Jhon Ruskin - A Lâmpada da Memória

Resumo Jhon Ruskin – A Lâmpada da Memória 

John Ruskin (1819 – 1900) foi considerado o principal teórico da preservação do séc XIX na Inglaterra. Viveu no auge do poder econômico da Inglaterra. Era inimigo da industrialização, maior crítico social da injustiça social, inchaço urbano, destruiçao da natureza, entre outros. 

Sua maior contribuição foi na arquitetura e sua preservação para a sociedade moderna. O pensamento de Ruskin ainda aponta para questões muito pertinentes à nossa época, na aqruitetura. Sua Obra “ A Lâmpada das Memória" é um capítulo de sua obra mais conhecida: '' As sete lâmpadas da Arquitetura''que aprofunda sobre o debate da restauração de nossos patrimônios arquitetônicos, extrememnete pertinente à atualidade. 

De família tradicional, abastada, estrutura social oitocentista; seu pai comerciante de vinhos e sua mãe calvinista, dedicada à educação de seu único filho, frequentou escola a partir dos seus 15 anos, mas já  familiarizado com escritores famosos como Byron, Shakespeare, Scott e Pope, além de seu conhecimento da Bíblia, que transparece em todos os seus escritos. 

Desde pequeno também recebeu conhecimento sobre música, desenho e observações da natureza. Seu crescimento solitário demonstra mais tarde tons mais violentos em seus relacionamentos e desilusões amorosas que o afetaram profundamente. No primeiro, Ruskin aos 17 anos, interrompeu seus estudos e viajou por dois anos pela Europa. Ao voltar, foi para Oxford, onde não teve uma trajetória de sucesso. Logo após foi crítico de arte e artista, sempre acompanhado de sua família. Um dos seus destinos favoritos era a Itália, local que foi inspiração para seu livro com inúmeros exemplos citados. O estilo gótico veneziano era um dos seus preferidos, como veremos mais adiante. Em 1869 foi professor, com palestras extremamente concorridas. Mas sua carreira foi finalizada cedo devido a problemas mentais que Ruskin começou a apresentar. 

Após esse período, suas idéias evoluiram para a arte, foi crítico na década de 1860, ideias que evoluiram para o campo da política, que defendia: Ensino público obrigatório, nacionalização da produção e bens de produção elementares, seguro-desemprego, previdência social para invalidez e velhice. A partir daí começou a se envolver mais e mais em causas sociais, até mesmo investindo em programas sociais. 

No prefácio de " As sete lâmpadas da arquitetura (1880) Ruskin demonstra extremo desgosto pelo termo scrape, que significa raspar pinturas de paredes antigas de forma a conferir unidade e idéia de recém construídos, modernismo na aparência dos prédios. Deu origem aí a uma linha preservacionista, tipicamente inglesa, conhecida como Anti scrape Movement ou Movimento Anti-Restauração, como é conhecido entre nós. Esta tese é alicerçada entre as Lâmpadas da Arquitetura, mais especificamente vinculada à Lâmpada da memória, o Movimento, como seu nome já indica. Ruskin coloca-se radicalmente contrário à restauração, mas tendo o cuidado das manutenções constantes.  

Esse movimento ganhou força e ampliação do debate no séc XIX ( Willian Morris) e XX, fazendo com que o capítulo do livro se tornasse uma obra praticamente autônoma das demais enfatizando a restauração (Lâmpada do Sacrifício, Lâmpada da Verdade, Lâmpada do Poder, Lâmpada da Beleza, Lâmpada da Vida e Lâmpada da Obediência). Porém é extrememente importante analisá-las dentro do contexto do seu livro, como um todo. Não desassociar as ideias de Ruskin ao quadro cultural mais amplo , que reside o valor, a profundidade e atualidade das ideias Ruskianas ao respeito da Restauração. ( pag 8) 

Em 1883, Ruskin voltou à academia, para lecionar, mas ficou apenas um ano devido a crises de depressão e esquizofrenia, que acabaram levando-a à morte em 1900 aos 80 anos. Seu pensamento ficou marcado principalmente no ano de 1849 através de seu livro “The Seven lamps of Archtecture" e "The stones of Venice” (1853), onde escreveu sua defesa total e absoluta a respeito da matéria original das edificações.  

A conjuntura econômica de seu período serviu de premissas dos seus trabalhos, bem como sua mazelas: O inchaço urbano, miséria generalizada, injustiça social e destruíção da natureza. Os estudos e pensamento do crítico foram marcados pela: 

- Valorização dos setores rurais, descontentamento com a industrialização e a mecanização, como por exemplo a cidade de Londres, onde havia grande degradação física e moral causada pelo setor industrial, que não possibilitava os trabalhadores fazerem e expressarem o que queriam. Os mesmos não possuíam consciência do que produziam. 

Ruskin defendia a produção realizada com as mãos, que eram imperfeitas, mas possuiam alma; o que difere do trabalho das máquinas. Ele mostra grande paixão pelo Gótico, no qual qualquer homem poderia mostrar seu potencial segundo o resultado rude e distante da perfeição, fator que vai contra a automatização do meio industrial.  

A crítica levou ao seu livro, "As sete lâmpadas da arquitetura" que tinham como base os valores:  

-Sacrifício 

-Verdade 

-Potência 

-Beleza 

- Vida 

- Memoria 

- Obediência 

Todos com valores que ilustram a arquitetura e que trouxeram grandes marcos para discussão sobre a importância do Restauro e a autenticidade da matéria. Sendo esse texto focado na Lâmpada da Memória, se tratando do Restauro e da conservação. 

O autor foi um grande defensor da preservação da natureza, assim como era também da arquitetura. Para ele podemos viver sem a arquitetura, mas sem ela, não podemos recordar, pois ela é a melhor forma de relembrar nossa história e por isso devemos preservá-la. Dessa forma, Ruskin, mostra o dever de conferir à arquitetura, uma dimensão histórica, ou seja, fazer com que ela dure e preservá-la para assim aprender com o passado e levar recordações para o futuro.