ED PROJETO URBANO
Por: Deborah Bueno • 11/4/2018 • Abstract • 7.025 Palavras (29 Páginas) • 664 Visualizações
ED PUP
Conteúdo 2:
1) Assinale a alternativa incorreta:
B) A cidade jardim, como alternativa à cidade tradicional, propunha altas densidades populacionais e separação de usos, além de ser rodeada por um cinturão verde.
2) A Carta de Atenas, elaborada por Le Corbusier, preconiza uma concepção de cidade fundamentada em quatro funções urbanas primordiais – habitar, trabalhar, cultivar o corpo e o espírito, circular; conduzindo à criação da “cidade funcionalista”. São características do modelo subjacente à Carta de Atenas e se contrapõem aos traçados urbanos tradicionais:
B) A hierarquização de vias e sua total independência em relação à massa edificada
3) Leia o trecho abaixo, extraído do livro “Análise Urbana”, de Philippe Panerai:
“ Metáfora que faz referência à tecelagem – o produto final – ou à biologia – os tecidos ósseos -, a expressão “tecido urbano” acarreta um duplo enfoque. Por um lado, uma visão local que “esquece” momentaneamente a estruturação do conjunto, o arcabouço, o esqueleto, para se interessar pelo seu preenchimento, pela sua substância. Por outro, uma organização que apresenta, ao mesmo tempo, uma forte solidariedade entre seus elementos e uma capacidade de se adaptar, de se modificar, de se transformar. Aplicado à cidade, o termo “tecido” evoca a continuidade e a renovação, a permanência e a variação. Ele explica a constituição das cidades antigas e responde às questões levantadas pelo estudo das urbanizações recentes. Ele pressupõe uma atenção tanto ao banal quanto ao excepcional, tanto às ruas comuns e às edificações corriqueiras quanto às regulamentações a aos monumentos”. (PANERAI, Philippe. Análise urbana. Brasília, UnB, 2006. P. 77)
Os tecidos urbanos, descritos no trecho acima, são constituídos pelo interrelacionamento de três conjuntos, de caráter distinto, que são:
E) a rede de vias, os parcelamentos fundiários e as edificações
4) Leia o trecho abaixo, extraído do livro “Análise Urbana”, de Philippe Panerai:
“... a “Carta de Atenas” é constituída de versículos – cada um com um número e seguido de uma explicação breve. Muitos deles dizem respeito, diretamente ou não, ao tecido urbano, como o número 27: “O alinhamento das habitações ao longo das vias de comunicação deve ser proibido”. E, de fato, a “Carta de Atenas” consagra teoricamente a dissolução do tecido urbano, a perda de coesão entre suas partes, a autonomia do edifício e do sistema viário. (...) A produção urbanística modernista não tem a homogeneidade reivindicada pelos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna (CIAM), e a aplicação de seus princípios ocorreu conforme o país e em diferentes escalas. Se nos restringirmos à definição proposta no início deste capítulo, a análise permite identificar tecidos urbanos modernos nos quais as relações entre esses três conjuntos apresentam traços característicos. Quase sempre encontraremos grandes diferenças em relação a tecidos antigos, porém é preciso lembrar que estes últimos não constituem um conjunto homogêneo”. (PANERAI, Philippe.Análise urbana. Brasília, UnB, 2006. p. 97)
Tendo em vista a discussão sobre as cidades modernas que foi apresentada no texto, quais seriam as características do tecido urbano das cidades modernistas, que o diferenciam dos tecidos urbanos tradicionais?
D) a supressão dos lotes faz com que a composição arquitetônica estabeleça as características do tecido urbano
5) O livro “Cidades jardins de Amanhã”, de autoria de Ebenezer Howard, foi publicado na Inglaterra no ano de 1902. No texto, Howard apresentou a proposta das cidades-jardim, nas quais pretendia reunir as vantagens da cidade às do campo.
Letchworth foi uma destas cidades, construída na Inglaterra. Uma breve descrição de suas características foi apresentada no texto “Cidades jardins, a busca do equilíbrio social e ambiental 1898-1998”, publicado como parte das atividades da 3ª. Bienal Internacional de Arquitetura, realizada em São Paulo no ano de 1997.
Leia um trecho desse texto, transcrito a seguir:
“O livro de Ebenezer Howard apresenta, em 1898, caminhos para a solução das graves contradições evidentes no inexorável crescimento de Londres e suas miseráveis e assustadoras periferias. É uma perspectiva promissora, lastreada em pragmático estudo de custos e benefícios. Em 1899 Howard percorre o país fazendo conferências e funda a Associação das Cidades Jardins. Em 1902, foi organizada a Companhia da Cidade Jardim de Letchworth, que conta, em 1913, com 8.500 habitantes, ultrapassando os 30.000 programados em 1949. Os arquitetos que projetam a cidade, Raymond Unwin e Barry Parker, tornam-se conhecidos entre nós pelo projeto, em 1919, do Jardim América em São Paulo. Para a pioneira Letchworth, propõem um desenho informal das ruas, com casas formando blocos isolados entre si, recuados do alinhamento do terreno, com jardins fronteiriços, passeios com grama, arbustos e árvores. O conjunto é controlado por normas rigorosas, e são zoneados os diversos usos (residenciais, industriais e comerciais), a fim de que a vegetação permeie toda a cidade e venha a se ligar ao cinturão verde rural que a contorna, unificando espaços públicos e privados, sempre tomando a escala humana como referencial. Ao mesmo tempo se obtém grande qualidade técnico-construtiva, propiciando maior área por habitação e preço acessível ao operário. A cidade torna-se referencial atraindo inúmeros estudiosos de todo o mundo”.
Os conceitos e descrições apresentados indicam que:
B) a proposta de Howard tinha como objetivo solucionar o problema do crescimento excessivo das cidades inglesas pós-revolução industrial
6) Leia o trecho abaixo, extraído do livro “Análise Urbana”, de Philippe Panerai:
“Até bem pouco tempo, o traçado das vias correspondia ao mapa da cidade u do bairro. O conjunto do sistema viário constituía o espaço público, enquanto, opondo-se totalmente a ele, os terrenos disponíveis para edificação eram quase sempre privados. A distinção entre espaço público e terrenos privados pertence ao campo do direito. Ela toma, segundo as culturas e as épocas, formas jurídicas diferentes que não estão isentas de ter consequências nas disposições concretas. O conhecimento, mesmo que sumário, do contexto jurídico evitará extrapolações prematuras ou enfoques superficiais. No caso do direito francês – herdeiro, como tantos outros, do direito romano -, a via pública pertence à coletividade, ela é – salvo exceção – acessível a todos e a qualquer momento. Ela não se confunde com os prédios públicos (instituições ou equipamentos), nem com as edificações abertas ao público ou que o acolhem (os comércios, por exemplo), os quais são, ainda que locais públicos, propriedades privadas, e simplesmente abertos em certas condições ao acesso geral. O espaço público compreende a totalidade das vias, ruas e vielas, bulevares e avenidas, largos e praças, passeios e esplanadas, cais e pontes, mas também rios e canais, margens e praias. Esse conjunto organiza-se em rede a fim de permitir a distribuição e a circulação”.
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