O Modelo de desenvolvimento urbano de São Paulo precisa ser revertido
Por: Fernanda Hermsdorf • 19/9/2016 • Resenha • 1.566 Palavras (7 Páginas) • 896 Visualizações
FIAM-FAAM Centro Universitário
CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO
DISCIPLINA: PROJETO DE URBANISMO E PAISAGISMO: BAIRRO
NOME: FERNANDA HERMSDORF R.A.: 623808-6
CÓDIGO: 044005 SEMESTRE: 4ºsemestre CARGA HORÁRIA: 80 HORAS
PROFESSOR(ES): DIEGO FERRETTO | JANAINA PERUZZO
TURMA: 018204 B10
FICHAMENTO
BONDUKI, Nabil. O Modelo de desenvolvimento urbano de São Paulo precisa ser revertido. São Paulo: Estudos Avançados, vol. 25, no.71. 2011. P. 23-36.
O Modelo de desenvolvimento Urbano de São Paulo precisa ser revertido
- O autor deixa claro que o urbanismo sempre esteve com dificuldades, entre sua pratica profissional, disciplinar, cientifica ou utopia.
- Os caminhos que levavam forças para o debate de novas ideias para o desenvolvimento urbano era lugares que reinasse paz, equilíbrio entre o construído e a natureza;
- Final do século XX essa utopia “desaparece”, dando lugar ao marketing urbano;
- Passou a vigorar uma descrença de que seria possível reverter;
- O individuo começa a buscar soluções individuais para as questões preocupantes;
- Condomínios fechados, carros blindados com ar condicionado, shoppings policiados e ambientes vigiados, isso só as pessoas das classes altas e médias tem acesso;
- Restante da população fica com o que “sobra” disso tudo, que são os muros.
- Essa parece a única saída para superar esse ambiente urbano;
- Na primeira década no século XXI mostra que essa lógica da segregação não garante segurança;
- A crise mundial do capitalismo (2008/2009) mostrou o que era óbvio, o mercado não pode correr solto sem a presenta do Estado para regular;
- Mas de vez o Estado estar ao lado do desenvolvimento com qualidade, atender todas as carências pensando nas pessoas, e não no fundo rentável disso, já teríamos o primeiro passo dado a melhora dessa urbanização.
- Todas essas ações individualistas, o “desenvolvimento a qualquer custo” gera todo esse desastre climático e caótico, e essas ações são insustentáveis para o futuro próximo;
- A conformidade das pessoas está mudando, novas esperanças estão ressurgindo. A mobilização está muito maior (redes sociais).
- Sem utopia não há urbanismo;
- Superar essa visão que temos hoje é preciso para que novas energias renasçam, uma dimensão passional capaz de convencer os cidadãos de que só os mesmos podem mudar os processos que parecem ser impossíveis.
- Poder publico tem papel fundamental, mas só isso não basta, o processo de planejamento tem que ser participativo.
A metrópole que temos
- Metrópole segregada sócio espacial – cidade dividida (ricos/pobres/miseráveis);
- A expansão urbana destrói áreas de proteção ambiental, gerando assentamentos precários, distantes e carentes de infraestrutura – baixa renda
- Condomínios fechados de alta e media renda, acessíveis apenas por meio de automóveis.
- Uso intensivo do automóvel;
- Afastamento entre o emprego e moradia;
- Encontrar um caminho que interrompa esse processo e minimizar os impactos socioambientais que hoje tendem a inviabilizar nosso futuro.
- Desigualdade territorial tem graves consequências para a mobilidade urbana;
- Foi criado um plano diretor estratégico em 2002, que apontou um caminho possível, embora tenha limitações cujos interesses nem sempre permitem alterações significativas no modelo urbano predominante, mas é um estudo avançado dos planos diretores implantados no Brasil;
- A busca de tudo isso é priorizar investimentos nas áreas mais carentes e usar os instrumentos tributários e urbanísticos para redistribuir riquezas, são grandes os desafios para minimizar essas diversas situações.
- Apoio da sociedade para reverter isso;
- Utilizar melhor o solo, que já estão urbanizados e os imóveis já existentes.
- Objetivo: consolidar um cinturão verde, de baixíssima densidade no entorno da região, impedindo que ela se conturbe integralmente com as outras aglomerações urbanas.
- O crescimento populacional tanto do município quanto da região metropolitana vem caindo significativamente e tenderá a baixar nas próximas décadas;
- Isso significa que a demanda por espações será relativamente menor;
- Alternativa: crescer pra dentro!, pois a cidade continuará solicitando áreas para empreendimentos, com a estruturação de regiões subtilizadas.
- Falta permeabilidade do solo;
- Pessoas que moram em São Paulo e querem fugir desse caos, compram casas distantes da capital, porem passam mais tempo no deslocamento casa-trabalho, que não conseguem deixar por completo a cidade, pois o trabalho está aqui, São Paulo é a cidade das oportunidades;
- as estratégias do P.D.E. deveria continuar mesmo quando o mandato do governo que o iniciou tiver fim, ou como sugere Nabil, colocar as estratégias em prática em um curto espaço de tempo.
