Congonhas (MG), características barrocas, 1790.
[pic 2]
Fonte: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/46
2. LOTE URBANO COLONIAL
Pode-se afirmar que durante o período colonial a arquitetura colonial urbana estava baseada em um tipo de lote com características definidas, aproveitando antigas tradições urbanísticas de Portugal.
Durante o período colonial, a arquitetura residencial urbana estava baseada em um tipo de lote com características bastante definidas.
Aproveitando antigas tradições portuguesas, com residências construídas sobre o alinhamento das vias públicas e sobre os limites laterais dos terrenos.
Não havia meio-termo; as casas eram urbanas ou rurais. Não se concebiam casas urbanas recuadas e com jardim. Os jardins são complementos relativamente recentes, introduzidos nas residências brasileiras somente no século XIX.
Mesmo os palácios dos governadores, na Bahia, Rio de Janeiro e Belém, eram construídos no alinhamento das vias públicas.
Este esquema envolvia a própria ideia que se fazia de via pública. Numa época em que as ruas ainda não tinham calçamento, nem havia passeios – recursos mais recentes de definição e aperfeiçoamento do tráfego – não seria possível pensar em ruas sem prédios. As ruas eram o traço de união entre conjuntos de prédios e por eles era definida espacialmente. Nesta época eram ainda desconhecidos os equipamentos de precisão de topografia e os traçados das ruas eram feitos por meio de cordas e estacas. Não poderiam ser mantidos por muito tempo se não fossem feitas edificações.
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