Arquitetura eclética no Brasil: O Cenário da modernização
Por: Yara Patriota • 4/7/2017 • Resenha • 953 Palavras (4 Páginas) • 671 Visualizações
REFERÊNCIA DO TEXTO: Arquitetura eclética no Brasil: o cenário da modernização. | ANO: 1993 |
AUTOR: Annateresa Fabris |
IDEIAS CENTRAIS DO TEXTO
1. Francisco Acquarone, que percebe a arquitetura do século XIXalicerçada no abandono do "colonial verdadeiro" em prol de "uma infinidade de casas horríveis", caracterizadas por platibandas ornadas com compoteiras e bolas. (Pag 131) |
2. Na visão de Pevsner, o elemento determinante do ecletismo é o encomendante, em geral novo rico, despido de s:Jualquerlaivo .daquela cultura aristocrática que caracterizara o século anterior. (Pag 131) |
3. Piranesi, consciente da relatividade da fruição artística, propõe outros modelos referenciais que não o romano, mostrando interesse pelos estilos grego, egípcio e etrusco que, combinados entre si, proporcionariam o aparecimento de novos ornamentos e de novas maneiras arquitetônicas. Milizia propõe combinar nas ruínas "edificações antigas e modernas, rústicas e senhoris", Algarotti, por sua vez, aponta modelos possíveis para os cenógrafos nos exemplos romanos, gregos, egípcios e na arte da China, da qual poderiar brotar "inteligentes misturas de hórrido e agradável". (Pag 132) |
4. Walpole pode ser considerado um verdadeiro iniciador da atitude eclética: a partir de 1753, dá vida, em Strawberry Hill, a uma faustosa cenografia, enraízada no gosto pelo estranho e pelo fantástico. (Pag 133) |
5. A relação com o passado de Piranesi, Milizia, Algarotti, a atitude evocativa de Walpole ganham intensidade no século XIX que (...)Jornais, revistas, manuais, enciclopédias, livros ilustrados, a divulgação de imagens e repertórios através de gravuras e fotografias, o crescente interesse pelo romance histórico, o papel do melodrama na constituição de um imaginário pitoresco colocam o homem do século XIXno interior de uma rede de relações', que lhe permite transitar livremente entre passado e presente (...) (Pag 133) |
6. A questão da imitação no século XIX inscreve-se muito mais na vertente da citação sem aspas, da alusão do que naquela da retomada fiel do passado. (Pag. 133) |
7. A volta ao passado não é filológica e sim regrada pelos ritmos da moda, pelos padrões de consumo da produção industrial, cujos materiais são integrados a um léxico arquitetõnico fantasioso (Argan 1974:8). (Pag. 133) |
8. O que a atitude poliestilística do ecletismo denota não é apenas um fato artístico, mas uma nova organização social e cultural, que põe fim a toda e qualquer idéia de unidade para apontar para o múltiplo, o diversificado (...) (Pag 134) |
9. A idéia dominante do século XIX é de que a arquitetura deve ser representativa, de que deve evidenciar através da forma exterior e da estrutura o status de seu ocupante, seja ele o Estado, seja ele o indivíduo particular. (Pag 134) |
10. (...) a questão eclética não é um fato que interessaapenas à história da arquitetura. Diríamos antes que o ecletismo é um fenômeno mais vasto{ que requer uma abordagem interdisciplinar{ na qual se entrecruzem a história das mentalidades e a história da arquitetura com vistas não ao estudo do monumento isolado (...) (Pag 135) |
11. A afirmação do ecletismo no Brasil não implica em conhecimento da tradição anterior e sim o rechaço radical dos vestígios coloniais que persistiam no país apesar do neoclassicismo da Missão Artística Francesa. (Pag. 135) |
12. a arquitetura brasileira do início do século XX destituída de originalidade, interessada tão somente na imitação "de obras de maior ou menor prestígio pertencentes a um passado recente ou longínquo" ou em "meras cópias da moda então em voga na Europa", a exprimirem "um complexo de inferioridade" (Pag. 136) |
13. País mestiço que se sonha branco, país que começa a experimentar o processo industrial e já se crê plenamente moderno, o Brasil de fins do século XIX deseja romper de vez com o estatuto colonial (...) (Pag. 136) |
14. A vontade de ser moderno o todo custo foz aceitar com entusiasmo os produtos de uma indústria que na Europa eram os mais dos vezes disfarçados para não empanarem com seu "mau gosto" o brilho do arquitetura representativo. E o coso dos produtos da arquitetura do ferro que recebem aqui acolhida positiva (...) (Pag. 137) |
15. A fusão de linguagens, tão típico do ecletismo, o interesse acentuado por novos ícones, o ideia de que o arte deve ser mais rico do que o realidade, o importância atribuído 00 virtuosismo e à noção de abundância, os novos ritmos de fruição e consumo derivados do tecnologia industrial (Griseri e Gabetti 1973: 100-102) repercutem também entre nós. Assiste-se nos bairros do classe médio e mesmo em bairros mais populares 00 surgimento de edificações estruturalmente simples, mas marcados por detalhes decorativos (Pag. 139) |
16. Se a arquitetura vernáculo participo do tarefa cosmético tonto quanto os expressões eruditos, não cabe o elo, entretanto, dar conto do ideologia fundamental do século XIX que se manifesto através do monumento. O monumento diz respeito antes de tudo à esfera pública (...) (Pag. 139) |
17. É em função da destinação do edifício, como viemos comprovando, que se definem as tipologias estilísticas mais recorrentes, entre as quais se destacam os modelos neoclássicos em sentido lato (abarcando também o léxico renascentista) para as construções representativas; os modelos pitorescos para os chalés e os quiosques com as variações neogóticas e neo-romônicas para as igrejas (...) (Pag. 140) |
18. Esse mapa indicativo de algumas questões relativas ao ecletismo brasileiro seria incompleto se nele não incluíssemos o capítulo do neocolonial (Pag. 140) |
19. Estamos novamente diante de uma operação de caráter eclético, mas destitu4da de liberdade, que atinge, antes de tudo, uma dimensão decorativa (...) (Pag. 141) |
20. Uma nova geração de arquitetos estava surgindo no cenário nacional e entre eles se destaca Lúcio Costa, a princípio construtor neocolonial ele também (Pag. 142) |
21. (...) põe fim ao capítulo eclético na história da arquitetura brasileira, preparando-a a um novo encontro com a modernidade, marcado desta vez não mais pela história, não mais por um repertório formal, mas pela busca de programas, definidos essencialmente em termos de tecnologia. (Pag. 142) |
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