AS GRANDES QUESTÕES POLÍTICAS E ÉTICAS ENTRE OS TEÓRICOS DA ARQUITETURA
Por: Cascio Raposo • 2/9/2020 • Resenha • 518 Palavras (3 Páginas) • 214 Visualizações
RESUMO
Texto: KATE NESBITT
Páginas: 70-85
A crítica urbana pós-moderna espelhou-se na discussão de grandes questões políticas e éticas entre os teóricos da arquitetura. No centro do debate esta o problema de que tipo de papel a arquitetura, como disciplina, deve desempenhar na sociedade, neste caso o papel social que é tratado do ponto de vista da possibilidade e da qualidade moral de uma posição autônoma. Essa posição pode ser do criador da obra ou a de um observador ou intérprete. O objetivo arquitetônico que dela resulta geralmente é abstrato e de natureza não representacional, já o trabalho autônomo da arte orienta-se por uma estrutura inerente, não pela maneira como é recebido. Somente assim a função critica poderá resistir por mais tempo.
A arquitetura, por natureza, está socialmente enraizada e sua experiencia vem do hábito, e não de uma escolha deliberada. Com isso a arquitetura tem de comunicar e o arquiteto deve ter conhecimento dos valores contidos no conteúdo da comunicação. Para esse fim, os editores postulam um retorno ao estudo da ética, que discute o que é apropriado e, como determinamos essa apropriação. Tal a sua definição de ética, da qual se trata dos estudos dos problemas e juízos morais que constituem as bases da conduta em sociedade. Ela responsabiliza a falta de sentimento comunitário no mundo contemporâneo pela influência poderosa do individualismo.
O Código de Ética e Conduta Profissional da AIA (1993) é importante para a questão do consenso. Ele estipula para seus membros um conjunto fracionado de recomendações de conduta, que todos se comprometem a acatar, dentre eles, o cuidado com o impacto social e ambiental das atividades da arquitetura. Dentro do impacto ambiental destaca-se o movimento da “arquitetura verde” que defende a necessidade de uma ética ambiental da construção. Essa teoria recente pretende instituir uma declaração menos antagônica com a natureza, propondo resistir ao espraiamento urbano pela elaboração de projetos de construção de alta densidade e pelo emprego de materiais renováveis, não poluentes e recicláveis. O ambientalismo exprime uma crítica tanto a arquitetura moderna como as condições materiais da modernidade. A compreensão de que a natureza não é mutável requer uma atitude de integração e comprometimento com a renovação da terra e de seus sistemas de vida. Desta forma temos o corpo e a natureza, dois sistemas orgânicos, ambos mantiveram uma relação antagônica com o modernismo, principalmente se baseando nas proporções de escala humana. Neste contexto, o homem é uma função discursiva em meio a linguagens prévias e complexas.
O tratamento modernista do corpo suscitou diferentes reações pós-modernas. A obra historicista de Graves constitui um comentário acerca da perda de significado que resultou da morte do ideal humanista de antropocentrismo. Outros teóricos que o rejeitaram pretendem estabelecer uma compreensão pós-estruturalista das relações entre o corpo e o ambiente físico. Com isto, a despeito de seus aspectos confusos, há muitas razões para se estudar a teoria pós-moderna. Os escritos do período entre 1965 e 1995 abrangem um rico conjunto de temas arquitetônicos emoldurados por fascinantes paradigmas teóricos. Eles por certo ajudam a iluminar a heterogênea produção arquitetônica dos últimos trinta anos e a explicar sua relação com a arquitetura moderna.
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