O Desenvolvimento Americano

O desenvolvimento americano

O período entre 1850 à 1890 foi o mais importante para o desenvolvimento americano, devido a influência exercida pela América sobre o resto do mundo. Em 1851 o público europeu teve o primeiro contato com as ferramentas e os equipamentos americanos, na primeira exposição internacional – a grande Exposição de Londres. Os observadores europeus ficaram admirados com a simplicidade, a precisão técnica e a economia formal dos produtos americanos.

De acordo com o astuto Lothar Bucher, tudo nos equipamentos domésticos americanos exalavam o espírito de conforto e adequação a um propósito, e o conde Leon de Laborde, um observador francês, viu nos americanos uma nação industrial que estava se tornando artística. Gottfried Semper, um arquiteto alemão escreveu que embora houvesse poucas evidências de habilidades manuais na América, é lá que surgiria primeiro uma arte realmente nacional.

Um quarto de século mais tarde, na Exposição da Filadélfia de 1876, os observadores europeus que esperavam encontrar reflexos da moda europeia nos produtos americanos ficaram desapontados. Não encontraram atrativo algum, conforme relatou Jakob Von Falke, em alguns objetos de uso diário que segundo ele deveriam ser ricamente decorados. Por outro lado, aqueles observadores que não julgavam com base em padrões preconcebidos ficaram impressionados com a “beleza formal que o americano moldava suas ferramentas e seu maquinário.

Por volta de 1850, na América, todos os ofícios complexos, baseados em mão de obra especializada, se tornaram industrializados. A mudança se deu em parte por meio de novas invenções e métodos de organização. Novos utensílios foram introduzidos para aliviar o trabalho manual no preparo de alimentos, como o descascador de maças, por exemplo. Resumindo: na América os materiais eram abundantes e a mão-de-obra especializada era escassa; na Europa a mão-de-obra especializada era abundante e os materiais escassos. Isso explica as diferenças entre a estrutura das indústrias americana e europeia dos anos 50 em diante.

A instrução da industrialização nas atividades praticadas por mão-de-obra qualificada é muito mais evidente, entretanto, na introdução de um novo tipo de construção de madeira, utilizada em 60 e 80 por cento das casas nos Estados Unidos: a estrutura do tipo balão, que consiste na substituição do antigo método de construção com entalhes, juntas de espiga e encaixes, por pranchas delgadas e montantes, que alcançam toda a altura do edifício e são fixas somente por pregos. O inventor da estrutura tipo balão foi George Washington Snow e a primeira edificação dotada com este sistema foi a igreja de St. Mary, em Chicago no ano de 1833.

Algumas pessoas da época afirmaram que se não fosse pelo conhecimento da estrutura tipo balão, Chicago e San Francisco nunca teriam passado, em apenas um ano, de pequenas vilas a grandes cidades, como ocorreu, e que foi a contribuição mais importante para a arquitetura doméstica americana.