Conjunto Habitacional Bouça: Breve análise

Conjunto Habitacional da Bouça

O Projeto foi idealizado pelo arquiteto Álvaro Joaquim de Melo Siza, nascido em Matosinhos, em Portugal mesmo. O Conjunto habitacional no bairro da Bouça surgiu como uma resposta a diversas reivindicações populares que ocorreram após a Revolta Militar em 1974, quando o regime salazarista foi derrubado e um novo período democrático foi estabelecido.  Dentro desse novo quadro político, o novo governo provisório começou a desenvolver então, com urgência, políticas públicas que já eram intensamente exigidas pela sociedade ao longo dos anos, em diferentes áreas como saúde, educação ou habitação. Nesse contexto, o programa SAAL surgiu chamado de  "Programa Estadual de Intervenção em Bairros Degradados. O objetivo do programa era responder de forma rápida e eficaz às necessidades habitacionais da população em grande parte do país. Para isso, foram formadas as chamadas "brigadas SAAL", compostas por equipes multidisciplinares compostas por arquitetos, sociólogos, assistentes sociais e juristas, destinadas a servir de apoio técnico para estabelecer estratégias de recuperação para os bairros tradicionais da classe trabalhadora dentro da cidade, com a ajuda de seus próprios habitantes.

Após a consolidação de um governo socialista, o programa SAAL foi desmontado, pois era visto como anárquico e contrário à ideologia das novas políticas de gestão. Isso fez com que as obras parassem de ser construídas até 2004, sendo concluídas em 200, num regime de auto-construção.

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 Arquitetura:

A organização das residências é feita a partir de duas casas de dois andares, formando uma construção de quatro andares. O ambiente social fica no primeiro pavimento de cada casa, composto por sala e cozinha. O segundo é composto pela área íntima, com os dois quartos, o banheiro e o lavabo.

O primeiro pavimento possui um conceito de circulação aberta dos cômodos, tendo um piso contínuo e aberturas nas fachadas que permitem uma ventilação cruzada melhor, tornando o ambiente mais agradável e arejado.

As paredes de sustentação formam vão de 4 metros de largura.

O acabamento sóbrio  do conjunto é um dos elementos que chamam mais atenção, pois combina os tons cinzas das paredes de concreto com os tons avermelhados do metal do corrimão das escadas. A estética do projeto reflete bem o contexto social em que foi construído. O objetivo é claro: ser uma obra simples e cheia de funcionalidade.

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