Desafio para mudar o modelo urbano de São Paulo
- Solo criado;
- Reduzir as desigualdades;
- Levar mais infraestrutura para as áreas periféricas;
- Aproximar as residências nas áreas que concentram os empregos (centro expandido);
- Reduzir a necessidade e o tempo de deslocamento;
- Qualificação menos desigual dos espaços públicos;
- Os parques e os lazeres bem estruturados estão nos bairros de classes médias e altas, nas periferias as poucas áreas verdes estão depredadas;
- Favelas ocupam os espaços livres – passivo ambiental – isso precisa ser enfrentado: aumentar a permeabilidade do solo (problema: enchente);
- Objetivos do PDE: oito desafios-síntese:
- 1 – conter o processo de expansão horizontal da cidade;
- 2 – reduzir a necessidade de deslocamento, aproximando o emprego da moradia (polos de emprego);
- 3 – reestruturar o transporte coletivo e estimular sua utilização, coibindo o uso de automóvel;
- 4 – reabilitar e repovoar, com inclusão social, o centro metropolitano expandido e bairros consolidados, revertendo o atual processo de esvaziamento populacional (centro de São Paulo Metropolitano – centro de várias cidades);
- 5 – regularizar, urbanizar e qualificar loteamentos irregulares e favelas situados nas áreas periféricas (não dá para pensar em demolição);
- 6 – criar novas centralidades e estimular a geração de empregos nas áreas que se caracterizam como cidades-dormitório;
- 7 – conter o adensamento construtivo e estimular o adensamento populacional na área consolidada;
- 8 – valorizar e qualificar os espaços públicos, ampliar as áreas verdes, a arborização e a permeabilidade do solo.
Enfrentando os desafios
- Determinação do poder público;
- Ampliar o apoio da sociedade organizada, processo participativo;
- Cidadãos mais conscientes se tornem defensores dos principais eixos de transformação que devem ser buscados;
- Evitar o desperdício, aproveitar melhor e distribuir os recursos que temos (solo já urbanizado, evitar a expansão horizontal, imóveis já edificados);
- Misturar usos e classes para reduzir a necessidade de longos deslocamentos;
- Economizar água;
- Gerar menos lixo e recicla-lo;
- Equilibrar a relação entre o espaço edificado e o meio ambiente;
- Priorizar o transporte dos veículos que transportam mais pessoas;
- Proibir novos parcelamentos do solo;
- Com o crescimento populacional vem caindo, prevê-se menos membros por família, isso gera unidades habitacionais mais reduzidas. Classes médias e altas ocupam áreas extremamente privilegiadas da cidade.
- Apartamentos que ficam vazios na maior parte do dia;
- Novos empreendimentos criam verdadeiros clubes ocupando exageradamente o espaço urbano que poderia ser aproveitado melhor e essas pessoas utilizarem equipamentos coletivos como clubes privados ou públicos;
- Melhor aproveitamento das áreas já urbanizadas a necessidade de expansão seria muito menor;
- Trabalho, consumo e lazer próximos a moradia. Moradia associada a usos não residenciais (harmonia);
- Empreendimentos imobiliários com misturas de uso contribuem para deslocamentos ´pr distancias menores, e não criam verdadeiras “muralhas”;
- Reurbanizar as áreas de interesse social;
- Não deslocar as pessoas, reurbanizar de tal forma que não afete o patrimônio urbano e a memória, atrair moradores de baixa e média baixa rendas;
- Cidade pode se renovar sem demolir – crescer para dentro;
- Proposta do PDE reorganizar o sistema de transportes – pensando no coletivo, capaz de competir com o automóvel, chegar próximo às áreas de moradias;
- Alargamento da Marginal Tietê, alto investimento, priorizando o transporte individual. Agravou sérios problemas (transbordamento do rio);
- Além de acabar com a desigualdade sócio econômico, o desafio também é acabar com a desigualdade no transporte, não é só o pobre que utiliza transporte público. Essa é a condição fundamental para que um novo modelo urbano possa ser implantado em São Paulo.
Um outra cidade é possível ?
- Muitas mudanças em 8 anos;
- O crescimento econômico e o maior acesso da população aos bens de consumo (como o automóvel), assim como a excepcional elevação do crédito habitacional, processos que em tese são positivos, estão agravando o quadro urbano de São Paulo, pois ele incide em sobre uma cidade que continua crescendo com base em um modelo inadequado;
- Não dá para tirar esse poder que as pessoas adquiriram em conseguir seus próprios bens particulares;
- A cidade e o estado têm condições de investir para reverter esse modelo urbano;
- Não é falta de orçamento, falta participação dos cidadãos. Afinal a cidade existe para seus cidadãos.
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