Obra do arquiteto brasileiro Attílio Corrêa Lima
Por: 0729282 • 26/2/2016 • Trabalho acadêmico • 1.683 Palavras (7 Páginas) • 707 Visualizações
Introdução
O presente trabalho aborda a formação acadêmica e a obra do arquiteto brasileiro Attílio Corrêa Lima (1901-1943) analisando, desde os seus conhecidos trabalhos na área do urbanismo, até os seus projetos de paisagismo e arquitetura, realizados em sua curta, mas intensa, carreira profissional. Formado pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e sendo o primeiro brasileiro diplomado em urbanismo pela Universidade de Paris, Attílio Corrêa Lima participou dos mais importantes projetos brasileiros entre 1932 e 1943. Os planos urbanísticos de Goiânia, Recife e Volta Redonda, e os projetos elaborados para os industriários, revelam um perfil profissional sintonizado com a modernidade. Sua formação clássica na linha da beaux-arts e uma pioneira evolução rumo ao Movimento Moderno são a tônica deste trabalho, que revela ainda dados inéditos de sua produção profissional e procura estimular a realização de outras pesquisas semelhantes.
Biografia Pessoal
Nome: Attílio Corrêa Lima
Nascimento: 08 de abril de 1901 - Roma, Itália.
Morte: 27 de agosto de 1943 (42 anos) - Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade: brasileiro
Ocupação: Arquiteto/Urbanista/Paisagista
Principais Trabalhos: Plano Urbanístico de Goiânia, Plano Urbanístico de Volta Redonda, Plano de Reurbanização de Recife, Estação de Hidro-aviões do Aeroporto Santos Dummont.
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Nascido dia 08 de abril de 1901, Attílio Corrêa Lima era filho do escultor e professor da Escola de Belas Artes do RJ, José Octávio Corrêa Lima com quem tinha uma relação de muito afeto e admiração. Nasceu em Roma porém foi registrado no Brasil. Attílio sempre estudou em colégio interno e por crescer no meio artístico se interessou pela arquitetura.
Se formou no Brasil em 1925 na Escola Nacional de Belas Artes e em 1927 ganhou uma bolsa para estudar Urbanismo na Universidade de Paris. Lá casou e teve um filho. Estudando Urbanismo tinha como principais influências Henri Prost e Toni Garnier. Porém não deixou de lado o lado da arquitetura, buscando sempre cursos para se especializar e aprender mais sobre essa área. Participou de muitas conferências de aprendizados sobre Arquitetura e Urbanismo e foi nessas conferências que conheceu Ernest May.
Na sua pós graduação em Urbanismo começou a estagiar onde tinha como mestre Alfred Agache e foi contratado pelo próprio para participar de sua equipe no Plano de remodelação do Rio de Janeiro. Sua tese foi sobre a cidade de Niterói onde ele fez um plano de urbanizar a faixa litorânea de Niterói. Porém esse projeto não saiu do papel.
Quando seu filho completou 1 ano, Attilio voltou ao Brasil com a família e no inicio morou no atelier do seu pai. Começou a licenciar na Escola Nacional de Belas Artes a convite de Lucio Costa como primeiro professor urbanista do Brasil. Sua vida docente começou no ano de 1931 e se encerrou em 1937.
Seu principal projeto foi a Construção da cidade Goiânia, onde foi escolhido pelo governador Pedro Ludovico Teixeira para fazer de uma fazenda a nova capital do estado de Goiás.Com todo o processo Arquitetônico e Urbanístico da cidade. Attilio abriu portas do Modernismo Brasileiro para a partir dele surgir outros arquitetos como Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Criou sua empresa onde tinha como sócio o arquiteto Paulo Antônio Ribeiro.
Pelo transporte precário da época a locomoção Rio/Goiânia era muito difícil. E foi por esse motivo que o arquiteto decidiu morar no canteiro de obras do projeto da nova capital com sua família. Seu projeto também teve limitações de materiais, mãos de obra e financeira.
A planta da capital foi projetada colocando o poder político centralizado. Para que ficasse claro que o poder estava presente ali naquela cidade. Cada detalhe foi pensado com a preocupação de deixar áreas verdes e livres.
Attilio criou o Plano Diretor, porém os irmãos engenheiros Coimbra Bueno modificaram seu projeto pensando apenas em criar lotes para vender, e retirando os verdes que Attilio se preocupou. E além disso se nomearam autores do Plano. Attílio entrou com um processo contra eles e para defender seus direitos, porém nunca teve o reconhecimento que realmente merecia.
Após esse episódio Attilio voltou com sua família para o Rio onde fez alguns trabalhos como a Estação de Cabotagem do Porto do Rio de Janeiro. Em 1937ganhou o concurso para o projeto da Estação de Hidroaviões do Rio de Janeiro (onde agora é o Aeroporto Santos Dumont). Também fez seu paisagismo. Projetou a residência de Roberto Marinho e o paisagismo da residência de Castro Maia e da Granja Comari em Teresópolis.
Na área do urbanismo fez o projeto da urbanização da cidade de Recife, porém esse não saiu do papel. Participou do projeto da cidade operária de Volta Redonda que foi concretizado em partes. Seu ultimo projeto foi a Fábrica Nacional de Motores, onde Attilio enviou os relatórios para inicio do projeto, porém faleceu logo a seguir.
No dia 27 de agosto de 1943 o arquiteto Attilio faleceu em um acidente de avião vindo de São Paulo para o Rio de Janeiro. Em meio a um nevoeiro o piloto do avião confundiu a iluminação da Escola Naval com a pista do aeroporto e se chocou com a torre da escola. Entre as vitimas estava o jornalista Cásper Lívero, o arcebispo de Sao Paulo Don Jose Gaspar da Fonseca e Attilio Correa Lima.
O arquiteto faleceu aos 42 anos e deixou sua esposa Olga Fernandes Corrêa Lima e um filho Bruno Correa Lima.[pic 5][pic 6]
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Biografia Profissional
Além de urbanista, Attilio Corrêa Lima foi também paisagista. Neste campo notabilizou-se por ter sido um dos pioneiros da integração de plantas tropicais e sub-tropicais em jardins públicos e privados. São projetos de sua autoria nesta área: Jardim da casa da família Matarazzo em São Paulo, jardim da família Marinho e parte do jardim da Granja Comary em Teresópolis, estado do Rio de Janeiro.
Outro de seus notáveis projetos foi o da estação de hidroaviões do Aeroporto Santos Dumont (1937), atualmente sede do INCAER, edifício de desenho simples e despojado, com dois andares conectados por uma escada espiral, e que trás consigo todos os cinco pontos da nova arquitetura, preconizados por Le Corbusier, sendo este um dos primeiros edifícios modernistas.
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