Metamorfose do Espaço Habitado Paisagem e Espaço
Por: sarahamiguel • 2/9/2019 • Resenha • 1.490 Palavras (6 Páginas) • 536 Visualizações
Metamorfose do espaço habitado – Milton Santos
Capitulo 5 – Paisagem e espaço
Milton Santos escreve o livro “Metamorfose do Espaço Habitado” e nele está o “Capitulo 5 – Paisagem e Espaço” e o “Capitulo 6 – Configuração Territorial e Espaço”, que são os capítulos analisados nessa resenha.
O autor começa o explicando que o espaço é uma grande preocupação para vários tipos diferentes de profissionais, podendo ser um objeto de estudo ou um meio de trabalho. E que eles são geográficos, pois são determinados pelo movimento da sociedade, da produção. Ou seja, o espaço pode ser modificado ou não de acordo com as necessidades da sociedade. Como a sociedade vem mudando seu estilo de vida, sua forma de produção, a quantidade de consumo ao longo dos anos, o espaço, por consequência também muda.
Milton Santos escreve sobre a paisagem, dizendo que tudo que nossa vista alcança, é a paisagem. Ela é formada, além dos volumes, por cores, movimentos, odores, sons etc. A paisagem também pode ser percebida de forma diferente, segundo onde estejamos, quando mais alto, mais ampla é, pois desse modo os obstáculos da visão vão desaparecendo. E, também, por diferentes visões sobre uma paisagem, ou seja, pessoas diferentes veem a paisagem de forma diferente. Dessa forma podemos dizer que a paisagem é formada por tudo que contém nela, desde os volumes até os sons que estão presentes, tudo que podemos ver e perceber ao olhar. Porém, uma mesma paisagem pode ser vista de formas diferentes, pois cada pessoa pode ver de uma forma, de acordo com seus conhecimentos e sua história.
Segundo o autor, muitas pessoas usam paisagem e região como sinônimos. Essa ideia vem de tempos antigos, quando o homem, sendo um hospede do local onde está, cria técnicas e hábitos de acordo com aquele local. Por conta disso ficavam no mesmo local, com o mesmo tipo de produção, dando a ideia de imobilidade e assim confundiam paisagem com região. Com a modernização da agricultura, foram introduzidas novas formas de organização social. Isto é, o homem ao se instalar num local, criava técnicas para ser utilizadas naquela região. Essas técnicas eram geralmente criadas por conta de habitação e produção. Se eles mudassem daquele local, as técnicas também seriam modificadas de acordo com o novo local habitado. Hoje, com a modernização da agricultura, o homem consegue fazer com que a agricultura funcione mesmo não sendo compatível com o local inserido, e com a possibilidade do transporte da produção para locais distante, o homem não precisa mais se mudar para conseguir diferentes tipos de produção.
Milton Santos escreve que, de acordo com Carl Sauer, há a paisagem natural e a artificial. E que a produção do espaço é resultado das ações do homem sobre o próprio espaço, através de objetos naturais e artificiais. A paisagem artificial é aquela transformada pelo homem. A paisagem natural é aquela que não teve contato e modificação feita pelo homem, se tornando objetos de interesse político. Ele escreve que a paisagem é a mistura entre os dois, ou seja, é heterogênea. Que o artificio está sempre presente na história do homem, podendo chegar a tempo remotos, onde as ferramentas eram um prolongamento do homem. Esses artifícios foram feitos para modificar a paisagem, se tornando cada vez mais diferenciar o natural do artificial. Ou seja, o homem, por causa de suas necessidades, sempre modificou de alguma forma a paisagem. Desde muito antigamente, quando o homem criava ferramentas apenas para poder se alimentar, já modificava a paisagem de alguma forma. Porém os artifícios estão crescendo cada vez mais, hoje é muito difícil encontrar alguma paisagem que não foi nem um pouco modificada pelo homem. Em alguns lugares, podendo até confundir a paisagem natural com a artificial.
O autor escreve que as exigências de um espaço variam de acordo com os processos de produção, o nível de capital, tecnologia e organização presentes. Que a paisagem é criada ao longo do tempo, já o objeto é criado a partir da logica de produção da sua época. Cada momento histórico, traz modos de produção diferentes. Através de novas técnicas, vemos uma forma de trabalho substituir outra e assim uma configuração territorial por outra. Essa inovação traz a modificação da paisagem, porém é mantido os objetos de momentos históricos anteriores, mesmo sendo muitas vezes suprimidos da paisagem. Por isso, a paisagem é um conjunto de forma heterogêneas, de idades diferentes, com pedaços de tempos históricos diferentes construindo um mesmo espaço. Ou seja, a forma de trabalho, produção, consumo do homem modificam a paisagem. Ao longo dos anos, o homem modificou muitas vezes sua forma de produção. Desde antigamente, com a produção sendo quase totalmente manual até hoje com o maquinário, houveram diversos tipos diferentes de produção. Esses tipos de produção estão diretamente ligados a forma de consumo da população e a forma que os objetos de consumo têm. Quando a produção, o consumo e os objetos mudam, a paisagem muda também, sendo cada vez mais exigida para esses fins.
Segundo Milton Santos, as mudanças numa paisagem podem ser estruturais ou funcionais. Um mesmo espaço pode ter diversas funções em diferentes horários do dia, que seria a mudança funcional. A estrutural se dá pela mudança da forma. Pode ser o envelhecimento da forma, tanto o físico quanto o social. O físico seria o envelhecimento dos materiais, o que já é previsto. O social seria pelo desuso e desvalorização, que não é previsto pois depende do momento histórico. Ou seja, essas mudanças dependem do modo que a sociedade utiliza e ocupa o espaço. Como exemplo de uma mudança funcional, temos o Lago do Taboão em Bragança Paulista, que durante o dia é usado para a prática de esportes, e a noite é usado como um lugar de divertimento noturno, concentrando restaurantes e locais de festas. Já a mudança estrutural podemos exemplificar com os casarões antigos que transformaram em cortiços, ou até mesmo com o Minhocão em São Paulo, que era um viaduto e hoje está fechado, pois irá se transformar num parque.
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