Analise Rio Poty Hotel - Teresina
Por: Weslley Sampaio • 1/6/2016 • Trabalho acadêmico • 2.321 Palavras (10 Páginas) • 1.124 Visualizações
NTRODUÇÃO
A arquitetura moderna em Teresina começa a aparecer, com certo atraso, na década de 60,
tendo como período de maior efervescência a década de 70 com a chegada de arquitetos
formados em Recife, trazendo com eles a influência do modernismo da “Escola de Recife”.
Data desse mesmo período o crescimento demográfico acelerado da cidade e o início de seu
processo de verticalização. Obras estruturantes surgem nessa época, como a abertura de
importantes avenidas (Av. Marechal Castelo Branco e Barão de Castelo Branco), que ajudaram a tornar a região onde hoje é o bairro Ilhotas um local propício ao crescimento da cidade.
É nesse contexto que o arquiteto Ricardo Roque é chamado pela família Tajra para projetar o
hotel em uma região privilegiada, na Av. Marechal Castelo Branco de frente para o rio Poti. O hotel Rio Poty é um dos primeiros no processo de verticalização dessa região, e a partir dele atraiu a construção diversos empreendimentos verticais na sua proximidade.
O projeto é proposto com dois pontos que o diferencia dos demais e o marcam: sua
volumetria e estilo arquitetônico, que serão analisados nos itens seguintes; e a existência de 11 salas para eventos coorporativos e sociais, com áreas amplas interna-externamente tornando-o maior centro de convenções do Piauí.
A possibilidade de aliar a realização de diversos tipos de eventos à hospedagem é o principal
ponto do programa de necessidades do hotel e é que fez do Rio Poty um hotel bem sucedido, já que o turismo de Teresina é considerado empresarial, devido à ausência de praias e a sua centralidade em relação à região Nordeste do país.
Atualmente, após leilão pela Justiça em 2011, o Hotel Rio Poty pertence à rede hoteleira Blue
Tree Hotels, que realizaram algumas alterações no projeto original, como o aumento de circulações verticais para evitar choque entre os fluxos, sendo a mais evidente a mudança do acesso principal da fachada oeste para fachada leste.
Rio Poty foi o hotel escolhido para este estudo de caso por ser um dos melhores hotéis do
estado, com infra-estrutura irreverente para sua época de construção, tanto do ponto de vista dos serviços oferecidos, a realização de eventos coorporativos, tornando-o “hotel de convenções”; quanto da sua volumetria moderna, com características do Brutalismo - em seus grandes pilares em concreto aparente. O prédio com mais de 30 anos é patrimônio histórico da cidade e atravessa o tempo atendendo muito bem ao que foi proposto. Sua localização foi outro importante motivo para essa escolha, a possibilidade de observar o prédio e a proximidade que se tem com ele como
paisagem já configurada na memória da cidade é um importante ponto, sendo possível neste
trabalho verificar com olhar mais profissional e crítico esse projeto arquitetônico.
SITUAÇÃO / LOCAÇÃO
A imagem abaixo evidencia em vermelho o terreno para o qual fora projetado o hotel, em uma zona essencialmente residencial de ótima localização, próxima aos principais pontos da cidade, como aeroporto, centro, shoppins centers e centro de convenções. Em destaque na cor amarelo estão umas das mais importantes avenidas da cidade, que estãopróximas da edificação e são as principais vias de acesso ao hotel. São elas as avenidas Frei Serafim, Miguel Rosa, Higino Cunha e Marechal Castelo Branco, formando uma poligonal dentro da qual se encontra o terreno.
As ruas que delimitam o terreno são: Taumaturgo de Azevedo (Norte), Marechal Castelo Branco (Leste), José Olympio de Melo (Sul) e Regeneração (Oeste). A implantação da edificação no terreno é central, porém mais próxima do limite oeste, seus recuos são grandes e foram pensados assim para trabalhar paisagismo, o acesso social originalmente fora projetado para a Rua Regeneração, com estrada marcada por uma marquise em balanço. Atualmente após reforma, o acesso principal é feito pela fachada leste. Há um acesso de serviço pela lateral (fachada norte) para evitar conflito entre o fluxos de funcionários e prestadores de serviço e os hóspedes.
ANÁLISE
ESTRUTURAL
O prédio em si é marcado pela a estrutura toda aparente como opção estética do arquiteto, tanto dos seus característicos pilares, quanto das lajes, sendo possível uma clara leitura de sua estrutura e de quantos pavimentos possui o prédio.
Definido pelo volume, o prédio é configurado de forma que internamente a estrutura cria um grande átrio, que provoca efeito chaminé, levando o ar quente para cima, onde é possível sua saída através dos cobogós situados na parte superior do imenso paredão que fecha a fachada oeste – sendo esta a grande solução climática usada no projeto. Os quartos são escalonados, seguindo a inclinação dos pilares, todos situados a leste, com varanda para o jardim de Burle Marx e o rio Poti, a circulação de acesso a eles é feita internamente em forma de mezanino, de onde se tem a visão do pátio interno do primeiro pavimento, local usado para realização de feiras e congressos, com pé-direito de 20 metros.
Todas as características descritas acima podem ser observadas na imagem abaixo: Seu volume geométrico em forma de trapézio é marcada pelos seus grandes pilares em concreto aparente, característica da inspiração Brutalista usada pelo arquiteto nesse projeto, como já dito anteriormente, que aparecem de forma rítmica em toda a fachada. A planta é toda modulada pela estrutura. Os pilares têm 7,50m de distância entre seus eixos, com a seguinte seção transversal de 2,60m x 0,60m. Alguns materiais usados além do concreto armado são a pastilha cerâmica branca nas fachadas norte e sul e azul no volume
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