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O PÓS-DITADURA E A TRANSIÇÃO PARA O PÓS-MODERNO NAS OBRAS DE CARLOS BRATKE – EDIFÍCIO PLAZA CENTENÁRIO

Por:   •  17/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.605 Palavras (15 Páginas)  •  231 Visualizações

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O PÓS-DITADURA E A TRANSIÇÃO PARA O PÓS-MODERNO NAS OBRAS DE CARLOS BRATKE – EDIFÍCIO PLAZA CENTENÁRIO.

RESUMO

O presente trabalho aborda sobre a trajetória de Carlos Bratke na arquitetura, sua importância referente à mesma e as consequências do fim da ditadura na produção que a sucedeu. Suas obras são caracterizadas pela experimentação tanto de materiais quanto de métodos, voltados a atender novas possibilidades arquitetônicas, dando-lhe um papel significativo na nova forma de pensar e “fazer arquitetura”, mostrando que a metodologia e a tipologia tornam-se um só, uma vez que, a tectônica é o próprio conceito. Além disso, busca entender os efeitos da sociedade de consumo e o papel crucial da globalização para com o desenvolvimento da arquitetura brasileira, através da análise das obras de Bratke.

Palavras-chave: Carlos Bratke, Materiais, Globalização.

  1. INTRODUÇÃO

A Ditadura Militar brasileira representou um intervalo de estagnação na evolução das produções arquitetônicas no país, o controle estatal limitava as obras ao estilo moderno, com o fim deste período tornou-se possível a volta da experimentação na arquitetura.

A arquitetura atual é cruzada por diversas linhas transversais, é uma arquitetura mestiça: de formação cosmopolita e atuação planetária. Distanciada dos experimentos radicais, não é uma arquitetura de ideias, e sim uma arquitetura de experiências: é pouco programática e peculiar a cada situação. (PEREIRA, 2010, p.311)

No mesmo período o mundo passava por uma transformação econômica, social, cultural e política de integração, universalizando não somente as relações, mas também a arquitetura como um todo, de forma que se tornou uma composição que supre as demandas impostas pela sociedade de consumo, deixando de lado a visão mais empírica (PEREIRA, 2010).

Como exemplo de forma estruturada a partir do período pós-ditadura abordaremos as obras de Carlos Bratke, especificamente sobre o Edifício Plaza Centenário, localizado na Avenida das Nações Unidas próximo à Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, onde se localiza boa parte da produção do arquiteto, em São Paulo/SP.  

2  METODOLOGIA

        Este artigo foi realizado por meio de estudos bibliográficos, artigos científicos confeccionados por outros docentes, vídeos e entrevistas com finalidade de coletar informações sobre o Edifício Plaza Centenário, a fim de analisar o tema do pós-ditadura e a consequência do Modernismo na arquitetura de Carlos Bratke. Após a pesquisa, os integrantes do grupo irão apresentar o conteúdo de forma resumida e didática para a maior compreensão da turma.

  1. RESULTADO

Desde 1922 o Brasil vinha passando por anos dourados, marcados por uma arquitetura típica nacional que era reconhecida e valorizada internacionalmente, o Movimento Moderno e sua busca ao pertencimento e inovações caracterizou as produções do país por muitos anos.

Entre a década de 60 a 80 o Brasil passou por uma fase significativa de transformações econômicas e sociais que redefiniu muitos aspectos do país, a Ditadura Militar, tal período foi caracterizado pela intensa repressão das artes e expressões críticas causando uma rigidez na produção.

 Os arquitetos, vistos na época como próximos da esquerda, começaram a ficar mais de escanteio, salvo algumas exceções. Os projetos arquitetônicos pararam de evoluir como no ritmo anterior, à medida que o sistema valorizava mais os engenheiros, menos ligados à esquerda, do que os arquitetos, que ficaram em segundo plano. (ROSSI, 2014, Figuerola, 2014) 

O controle ao pensamento crítico foi tanto que mesmo grandes universidades sofreram com afastamento de professores e diretores, ao mesmo tempo que o governo utilizava de seus frutos enfocando a questão da padronização, “a arquitetura brasileira se fechou defensivamente em seu passado. Ficamos condenados à arquitetura moderna, que se difundia dogmaticamente Brasil afora até se transmutar no formalismo oficializado por Brasília.” (FICHER, 2014, Figuerola, 2014).

Com o fim da Ditadura, em 1984,  tal repressão finalmente foi deixada de lado, abriu-se então espaço para novas possibilidades e alternativas na produção arquitetônica, isso ocorreu aos poucos, alcançando primeiro o interior do pais antes de chegar aos grandes centros, que tinham sido mais afetados, neste primeiro momento destacaram-se as produções de Minas Gerais, onde organizou-se o Congresso Brasileiro de Arquitetos em Belo Horizonte homenageando Vilanova Artigas, no qual participaram 4,5 mil arquitetos, “Foi um primeiro exercício prático visando ao renascimento da crítica - em substituição ao conjunto de arquiteturas "governamentais" vigente, caracterizado por um decadente International Style” (PODESTÁ, 2014, Figuerola, 2014).

A arquitetura pós-ditadura brasileira surge como uma crítica a esse conceito de obra do governo, pois tal homogeneidade estava entrando na monotonia, e não havia mais aura nem conceito em suas obras e cidades (MARQUES, 1999). Cria-se um novo pensar que se baseia na humanidade, onde sua organização passa a ser mista, a arquitetura começa a repensar os valores que antes haviam sido deixados para trás. Ela é mais popular, porém não deixa de fazer parte do capitalismo, ao contrário, adentra a cultura do consumo.

A demanda de obras pensadas de forma idealizada através do seu contexto comercial passa a aumentar, sua representação parte de um significado, a arquitetura não surge do nada, ela é uma transmissão de experiências vividas e conceitos formados que muitas vezes advêm da cultura local, não era seu objetivo voltar ao passado, mas aprender com ele o que realmente havia de valioso e indispensável, adequando a obra ao seu local e contexto de forma a atender as necessidades do capitalismo (PEREIRA, 2010).

Os principais representantes da arquitetura brasileira da época são: Botti e Rubin que afrontaram a ideia de separação da responsabilidade do arquiteto e engenheiro entre projeto e obra, acompanhando do início até a execução, com o uso de tecnologia e grandes planos de vidro, como na Sede da Localiza em Minas Gerais;

 Severiano Mario Porto com os seus modelos únicos de uma arquitetura sustentável, utilizando técnicas desenvolvidas por caboclos e ribeirinhos de uma forma inovadora para a arquitetura, como na Residência Robert Schuster em Manaus, de acordo com o mesmo (1985), citado por Jhones (2014, site Vitruvius) “a arquitetura deve responder às necessidades e às circunstâncias locais, esquecendo modelos importados de outras regiões ou de outras culturas dominantes”();

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