Edifício Ouro Preto - Franz Heep
Por: Giuliana Nistico • 19/9/2016 • Projeto de pesquisa • 585 Palavras (3 Páginas) • 590 Visualizações
Idealizado em 1954 e entregue em 1957 está situado em um terreno trapezoidal de 560 m² com 2 vias, (fachada principal para a Av. São Luís e a dos fundos para a Rua Basílio de Gama - Centro), assim o arquiteto resolveu criar sua planta em “H”, com acesso para ambas as vias.
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Em cada detalhe da obra podemos notar características comuns nos projetos de Heep: a influência parisiense; a divisão entre base (térreo), fuste (corpo do edifício) e o capitel ( que no Ouro Preto se apresenta recuado para dentro) lém de elementos assimétricos – de forma a torná-lo único.
[pic 2][pic 3]
A fachada do edifício é realçada no jogo entre as venezianas e a alvenaria de pastilha azul que é alternada entre os andares pares e ímpares, formando uma espécie de xadrez, o que não era comum na época e deu um charme a mais na obra.
No projeto da varanda podemos observar uma influência parisiense: ela se descola do prédio vizinho por meio de uma veneziana fixa. Assim, Heep utiliza solução semelhante à do edifício da avenida de Versailles, em Paris, que projetou.
A circulação vertical é feita pelo volume central do edifício, ao qual também permite ventilação e iluminação, ambas naturais.
Dispõe de 2 elevadores sociais e 1 de serviço separados por um hall e um local de serviço, onde se localiza a escada. Possui 36 apartamentos; do 1º ao 11º piso: 2 apartamentos de 197 m² - do 12º ao 19º piso: 2 apartamentos de 145 m² cada, - espelhados, um voltado pra Av. São Luís e outro pra Rua Basílio da Gama.
Esse empreendimento da Construtora Otto Meinberg se destaca na época devido sua linguagem moderna, mas assim como vários edifícios do “Centro Velho”, antes consagrados e hoje vítimas de falência, atualmente o Edifício Ouro Preto também sofre descaso.
Para evitar a total falência, o Ouro Preto optou por manter lojas no térreo – assim como o Copan de Oscar Niemeyer. Possui duas lojas no térreo aos quais, juntamente com o primeiro andar, pertencem à Vasp. Outras duas lojas (também situadas no térreo) e quatro apartamentos pertencem a família idealizadora da construção, a família Fileppo, que em 1958, abandonou os imóveis e deixou de pagar condomínio, contribuindo para a dívida acumulada de quase R$ 500 mil do edifício.
Outro problema que afeta os moradores do edifício se trata da questão dos camelôs na região é o que diz o Síndico e Vice-presidente da Ação Local São Luiz, Airton D´Alvellos de Almeida, que batalha pelo edifício e também pela região que o cerca.:
“A questão dos camelôs do centro nos afeta. Abandonada, a loja atrás do prédio virou um depósito de mercadoria ilegal. Embora a prefeitura tenha lacrado e depois emparedado o lugar, alguém voltou atrás e a confusão continua, provocando até risco de incêndio.” - denuncia o síndico
Além disso, uma reforma mal feita da Vasp, impede o aterramento correto da fiação em torno do edifício, oferecendo perigo aos habitantes.
Outros aspectos que descaracterizaram a obra foram a má conservação do edifício, o deterioramento e descaracterização das venezianas - que inicialmente eram todas de ferro, e a fachada do térreo original - com brisés – foi alterada e colocaram uma grande porta no lugar, o que não condiz com o restante da obra.
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