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O Edson Mahfuz Fala Sobre as Fachadas Contemporâneas

Por:   •  18/8/2020  •  Trabalho acadêmico  •  403 Palavras (2 Páginas)  •  198 Visualizações

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As fachadas representam uma das partes mais visíveis e importantes de um edifício. Robert Venturi declarou, na década de 60, que é nela que a arquitetura acontece, representando elemento catalizador das forças internas e externas, atuantes no projeto.

A fachada pré-moderna fazia parte do sistema de sustentação dos edifícios, explicando assim sua espessura, número e dimensionamento de aberturas. Constituíam essencialmente em um muro com aberturas, predominando sempre o cheio sobre os vazios.

O controle climático se dava pela espessura e emprego de um único material em sua construção. Em climas mediterrâneos as aberturas eram pequenas e poucas, enquanto em países de clima frio era adotado grandes aberturas para maior captação de luz.

No início do século XX, a fachada tradicional detinha grande força representativa: o edifício clássico é fundamentalmente uma caixa de alvenaria com aplicações de elementos de ordem clássica. No século XIX amplia-se o repertório ornamental, mas sua relação geral é mantida.

Na segunda metade do século XIX, a arquitetura passou por uma crise devido a alguns fatores: ter continuado presa ao sistema murário de construção de fachadas enquanto já existiam técnicas para construções menos maciças, além de não terem a mesma capacidade de comunicação de séculos passados.

Com o surgimento da arquitetura moderna, a fachada tradicional foi alterada radicalmente, marcando uma ruptura com o classicismo. A imitação foi substituída por uma ideia autônoma de forma, sem vínculos com nenhum sistema prévio ou exterior.

Essa ruptura metodológica veio acompanhada por uma transformação radical do artefato arquitetônico: enquanto na arquitetura clássica as diferentes partes que compõem o edifício convergem e se confundem com a estrutura formal, na moderna essas partes podem ser isoladas e abstraídas.

Nas primeiras décadas do século XX, o emprego da estrutura independente reverberou na ampliação de possibilidades projetuais das fachadas. Num primeiro momento, generalizou-se um aumento no tamanho e no número de aberturas por fachadas, conforme constatado nas obras de pioneiros como Wright, Perret, Le Corbusier, Mendelsohn e muitos outros.

É possível constatar nas obras desses arquitetos a diminuição dos trechos opacos de alvenaria, e num subsequente aumento de tamanho das aberturas, além da adoção frequente da horizontalidade na sua disposição.

A seguir, houve uma aplicação extensiva de vidro nas fachadas. No entanto fatores climáticos comprovaram a baixa eficiência térmica da adoção desse material. Na década de 1930 surge o brise-soleil, introduzido na arquitetura moderna em obras como o Ministério da Educação e Saúde, a Obra do Berço, a ABI e Aeroporto Santos Dumont.

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