O Junkspace, Rem Koolhaas

O autor utiliza das ideias apresentadas no texto para apresentar aos leitores o seu conceito de “junkspace” etimologicamente a palavra faz referência ao termo space-Junk, que seria o lixo jogado pelo ser humano no espaço. No caso o junkspace seria o espaço-lixo criado como resultado do avanço da arquitetura moderna, segundo o autor, esse seria o maior legado deixado pelo progresso modernista.

Seguindo as ideias do autor, com o avanço do modernismo e suas tecnologias, os espaços foram se tornando cada vez mais condicionados, tecnologias como a escada rolante e o ar-condicionado custam dinheiro e condicionam os ambientes, e os torna espaço-lixo, junkspace, fazendo com que a única e real intenção da construção desses espaços seja incentivar o consumo, gerar lucro.

Existe uma crença em que os espaços projetados pelos modernistas são espaços de fluxos naturais e livres, mas pela visão do autor, os fluxos no junkspace são totalmente condicionados. A circulação não serve mais apenas para ligar o ponto A ao ponto B, ela não segue simplesmente o caminho mais curto e agradável, a intenção da circulação é nos entreter com vitrines, lojas e comércios, como em um shopping por exemplo, onde a circulação te obriga a fazer longos percursos enquanto te apresenta todas as suas vitrines, utilizando da circulação como mais uma ferramenta do consumo. O mesmo exemplo pode ser aplicado aos aeroportos, que além de sua função básica de levar as pessoas até os terminais, aproveita de seu espaço extenso para prover caminhos cheios de opções de consumo.

O junkspace será a ruína da nossa sociedade. Koolhaas diz que metade da população polui para consumir e metade da população consome para poluir, porém a poluição física dos carros, fábricas e do lixo produzido pelo ser humano não é nada comparado a poluição que o junkspace está causado ao ser humano. Sociedades se utilizam dele como ferramenta política com a intenção de acabar com o senso crítico da população em nome do conforto e do prazer, criando coletivos de consumidores unidos não apenas por algumas preferencias em comum e sim por uma necessidade de consumir sempre as mesmas coisas e atender as expectativas impostas pela sociedade como tipo de roupas ideais, acessórios, modo de falar e de se comportar, tornando cada homem mulher e criança, mais um alvo do junkspace e diminuindo cada vez mais a individualidade de cada ser.