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Nudez - Sennet - Questões resolvidas

Por:   •  29/2/2016  •  Abstract  •  1.016 Palavras (5 Páginas)  •  455 Visualizações

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Nome: Adriel de Barros Simeão                 R.A: 11050811

Perguntas para nortear o debate do texto Nudez de Sennett.

 

  1. Qual a tese/ideia central do texto de Sennett?

R: O autor tenta por meio de sua obra discutir como o corpo vivencia a cidade e de que maneira a cidade simboliza o corpo, ou seja, como o corpo se comunica com as estruturas urbanas e impacta no seu desenvolvimento. O autor utiliza a tese de que a nudez praticada pelo povo grego foi responsável pro imprimir as formas urbanas e ao mesmo tempo levar à declínios sociais.

  1. Qual o conceito de Polis?

R: Cidade, em grego —polis -—, significava, para alguém como Péricles, o espaço onde as pessoas alcançavam a mais alta expressão da unidade — muito mais, portanto, que um simples ponto no mapa.

  1. Qual a relação entre corpo e cidade e nudez e liberdade de pensamento em Atenas na época de Péricles? O que simbolizava a nudez para os atenienses?

R: Para o ateniense a nudez simbolizava a cidadania, “o poder” e a liberdade. A nudez baseava-se numa existência de mostrar, exibir e revelar, o que significamente marcou as pedras de Atenas. Celebrava-se uma Atenas que simbolizava a harmonia entre a carne e a Pedra. Como principais “obras urbanas” podemos citar o Parthenon (sua localização refletia um pouco a questão da exposição, o templo ateniense aponta genericamente para a forma urbana da cidade; o espaço urbano provém do jogo de superfícies) , a ágora e o Teatro na colina de Pnice.

No Parthenon a imagem do corpo humano é "mística e idealizada, mais do que individualizada (...); (nunca) o divino foi tão humano, nem o humano tão divino". Jovens e ideais, os corpos despidos representavam um poder humano que desafiava o limite entre deuses e homens, o que os gregos sabiam que podia conduzir a terríveis conseqüências. Por amor a seus corpos, os atenienses arriscavam-se à desvalorização trágica da hubris, de seu orgulho fatal.

  1. Como esses valores e a teoria do calor corporal se refletiam na organização dos espaços públicos da cidade de Atenas? Quais os principais espaços/edifícios da cidade?

R: Honra e vergonha, na cidade, derivavam do conceito grego de fisiologia. Segundo os gregos, os corpos quentes eram mais fortes e reativos que os corpos frios e inertes, tendo esta fisiologia relação com o uso da linguagem na época. A fisiologia grega justificava direitos desiguais e espaços urbanos distintos para corpos que contivessem graus de calor diferentes, o que se acentuava na fronteira entre os sexos, pois as mulheres eram tidas como versões mais frias dos homens. Elas não se mostravam nuas na cidade. Só os cidadãos homens tinham uma "natureza" adequada ao debate e à argumentação. Como principais “obras urbanas” podemos citar o Parthenon, a ágora e o Teatro na colina de Pnice. Em frente a colina Kolonos, abria-se um espaço rombóide a descoberto, medindo cerca de 4km2, onde os atenienses praticavam suas atividades financeiras e comerciais, faziam política e homenageavam os deuses.

Portão Triasiano (mais tarde denominado Portão Dipylon), sua entrada principal, que consistia em quatro torres monumentais em torno do Tribunal Superior. Os muros de Atenas contam a história do poderio que a cidade alcançou, desenvolvendo-se originalmente em torno da Acrópole, uma colina de onde se divisava todo o espaço circundante, e em condições de ser defendida mesmo com armas primitivas.

Os atenienses faziam uma analogia direta entre corpo e construção; não que eles erguessem prédios no formato humano, de cabeças e dedos. Mais do que isso, valiam-se do seu entendimento fisiológico para criar formas urbanas, e o Pórtico é exemplo disso.

  1. Como as ideias de disciplinar a voz mudaram a configuração dos espaços públicos da cidade? Como a posição do cidadão sentado/em pé mudou a sua capacidade de participação política?

R: Os atenienses procuravam desenhar espaços para a emissão da voz, acreditando que assim fortaleceriam sua força corporal, especialmente ao conferir a essa única, clara, audível voz as qualidades honoráveis da nudez corporal. Não raro, incapazes de servir à voz do modo como se esperava, esses desenhos urbanos se frustraram; à voz nua converteu-se em instrumento de desavença e confusão. Em ágora não havia nenhuma voz dominante, mas por sua vez nos teatros as pessoas ainda ocupavam seus lugares para ouvir uma única e clara voz. Os sítios urbanos mais amplos apresentavam perigo para a linguagem, pois neles, em meio às atividades concomitantes e ininterruptas, as palavras se dispersavam entre os murmúrios das vozes; a massa de corpos em movimento nada percebia além de fragmentos do sentido que elas expressavam. No teatro, a voz singular assumia forma artística, através das técnicas de retórica.

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