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Loteamentos urbanos

Por:   •  7/4/2016  •  Resenha  •  2.135 Palavras (9 Páginas)  •  914 Visualizações

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MASCARÓ, Juan Luís. Loteamentos Urbanos. Masquatro Editora. Porto Alegre, 2005.

Juan Luis Mascaró é professor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no Departamento de Urbanismo. Possui, entre seus títulos Mestrado e Doutorado concluídos na Argentina. Atuou como profissional em alguns órgãos públicos e privados, tais como, IBAMA e ELETROBRÀS. Escreveu inúmeros artigos para periódicos com o tema Urbanismo, bem como, possui alguns livros publicados e organizados sobre este assunto. Um desses livros tem grande relevância no conceito de realização de loteamentos dentro do tema de urbanismo, que é, Loteamentos Urbanos que se descreve a seguir:

O primeiro capítulo aborda sobre os sítio e as urbanizações, mencionando os locais onde há águas superficiais que emanam de olhos d’água, nascentes, córregos e rios, analisando as distâncias adequadas à utilização do solo. Enfatiza o respeito a esses locais de preservação ambiental, salientando a importância de se observar as leis quanto à esses aspectos. Prega a utilização do espaço de modo que se adequa melhor à paisagem natural, evitando remoção de terra em lugares altos ou acúmulo de terra em lugares baixos, nomeando o conjunto dessas regras que integram o projeto arquitetônico à natureza de sistema bioeconômico.

O Capítulo 02 trata dos “Tecidos urbanos e custos”, apresentando, de início, quais são os tipos de traçados existentes que mais são usados e a diferença de custo entre eles, como por exemplo, o traçado aberto e o fechado, onde o primeiro é mais indicado para ruas com trânsito eventual e o segundo para vias principais e avenidas, porém, como a cidade é composta por vias que contém essas duas características então o autor chega à conclusão que o melhor traçado é o misto (aberto e fechado). É mencionada, também, a existência dos traçados não ortogonais, mas em seguida é ressaltado que estes não são os mais econômicos na implantação e muito menos funcionais na circulação dos transportes, da mesma forma que os triangulares, por isso os mais indicados e mais usados são os ortogonais, aos quais são mais práticos e econômicos no quesito da implantação e torna mais fácil a compreensão do lugar, além de poder ter várias possibilidades de implantação de infraestrutura nele.

Os quarteirões podem ter ou não ter ruas de penetração, que serve para a circulação local, a fim de que se implantem redes de infraestrutura mais econômicas. No caso de terem, é interessante que o quarteirão seja bem extenso para compensar a utilização do projeto quanto à colocação dos lotes. Os que são retangulares, apresentando duas de suas ruas mais curtas, não são tão utilizados, pois não agregam composição espacial que livre o aspecto da monotonia criada por apenas dois lotes de esquina. Outros lotes antieconômicos são os com pouca profundidade e os irregulares, salvo os que se podem aproveitar os acidentes naturais do terreno.

O Terceiro capítulo, “Vias preferencialmente para veículos”, o autor chama a atenção para a observação das relações e os possíveis usos que a população mantém com a via, sendo que, na maioria das vezes, ao projetar, não tem se levado em consideração as funções reais a que se destinam essas ruas. Adequar o projeto e a execução das ruas às verdadeiras necessidades de seus usuários, é evitar desperdício de recursos escassos oferecendo um produto que a população não necessita. Isso é mostrado quando Mascaró apresenta os perfis e largura das avenidas de acordo com os aspectos socioeconômicos da população. Aborda como privilegiar o tráfego para veículos, pedestres, a indicação das vias de penetração, etc.

São mostradas a tipologias de vias veiculares de acordo com a classificação do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), no ano de 1974. Seu dimensionamento baseia-se na observação das variáveis: volume de tráfego; sentido do fluxo (unidirecional ou bidirecional); interferências (cruzamentos, estacionamentos, garagens, etc.); velocidade de circulação.

A seguir o livro apresenta tabelas comparativas entre os tipos de estacionamento nas vias, o estacionamento paralelo é apontado pelo autor como o de menor rendimento. O estacionamento a 90º é o que apresenta melhor relação entre área ocupada e redução de capacidade da pista adjacente.

Com relação aos raios de curvatura dos entroncamentos e de vias, para o dimensionamento adequado deve-se levar em conta: o fluxo de veículos; hierarquia na rede viária; características geométricas; e segurança e comodidade para os pedestres. Mascaró, também informa as larguras mínimas para áreas pavimentadas em condições de restrição de recursos enfatizando que a largura total da rua não deve ser minimizada pelas diversas funções alternativas que as vias podem comportar.

As ruas comportam diversas funções, dentre elas está a de conter toda a infraestrutura urbana necessária. As instalações de redes subterrâneas precisam ser regulamentadas visando minimizar os conflitos entre as redes e os custos. Segundo o autor é recomendável que a rede fique abaixo dos passeios, e nas ruas com larguras maiores torna-se mais econômico a duplicação da rede, diminuindo a dimensão das ligações entre a rede e os consumidores.

No capítulo 4, intitulado “Vias para pedestres, ciclovias e de uso misto”, Mascaró apresenta dimensionamentos mínimos e recomendados para as vias de pedestres e vias cicláveis, além de vias mistas para uso de transportes alternativos e veículos automotores. Esses dimensionamentos variam de acordo com o fluxo esperado, declividades, mobiliário urbano, além das características próprias de cada lugar. Quanto às vias de pedestres, discorre sobre as larguras recomendáveis e ideais para essa via, levando em consideração a utilização por deficientes físicos. Estabelece um total de 2,60 m a 2,80 m como largura recomendável, englobando medidas para circulação, mobiliário urbano e distanciamento das edificações. Como largura ideal estipula valores entre 3,60m e 4,00 m, considerando circulação, espaço para árvores e postes, e redes subterrâneas. Sobre a instalação de redes subterrâneas abaixo dos passeios, o autor reforça a ideia da importância de utilizar um revestimento de calçada que possa ser facilmente removido, sem causar grandes prejuízos financeiros durante a manutenção da rede.

Quanto às vias cicláveis, Mascaró divide-as em alguns tipos e direciona em que situação deve-se utilizar de cada uma. Quanto à ciclofaixa, recomenda para as vias locais, localizada geralmente próxima ao meio-fio, com larguras variantes de 1,30 m a 2,30m, de acordo com o sentido de fluxo, e sempre com

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