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Fichamento Casas de Residência no Brasil.

Por:   •  13/8/2018  •  Resenha  •  1.978 Palavras (8 Páginas)  •  301 Visualizações

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VAUTHIER, L. L. Casas de Residência no Brasil. In Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde/IPHAN, 1943. 340p: 128-208.

CARTA I:

        Vauthier apresenta, nestas cartas pesquisas sobre a arquitetura das habitações brasileiras, localizadas do Rio de Janeiro, até o Cabo de São Roque/RN, onde se concentravam 2/3 da população brasileira daquela época.

        As construções das cidades daquela época eram bastante simples.

        As igrejas e conventos, principalmente em Recife, eram grandes construções que foram destruídas pelo tempo e muitas transformadas em comércio, já em Olinda, apresentam um elevado número e conservadas.

        Os fortes, construídos para defesa, também encontram-se destruídos pelo tempo e logo se verifica a pacividade do país, mas ainda  tem fortificações terminando em fortim, perto do porto.

        Por toda a costa encontra-se cabanas de folhagensde pescadores.

        As  residências, que são simples, apresentam-se das seguinte forma:

        A moradia dos escravos: cinza, grande telhados mal cobertos, com várias portas estreitas compridas chaminés;

        A casa do senhor branco: Com pé direito alto, com escadaria para vigiar o que acontece ao seu redor.

        O clima, ameno, com constantes ventos e com regularidade das estações.

        Nas cidades, as ruas são muito estreitas, não sendo adequadas para veículos de  transporte, as  quadras têm várias residências, estreitas, longas, muito juntas, escuras. Com os seguintes cômodos: Res-do-chão: Sala da frente, sala de fundos, alcovas fechadas por portas de vidro, corredor mais ou menos comprido, escada, diversos cubículos.

2º andar: com sala de jantar e cozinha, quarto de engomar e das escravas. Nos fundos quarto de hóspede e dos escravos; no quintal a cocheira, a um ângulo do pátio e aberta.

        A contstrução era de tijolos na alvenaria e vigamentos do telhado formado por traves horizontais sobre duas empenas.

        A casa dos ricos em pouco se diferenciava a dos menos abastados, com o tamanho um pouco maior,  com o número de alcovas sendo dobradas, entrada para carroagens, com 3 andares e mais o sótão. No res-do-chão, o quarto da frente é dos escravos homens, e o do pátio para hóspedes, cocheira no pátio e cisterna para servir duas casas. Duas câmaras sem luz e como se tem carroagem, na fachada têm -se uma entrada para os carros, acessando para o vestíbulo que também serve de depósito.

        A escada tem dois patamares, o qual o primeiro lance encontra-se no eixo da porta de entrada dando mais espaço para o corredor lateral. Os três pavimentos são quase iguais. Nos sótãos concentram-se também as cozinhas.

        

CARTA II

        Mostra a  construção das casas, propriamente ditas.

        A maioria das construções é feita de alvenaria de tjolos

        O gneisse e xistos grosseiros, são empregados na alvenaria de pedra, nas paredes espessas dos engenhos de cana no interior, e ainda tem-se as casas de taipa em São Paulo e de pau-a-pique.

        Nas construções das cidades é usado tijolo com grandes dimensões, com barro de boa qualidade, por ser mais barato, não requerer mão de obra especializada e que suportam enormes cargas.

        As paredes de fachada têm espessura dupla; para as divisões internas do rés-do-chão, as paredes são simples, quando se tem sobrados.

         Para os andares superiores as divisões são de tijolos de lapamento. Pode também empregar paredes de meio tijolo, mais dificilmente divisões de madeira. Ainda pode citar ladrilhos, usados na pavimentação a nível do solo.

        Para as fundações, primeiro levanta o solo com aterros de areia e  após as chuvas que acamam esses aterros, faz-se as fundações tanto nos solos arenosos, quanto os firmes  sólidos, somente alterando as dimensões das fundações.

        Nas aberturas das janelas e portas, são utilizados tijolos, as pedras ou madeira são empregadas nas soleiras. Nas construções mais requintadas as pedras são obrigatórias nos acabamentos.

        A ligação das paredes na maioria das vezes é feita com barro, diluído em água, facilitando a manipulação da argamassa. Utiliza-se também as pozzolonas artificiais.

        Para o vigamento utilizam-se madeira nos diversos tipos de construções.

        As tesouras dos telhados formadas por vigas horizontais apoiadas pelas duas extremidades nas empenas de 8 m ou mais. Os telhados têm desempeno perfeito .        

        Nas construções de nível inferior, são utilizadas as telhas em canal, colocadas em fiadas superpostas, formando saliências umas sobre as outras.

        Para soalhos internos são utilizadas madeiras compactas, elásticas incorruptíveis, fáceis de serem trabalhadas e duráveis.

        Nos andares superiores não se usa pisos, nem cerâmica ou ferro, utiliza-se tábuas.

        Um rodapé e um cordão na altura do peitoril é o máximo de luxo.

        As paredes internas são caiadas ou pintadas à tempera ocre amarelo ou alguma cor clara.

        Quanto às esquadrias, as janelas de peitoril abrem no sistema guilhotina, as portas são comuns, simplesmente barras ou encaixes, com molduras na orla de cada tábua.

         Nas construções antigas, as escadas são simples, de um só lance, nas construções modernas as escadas tem patamar, mas no local onde estão são escuros e por isso nas modernas existem clarabóias para melhorar a iluminação.

        As casas não têm chaminés (devido ao calor) e privadas.

CARTA III

        Os sobrados, da carta anteriorencontram nas velhas ruas.

        As casas mais novas passam a ser térreas, com um andar, mas continuam monótonas.

        A entrada é pela sala da frente por uma porta com um batente inteiriço e um caixilho com treliça de madeira e a parte superior abre-se de forma que se veja o visitante antes deste adentrar. A largura da fachada é estreita, uma ou duas janelas com duas folhas de veneziana, a de cima fixa e a de baixo aberta em forma de guilhotina e a porta quase de um lado.

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