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Exposições universais do século XIX

Por:   •  23/5/2019  •  Artigo  •  3.328 Palavras (14 Páginas)  •  408 Visualizações

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EXPOSIÇÕES UNIVERSAIS DO SÉCULO XIX

Bruna Malinowski – bruna_malinowski@outlook.com

Carlos Augusto Heimerdinger – heimerdingercarlos@gmail.com

RESUMO

O presente artigo aborda as primeiras e principais Exposições Universais, as quais marcaram mudanças significativas na área tecnológica e científica atingindo também a arquitetura e urbanismo, iniciadas no séc XIX e existentes até os dias atuais. A intenção quanto a realização desta pesquisa foi trazer maiores informações sobre as exposições, entre estas a de Londres, a primeira das Grandes Exposições Universais que teve como símbolo o inovador Palácio de Cristal, duas exposições de Paris sendo uma delas o evento no qual foi construída a famosa Estátua da Liberdade que foi posteriormente entregue como presente aos Estados Unidos, e na outra o atual símbolo de Paris, a Torre Eiffel, e a de Chicago com suas magníficas edificações conhecidas como “White City”, demonstrando, assim, suas influências na arquitetura e no urbanismo. Devido a significativa importância das Exposições Universais tanto na área cultural como tecnológica e histórica, a motivação deste artigo foi buscar maiores conhecimentos sobre o assunto bem como analisar suas influências na atualidade. Como resultados alcançados é possível apontar a existência de maior discernimento sobre tais eventos e suas influências perante outros países, pois as exposições foram e são bem mais que meros eventos demonstrativos, estas possibilitam a globalização de conhecimentos.

Palavras-chave: exposições; tecnologia; construções.

AS EXPOSIÇÕES UNIVERSAIS

As Exposições Universais organizadas a partir da segunda metade do século XIX têm sido consideradas como espaços de comunicação das ciências e das técnicas, desde seu início foram auto representações populares da elite industrial, ricas em idéias e plenas em criatividade, uma demonstração da transformação nas relações comerciais do mercado mundial, do progresso visível e do início de um processo de auge econômico dos países industrializados tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.

Nesses espaços, os vários países expunham seus mais recentes processos agrícolas e industriais, os desenvolvimentos dos seus ensinos técnicos e seus estabelecimentos científicos. Estas Exposições Universais têm sido caracterizadas por alguns autores como um fenômeno de mundialização das ciências e das técnicas e como eventos que foram determinantes para a forma como o público passou a encarar as ciências e a tecnologia.

Para Gomes (2013), estas Exposições Universais também passavam a imagem de que o trabalho disciplinado tinha capacidades redentoras, a propriedade era a meta a ser alcançada por todos e o esforço individual e era vital para o crescimento econômico do indivíduo e da nação.

O objetivo dessas exposições era mostrar a força e a consolidação do sistema fabril ao grande público e às outras nações. Os avanços técnico-científicos, que antes só se viam nos ambientes das fábricas, puderam ser vistos e mostravam as mercadorias do capitalismo triunfante. Fazia-se exaltações à razão humana que se propunha a dominar a natureza, provando assim a superioridade do ser humano, principalmente o europeu.

Os Avanços nos transportes e na comunicação (ferrovias, telégrafo, navios a vapor) criavam, ou pretendiam criar, uma interligação amistosa entre as nações industriais, essenciais para a consolidação do capitalismo como sistema internacional.

Desde a realização da 1ª Exposição Universal de Londres em 1851, na qual foram aproveitadas as facilidades de transporte possibilitadas pelas estradas de ferro e pelos progressos do transporte marítimo, estes eventos foram visitados por um número muito significativo de pessoas, as quais realizaram viagens mais ou menos prolongadas e que tiveram como objetivo principal visitar estas exposições e a cidade em que as mesmas se realizavam.

Segundo Lopes e Matos (2015), quanto aos visitantes, colocando-se em números, a Exposição Universal de Londres de 1851 teve 6.039.195 visitantes e durante o tempo em que esteve aberta, a Exposição Universal de Paris de 1878 recebeu 16.156.626 visitantes, número este que se elevou a 32.250.297 na Exposição Universal de 1889.

Entre os visitantes destas exposições encontravam-se científicos e técnicos, muitas vezes enviados pelos seus governos ou pelas escolas em que lecionavam, bem como industriais, operários, jornalistas, romancistas ou simples turistas movidos pela curiosidade.

Conforme Gomes (2013), apesar da exaltação fervorosa da técnica e do desenvolvimento tecnológico, com o passar do tempo estes deixam de ser os elementos unificadores da humanidade e as feiras (exposições) passam a refletir a grande diferença entre as potências (européias e americana) e as sociedades não industrializadas. Na grandiosidade das exposições não havia lugar para a realidade das fábricas, as insatisfações dos operários, nem refletiam a corrida imperialista que explicitava a concorrência entre as potências industriais por conquistar novos mercados e matérias primas.

Se tornando nos últimos anos o século dos bancos, da concentração capitalista da propriedade dos centros de produção e das fontes de matéria prima e com a eclosão da Primeira Guerra as feiras perderam o brilho inicial.

No século 20 as exposições universais passaram a ter caráter mais cultural e formador, em lugar de concepção comercial e mercantil que caracterizavam as exposições do século anterior.

As exposições universais de hoje têm como principal objetivo a interação entre países possibilitando o cruzamento e a troca de conhecimento entre povos com valores e estilos de vida diversos. Atualmente vivemos o século do imperialismo moderno, as Exposições Universais tornaram-se mais espaçadas e menos divulgadas, mas existem até hoje.

Segundo Junior (2018) um dos importantes impactos dessas mostras reflete-se nas cidades-sede que se beneficiam de um importante legado de revitalização de áreas degradadas, melhoria e transformação do transporte urbano, com crescimento de linhas de metrô e ônibus, e projetos de recuperação e preservação ambiental. Sendo a revitalização, adequação e preservação de áreas urbanas, portanto, fatores fundamentais no conjunto de benefícios que uma exposição internacional poderá trazer. A última delas foi realizada em Xangai e teve a participação de 190 países, 50 organizações

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