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História e Teoria da arquitetura do urbanismo e do paisagismo

Por:   •  2/5/2018  •  Resenha  •  1.530 Palavras (7 Páginas)  •  313 Visualizações

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Catedral de Saint Paul

Genilson Roberto Rocha

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

História e Teoria da arquitetura do urbanismo e do paisagismo

Professora: Claudia Peterline

Arquitetura e Urbanismo (15)

06/06/2016

RESUMO

Este texto aborda uma síntese da persuasão da arquitetura barroca, arquitetura secular utilizada na estruturação da Catedral de Saint Paul, em Roma, que causou forte efeito na história, através de seu idealizador, Christopher Wren.  Convida a analisar as principais características deste monumento à glória de Deus, poder da ciência e ambição de seu arquiteto nesta incrível obra, uma das maiores igrejas do mundo.

Palavras chave: Barroco. Catedral de Saint Paul. Christopher Wren. Monumento.

1 –Barroco

A arquitetura barroca explora o sentido humano e inventivo, não recorrendo a imitar períodos ou a natureza, a “arché” não está no lugar mas no movimento da produção submetendo a história e a natureza uma síntese que exprime o poder da sua subjetividade, trazem o edifício para o mundo humano, transborda para o exterior, estruturando o meio ambiente suas principais formas: o côncavo, convexo e a elipse.

Na Itália com a contrareforma, o sistema de poder da igreja é renovado e a arquitetura barroca surge para convencer e enfatizar o poder da igreja e na França o poder da monarquia absoluta. Diferente do humanismo, racionalidade, serenidade simplicidade, unidade, ordem e regularidade do renascimento o barroco traz mistério, impacto emocional, dramatismo, exuberância, ambiguidade, diversidade e pluralidade.

Com incentivo da corte os arquitetos então rasgam as cidades construindo praças, ruas compridas e retas ligando seus focos e construindo o sistemático e cenográfico urbanismo seiscentista. Nesse período as relações passam a ser mais amplas e entre estados centralizados e não mais apenas entre as cidades. Organizava-se então toda uma região. E as capitais concentravam todo o poder. O barro santo romano e o barro secular francês adotaram linguagens diferentes. A corte francesa absolutista resistente a linguagem católica era mais contida e racional, mesmo assim, em ambos procurava-se construir centros focais hierárquicos a fim de propagar o poder enfatizando o monumento.

Roma e a Piazza San Pietro, precisavam demonstrar com persuasão o sistema católico emergente e assim foi feito com grandes monumentos e enfatizou o poder das praças de Domenico Fontana, como a Piazza del popolo era a porta da cidade santa, porta de entrada aos peregrinos, partiam três ruas radiais, o obelisco colocado e 1589, as igrejas gêmeas e a Piazza nova, onde morava o papa Inocêncio X. Também tornara-se outro cetro com a igreja de Santiiagnese, rorromini traz para o espaço urbano o obelisco e Fontana de Quattro Fiumi de Bernini que demonstra o poder da igreja católica através dos rios onde conquistou essa série de praças, culminavam na Piazza de San Pietro, que tem por objetivo irradiar a mensagem da igreja diante da grande luta travada contra o protestantismo.

Paris e o palácio de Versalhes, Paris, que ao contrário de Roma tinha que criar seus focos, esse processo começa com Henrique IV criando o palácio Royale. Espaços urbanos desenvolvidos através da estátua do soberano cercando-se de casas e não de edifícios públicos ou palácios civis concretiza a nova relação entre o povo as Place Dauphine, Place de Voges e Place de France são exemplos disso, na de France irradiava 8 ruas que levavam os nomes das principais províncias francesas. Interessante é analisarmos Versalhes como cidade ideal do século XVII tanto na estrutura urbana como na paisagem, trabalhadas por André de Notre, o palácio com suas diversas alas separa da cidade com seus imensos jardins, e o sistema urbano estruturado ortogonalmente a partir de suas praças quadradas converge em três grandes avenidas, os jardins se estruturam através de focos e visadas radiais, ambas as fachadas dos edifícios são estruturadas por perspectivas infinitas, é como se a cidade estivesse em função do palácio.

2 – Catedral de Saint Paul

Em 1666 um incêndio na cidade de Londres é propagado por um forte vento que dura quatro dias e destroi 13 mil casas e dezenas de igrejas, o temor era que o fogo chegasse a catedral Góticas de Saint Paul, que era orgulho nacional e o ponto central de encontro cultural de Londres. O temido aconteceu, o fogo destruiu a catedral. Uma comissão para tentar reparar os danos foi instalada mas após algumas tentativas de reparo frustradas optou-se por construir uma nova edificação.

Londres, que buscava ser a cidade mais poderosa do mundo precisava de uma catedral a sua altura e a comissão real encarregada da reconstrução de Londres contrata Christopher Wren, com formação em astronomia e matemática, 35 anos de idade. Porém seu projeto original causa conflito com a comissão real, atrasando em nove anos sua construção, pois seus empregadores queriam uma nova catedral gótica, mas como a maioria dos homens cultos de sua época considerava o gótico grosseiro, com formas e proporções que não lhe agradavam, associada a idade média que consideravam menos civilizada. Wren como matemático acreditava na simetria e proporção geométrica e na beleza matemática dividida em cubos e esferas, inspirado na Grécia e Roma clássica, mas na Itália e na França arquitetos barrocos também buscavam inspiração na arquitetura clássica, o que não foi bem recebido pelo clero protestante inglês que encomendou a obra, pois o barroco italiano que inspirava Wren era patrocinado pela igreja católica, que após declínio do racionalismo renascentista e da reforma protestante com o concílio de Trento buscava mostrar seu poder com as obras barrocas para atrair os fiéis. Os protestantes ingleses então não permitiram o movimento artístico associado ao ressurgimento do poder católico e exigiram que fosse alterado o projeto mesmo com uma incrível maquete apresentada ao conselho.

Um projeto mais tradicional que misturava o gótico com o clássico foi apresentado e aprovado em Cruz Latina, mas Wren não estava feliz com o projeto aprovado, começou a construir então sobre as fundações góticas. O arquiteto então resolve ousar e adaptar seu projeto original sobre a planta aprovada e aproveitando os andaimes de madeira e lona para formar um biombo ao redor da construção, escondendo suas astutas mudanças. Concluído a parte do coro em Dezembro de 1697, trinta e um anos após o incêndio, terminada essa etapa Wren então chama os melhores artesãos da Europa para fazer os ornamentos interiores no coro inclusive o famoso entalhador Grinling Giddons O interior foi decorado com elementos da natureza pois tratava-se de uma igreja protestante e não eram bem vindas as imagens de esculturas de santos. Entre as esculturas estavam vagens de ervilha se abrindo espigas de milho, representando a beleza do mundo natural, e querubins, esculpidos por Grinling Giddons.

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