O Crescimento Desordenado das Cidades de Médio Porte
Por: Areli Vieira • 3/10/2024 • Artigo • 4.738 Palavras (19 Páginas) • 49 Visualizações
Crescimento Desordenado das Cidades de Médio Porte
CRESCIMENTO DESORDENADO DAS CIDADES DE MÉDIO PORTE
VIEIRA, Caroline Godoy[1]
PAULETTO, Suellen Alessandra
NOGUEIRA, Thays Juliani
RESUMO
O presente artigo explicitará uma nova modalidade de crescimento desordenado que ultrapassa expectativas e atinge as cidades de médio porte, estas se tornaram polos migratórios atraentes, por vezes mais que os grandes centros. Fora realizada pesquisa técnica-informativa que demostrou tal aumento populacional, este aumento supera as médias nacionais e estaduais e mostra a importância de atitudes prévias no replanejamento dessas cidades, o estudo teve como referência a cidade de Cascavel-PR.
PALAVRAS-CHAVE: Crescimento Desordenado; Cidades de Médio Porte.
1 INTRODUÇÃO
A procura por vantagens econômicas faz com que cidades sejam mais atrativas que outras em se tratando de investimentos da iniciativa privada para fins de instalação e investimentos visualizando oportunidades de crescimento. O fato é que a fórmula ideal de urbanização ainda não está disponível, pois a instalação de uma empresa deveria ser fator de orgulho com a criação de novas oportunidades à administração pública, porém pode representar problemas quando não tratada como uma nova porta de entrada também de problemas ligados a infraestrutura básica, pois com mais oportunidades, aumentará população, serão necessários mais investimentos e ai surge o crescimento desordenado. Desta forma o trabalho objetiva demonstrar o novo foco de crescimento urbano através de dados científicos pesquisados dos quais apontam um novo movimento migratório.
O artigo tem como tema crescimento desordenado nas cidades de médio porte que é a presença certa em todos os grandes centros, pois o consumismo desenfreado faz com que o comércio e o setor terciário propriamente dito injetem diferentes produtos, com novas tecnologias e direcionada a todos os tipos de público fazendo com que se compre de forma impulsiva algo desnecessário e que não se sabe nem onde será descartado, essa é a realidade da sociedade atual, visando apenas o lucro e deixando de lado o bem estar do ser humano. Populações inteiras se deslocam em direção de centros de produção vislumbrando grandes oportunidades, tornando o que deveria ser uma cidade com muitas oportunidades, passando a ser uma com muitos problemas.
As cidades de médio porte começaram a contemplar esse ciclo produtivo e, de forma crucial, estão se destacando em seus índices de crescimento nas últimas décadas, destoando do que ocorria até os anos 80, hoje com essa nova realidade essas cidades poderão apresentar em pouco tempo índices assustadores de violência, desemprego, trânsito caótico e deficiências em serviços básicos, característicos de grandes núcleos urbanos.
O fato é que alguns centros desenvolvidos ou que estão em desenvolvimento e ainda não apresentaram o caos característico das metrópoles possam estar visualizando o problema e atentando para o bem estar e qualidade de vida do ser humano que está sendo deixado de lado. Para isso, providências devem ser tomadas em diferentes áreas como controle populacional, estímulo à produção agrícola, controle de poluentes e supremacia dos serviços essenciais.
Sendo assim o objetivo geral é identificar os problemas de uma nova urbanização onde não se tomou as devidas providencias em tempo hábil a fim de minimizar os efeitos negativos, analisando as necessidades da população que ali residem. Buscando conscientizar a sociedade em pontos como ética e cidadania, buscando propor um planejamento estratégico mais estruturado que proporcione à qualidade de vida a população, dando melhoria aos aspectos econômicos, políticos, sociais e ambientais, sem travar o crescimento.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CRESCIMENTO DESORDENADO
Atualmente, o crescimento desordenado das cidades de grande e médio porte é um desafio para muitos estudiosos do meio urbano, pois o mesmo se dá de forma acelerada e desorganizada, trazendo problemas de ordem social, econômica e de infra-estrutura. (Ferrari e Lapolli, 2000).
A expansão de áreas urbanas está diretamente ligada ao crescimento e distribuição espacial da população. Os censos demográficos produzem avaliações quantitativas sobre as populações e os mapas de densidade demográfica informam também as necessidades de infraestrutura (Costa e Alves, 2005).
O bom momento econômico brasileiro acentua um fator negativo da vida nas grandes cidades: o crescimento desordenado. O desenvolvimento das centralidades geralmente acontece de forma orgânica, sem planos para viabilizar um futuro satisfatório para todos os seus moradores. Isso gera problemas como o trânsito, violência, poluição, desemprego, supervalorização dos terrenos e dos imóveis e a falta de infraestrutura em algumas regiões.
O cenário é preocupante principalmente porque o desenvolvimento vem se espalhando em direção às cidades de médio porte. De acordo com a pesquisa “Reflexões sobre os Deslocamentos Populacionais no Brasil”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são as cidades com menos de 500 mil habitantes que mais cresceram em densidade populacional na última década.
É público e notório o problema brasileiro referente à desordem na forma que está sendo utilizado o território do país, com megalópoles que não mais apresentam soluções em se tratando de urbanização, tão pouco que atenda aspectos mínimos de qualidade de vida ou ainda que pudessem comportar nem mesmo parte da população que lá habitam com alguma estrutura. Porém o problema fora disseminado há séculos ou mesmo na própria colonização quando as populações que vinham para habitar ou mesmo para trabalhar em prol do Reino de Portugal se concentrou em sua totalidade na região litorânea, isso não coincidentemente é onde aparece muitas dessas cidades das quais a concentração populacional se multiplicou de forma descontrolada.
A aglomeração em torno do litoral teve seu preço, que se fez desde a colonização, a Mata Atlântica é o mais desmatado dos biomas brasileiro teve seu território diminuído em 93% do total de sua área original ao longo dos anos, isso de acordo com o Portal SOS Mata Atlântica, esse desmatamento não só foi utilizado para abastecer os Reinos europeus nos primórdios da colonização, mas se passando os anos para dar lugar a casas, prédios, indústrias, e tudo aquilo que faz parte dessa nova realidade que perdura até os dias atuais.
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