Paulo Mendes Mube
Por: Renan Fernandes • 2/12/2015 • Projeto de pesquisa • 1.488 Palavras (6 Páginas) • 707 Visualizações
[pic 1]
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
Paulo Mendes da Rocha
Museu brasileiro de escultura
MuBE
Renan Mazuchelli Fernandes 41226666
Turma A11
São Paulo
2015
PARTIDO ARQUITETONICO
Paulo Mendes evidencia o papel do museu na importância da divulgação da arte e do conhecimento, um agente de suma importância no caráter cultural e de grande importância para a criatividade humana. E um novo caráter da museologia, como novas formas capazes de promover o conhecimento na organização do espaço habitado e das cidades como eminentemente didáticos. A instituição que promoveu a construção do museu, que seria o museu da escultura e da ecologia, ciou uma importante questão a ser tratada: a integração da ecologia com a escultura. Resolver essa problemática demandou uma ótica da relação da escultura e o espaço urbano na gênese do que seria o jardim no Brasil colonial. Portanto captar a relação da natureza e o espaço urbano foi essencial, pois o espaço deveria aparecer como um belo jardim. Desde o princípio, essas condicionantes resultaram numa forma arquitetônica capaz de adequar essas ideias.
O recinto fica na esquina da Rua Alemanha com a Rua Europa, importantes eixos na cidade de São Paulo e como vizinho está o Museu do Som. Como parâmetros básicos e primordiais antes de se tomar uma decisão projetual. Com a ideia de manter um jardim nesta área, considerando o desnível de um metro ao longo da Rua Europa e dois metros e meio na Rua Alemanha, que resultam em três metros e meio. O conceito foi que na Rua Europa criara-se uma praça em nível.
Como um museu de escultura exigiria um enorme acervo, a intenção foi que o museu fosse capaz de gerir a escultórica na cidade de São Paulo. Portanto, seria um museu muito mais de exposições. A escultura ao ar livre, assim como destina-se um jardim, apresenta maior caráter urbano. Além de esculturas menores em espaço interno. A esta altura o museu, que encontra-se 70% no subsolo em relação a Rua Europa. A qualidade fundamental é orientar a implantação desse museu, sendo nítido para definir o local do museu. Marcar questões de escala e definir eixos de circulação da cidade.[pic 2]
A “pedra no céu”, como anuncia Paulo Mendes, foi colocada de maneira perpendicular, como uma forma de acentuar esses eixos fundamentais das vias de acesso. Recompondo o eixo da Rua Alemanha. Com uma construção extremamente singela, dá a dimensão de escala ao permitir permeabilidade visual com seu grande vão. Recobre duas praças, sendo a de cota inferior uma escadaria como uma arquibancada. Então são três patamares (esplanada nivelada em relação a Rua Europa, cota inferior e a cota de acesso principal pela Rua Alemanha. O monólito ou “pedra no céu”, interage, então, em três escalas com o transeunte. Como o museu está todo enterrado, a problemática da impermeabilização fora resolvida com um piso falso de um metro acima da estrutura. A lógica estrutural organiza-se com três pilares que comportam-se também como muro de arrimo e estão espaçadas em 18 metros. Sofrem contra flechas para o escoamento das forças e das águas.
Esse parque, que destina-se a exposição de esculturas, na parte de iluminação tem um problema muito sério. Embutida na laje do monólito, há diversificados e específicos modelos de iluminação. Além, o jardim, que é uma questão essencial no projeto, fora estudado com a equipe de Burle Marx, que fora conduzido de modo que o jardim não competisse com as esculturas apresentadas.
PARTIDO ESTRUTURAL
Mario Franco, responsável pelo cálculo estrutura, salienta a pejorativa distinção que normalmente adota-se perante arquiteto e engenheiro, um suposto antagonismo. O arquiteto como ser que cria obras elevadas, de grande arrojo, enquanto o engenheiro civil de mentalidade mais estreita, de pensamento linear conecta-se mais a tecnologia cortando as asas do arquiteto que intencionava em alçar voo. Remontando a história das construções essa distinção é recente e só apresentou-se quando as áreas foram subdivididas devido a percepção crescente complexidade executiva e teórica. Hoje são vários profissionais que operam como um corpo para executar um projeto.
Mario diz que quando Paulo chegou com a ideia de colocar uma pedra no céu, remontou à Galileu Galilei, que constatou que se houvesse uma figura humana em forma de gigante, seus ossos deveriam ser escalonados. Isso só seria possível caso sua estrutura fosse mais reforçada e/ou que os materiais fossem mais leves. Portanto, a pedra de Paulo deveria ser executada com muita perícia para que de fato a realidade não viesse a ruir.
Uma sessão transversal celular com paredes delgadas, como as aves: resistentes porém leves. O material deveria ser, também, diferenciado: concreto FCK 350 e o aço CP 190, capazes de uma resistência muito mais elevadas em relação aos materiais comumente utilizados em obras em concreto armado. Portanto, estrutura alveolar e materiais mais resistentes associados a técnica da protensão, que evitaria a flecha e o consequente rompimento da estrutura. Como ao longo dos anos a tendência natural da estrutura é deformar-se, executou-se uma contra flecha de 15cm. [pic 3]
Com diversas etapas de dimensionamento, o projeto é constantemente revisado, sempre buscando a leveza e resistência da estrutura. Por fim, chegou-se a viga caixão em concreto armado protendido. Sustentado por dois pilares, o ponto mais curto (cota da Rua Europa), apresenta quatro pontos fixos, enquanto o outro apresenta quatro pontos móveis. Como haveria também a problemática da, além da vertical, deformação horizontal, fora deixado um vão de 20cm para que macacos erguessem a grande viga para que a manutenção e substituição do neoprene. A impermeabilização teve de ser executada de tal modo que haja uma proteção principalmente das ferragens da estrutura, que por sempre exercer esforços, não pode ser danificada.
...