Matéria, Ideia e Forma: Uma definição de arquitetura, Elvan Silva
Por: Arquitrapassa • 3/4/2016 • Resenha • 869 Palavras (4 Páginas) • 1.315 Visualizações
RESENHA CRÍTICA
Matéria, Ideia e Forma: Uma definição de arquitetura
O autor do livro “Matéria, ideia e forma: Uma definição de arquitetura”, Elvan Silva: nasceu em Ipameri-GO em 1940, graduou-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1963 e concluiu mestrado em arquitetura e Doutorado em sociologia também pela UFRGS. Foi consultor do conselho nacional de desenvolvimento científico e tecnológico e atuou principalmente nos seguintes temas: arquitetura, conhecimento, profissão, ideologia, imaginário e cultura. Para Silva, em termos gerais, a arquitetura é um conceito bem difundido em meio a população mas no meio acadêmico carrega consigo certa imprecisão. Relacionar o termo com beleza, construção, somente arte ou ciência são erros comuns. Albert no século XV disse, “chamarei de arquiteto aquele que, através de acurá-los e maravilhosos arte e método, é capaz, com o pensamento e a invenção, de conceber e, com execução, de realizar todas essas obras as quais, por intermédio do movimento de grandes massas, cada conjunção e reunião dos corpos, podem, com a maior beleza e adaptar ao uso do gênero humano; e para este estar apto a fazê-lo, ele deverá ter um pleno conhecimento da mais nobre e curiosa ciências; assim deve ser um arquiteto”. Mas encontrar uma única definição que contemple ambas as áreas se torna uma tarefa complexa visto que dispende de um exercício intelectual artístico bem como científico tecnológico. Diante de diferentes estímulos a arquitetura pode responder como juízo de emoção, proposições poéticas ou exaltação de trabalhos referentes a um autor fazendo assim com que essa definição seja parcial. Segundo Le Corbusier a construção é para sustentar enquanto a arquitetura para emocionar. O autor apresenta seis categorias de inferências errôneas quanto a definição de arquitetura. A primeira, que a arquitetura é um gênero especial de construção, dotado de atributos estéticos notáveis que é derrubada pois leva estritamente em conta a beleza excluindo a necessidade estrutural. A segunda baseia-se em enunciados reducionistas, que desconsideram costumes, organização social, aplicação de técnica e significados afetivos e simbólicos. Facilmente essas proposições são destituídas de sua veracidade com o argumento de que a arquitetura é uma categoria antropológica, pois denota o comportamento do modelo humano. Quarto grupo, contem afirmações que confundem arquitetura com excelência arquitetônica. O termo arquitetura deixa de ser substantivo para ser adjetivo. Essa visão deturpada de arquitetura é decorrente da imagem idealizada que profissionais fazem de seu trabalho. Marcelo Roberto afirmava, “ Edificação é uma coisa, arquitetura é outra e que só começa depois do nível médio ter sido ultrapassado, e de muito. Não há meio termo em arquitetura: quando a realização não é magnífica, não é arquitetônica”. O quinto grupo vê a arquitetura não como produto da cultura mas sim como processo de criação. É importante ressaltar nesta categoria que existe a elaboração mental, mas arquitetura se suscita somente com a materialização da obra, portanto deve haver a criação de um projeto sem, entretanto, dissociá-lo da arte de construir. Como afirma Elvan Silva, “Todas propostas de definição marcadas
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