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Os Estudos dos Métodos de Avaliação Pós-Ocupação

Por:   •  15/5/2020  •  Artigo  •  3.166 Palavras (13 Páginas)  •  197 Visualizações

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Curso:

Arquitetura e Urbanismo

Disciplina: Avaliação Pós-Ocupação

Estudos dos Métodos de Avaliação Pós-Ocupação

INTRODUÇÃO:

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) pode ser definida como uma série de métodos e de técnicas para avaliar o desempenho em uso de espaços livres, edificações e ambientes construídos que leva em consideração o ponto de vista dos especialistas e também a satisfação dos usuários. Essa análise possibilita diagnósticos consistentes e completos sobre os aspectos positivos e negativos encontrados nos ambientes e que irão fundamentar as recomendações e as intervenções para os locais avaliados, sendo importante como ferramenta após a intervenção através de pesquisa por meio de questionários para verificar se os objetivos traçados durante a intervenção melhoraram a satisfação dos usuários.

A análise pode ser tanto espacial, quanto construtiva e procura destacar os erros e acertos, utilizando a participação dos usuários como elemento essencial, definindo diretrizes para novos projetos buscando como produto final a qualidade do processo construtivo e o bem-estar social.  Antes do desenvolvimento da pesquisa, deve-se estudar o ambiente em que a edificação se encontra, pois, isso permite um desenvolvimento melhor para a intervenção. Há inúmeras características que podem influenciar diretamente na satisfação dos moradores, como por exemplo a sua localização perante a cidade, se a edificação possui conforto ambiental – sendo esse um dos mais problemáticos, o custo de manutenção da moradia (água, luz, aluguel), os acessos aos meios de transporte públicos, a distância entre a moradia e o local do trabalho, segurança e etc.

De acordo com RHEINGANTZ et AL (2009) os métodos frequentemente utilizados são: Walkthroug, Mapa Comportamental, Seleção Visual, Entrevista, Questionário, Matriz de Descobertas e Observação Incorporada. Dessa forma a APO aprimora a visão interdisciplinar na arquitetura e no urbanismo, visto que seus métodos aproximam outras inúmeras áreas do conhecimento como engenharia civil e a psicologia ambiental, sendo essa última conhecida também como “Psicologia da Arquitetura”, sendo a forma como as pessoas percebem o ambiente, através das sensações que lhe são transmitidas no espaço.

Segundo Orntein e Romero (1992), no Brasil, a visão sistêmica do processo é incompleta, na medida em que existem poucas pesquisas voltadas para a fase de uso, operação e a manutenção, fazendo com que a vida útil desses espaços e edifícios tenham sua vida útil reduzida consideravelmente, pela ausência, desde o início de seus projetos, dessas análises preventivas. Além disso, é ignorado os fatos ocorridos em ambientes já em uso, formando assim um circulo vicioso, que pode ser rompido na medida em que mais profissionais busquem conhecer as edificações.

À vista disso, este trabalho delimita como problema de estudo a identificação dessas estratégias para orientar e compreender as necessidades dos usuários e melhorar os espaços ou edificações a partir de propostas para orientar futuras ações. “Assim é que a APO é um dos mecanismos mais eficientes de realimentação de projetos semelhantes e de controle de qualidade global do ambiente construído no decorrer de sua vida útil” (ORNTEIN e ROMERO, 1992, p.20). Através do estudo da percepção dos usuários podemos retroalimentar os projetos, buscando a satisfação do ser humano por viver num ambiente mais confortável e apropriado para as suas necessidades, fugindo de projetos repetitivos e incoerentes a muitas realidades (CERQUEIRA, 2001).

1. PROBLEMA DE PESQUISA:

O problema da pesquisa engloba quais os métodos e contribuições que a APO pode elencar através da verificação criteriosa de edificações em uso para o aprimoramento de projetos futuros, reconstituições, diretrizes projetais, entre outras finalidades.


2. JUSTIFICATIVA

De acordo com Ornstein (2016), a noção mais estruturada na elaboração de projetos que respeitassem diretrizes  de desempenho de edificações começou a ser explorada no Brasil a partir de 1980, e teve como foco a assertividade das propostas arquitetônicas reduzindo eventuais erros de projeto e execução, desperdício de materiais, ineficiência no atendimento funcional da tipologia produzida, além de apontamento para boas prática projetais como, a atenção à acessibilidade, conforto ambiental, segurança, infraestrutura, automação e tecnologia entre outros. Neste ponto, dentre os meios para a elaboração de projetos estruturados, correspondentes ás demandas técnicas e comportamentais impostas, os métodos de APO surgem como um conjunto de ferramentas essenciais para a verificação de tais desempenhos e realimentação do processo de projeto, a fim de criar diretrizes aplicáveis tanto em projetos a serem elaborados, quanto em intervenções naquelas edificações existentes.  

Quando nos debruçamos sobre os métodos de APO como, Walkthrough, mapa comportamental, poema dos desejos, mapeamento visual, mapeamento cognitivo, seleção visual, entrevistas e questionários, podemos observar uma das vantagens de sua aplicação que é o aprimoramento da visão interdisciplinar na arquitetura e urbanismo, isso se valida segundo Ornstein (2019), ao entendemos que o desenvolvimento das bases da APO fundamentaram-se em conhecimentos interdisciplinares como,  da própria arquitetura, tecnologia da arquitetura, engenharia civil, psicologia ambiental, antropologia, design, e no caso do Brasil em normas de desempenho, como exemplo a NBR 15575.

 Com isso, além da aplicação de multi-metodos que propiciam apropriação dos estudos de inúmeros especialistas, o interesse na aplicação e estudo das APOs também consiste na forma que é explorado o ponto de vista do usuário, prática que não é aderida por outras propostas de avaliação de edifícios construídos como a Crit, método desenvolvido no mesmo período que a APO onde, a visão do especialista estudioso prevalece e não ocorre uma abordagem direta sobre as experiências  da forma arquitetônica sob o usuário. Assim, quando comparados os resultados de ambos os métodos percebemos a importância de relevar as percepções do utente, pois é apenas na APO que obtemos diagnósticos consistentes que embasarão recomendações de soluções e diretrizes a serem elaboradas.

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