RESENHA ARQUITETURA E URBANIZAÇÃO CONTEMPORÂNEAS

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

ARQUITETURA E URBANISMO

ARQUITETURA E URBANIZAÇÃO CONTEMPORÂNEAS

ALUNA: HELENA DE OLIVEIRA COELHO

PROFa.: GABRIELA PIRES MACHADO

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FICHAMENTO

“Ideias para adiar o fim do mundo”, de Ailton Krenak

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O que Krenak, um dos maiores pensadores indígenas atuais, argumenta no seu livro “Ideias para adiar o fim do mundo” pode ser considerado um dos maiores debates da humanidade desde que a industrialização tomou conta da Terra. A relação humano-natureza há tempos vem traçando um curso de “fim do mundo”, e é exatamente nisso que se baseia toda a discussão de Krenak, a intensa exploração humana sobre a natureza, nos colocando a pensar da capacidade do homem de se autodestruir.

Krenak também aponta que existem diferentes tipos de “proveito” da Terra. O ser humano, desde o início dos tempos, usa de recursos da natureza para sobreviver e cria uma relação de divindade maternal com a Terra, e o autor nos relembra que ainda existe essa relação íntima com o planeta dos chamados “sub-humanidade”, ou seja, grupos indígenas e etc. Por outro lado, a “humanidade homogênea”, ou seja, nós consumidores excessivos, somos os parasitas trazido pela modernidade e industrialização que está provocando sua própria destruição por usar da Terra como se a mesma obtivesse recursos infinitos, sem saber diferenciar “sustentabilidade e conservação” de “atraso no tempo e preservação”.

O autor também discute no decorrer do texto a forma como os economistas vêem a questão da sustentabilidade como um mito, uma simples narrativa esplanada por organizações para “atrasar o desenvolvimento da humanidade”. O autor passa o texto todo nos relembrando de toda relação íntima dos povos indígenas - e relacionados - com a Terra e seu intenso maternal significado - como conta o caso da relação do povo Krenak com o Rio Doce, chamada de Wantu/avô -, comparando isso com a forma como os economistas não conseguem destrinchar esse vínculo cultural com a extração de recursos naturais.

Com isso, Krenak complementa que o fim do mundo pode ser visto de muitas maneiras diferentes, não sendo apenas um receio específico do Antropoceno e de nós ditos sociedade civilizada, e seu adiamento está fortemente vinculado com a ideia de superação e recuperação, de não desistir. Ele compara essa resistência com a corrente luta dos povos indígenas para reconhecimento e respeito da sua cultura e lugar na sociedade organicista. Podemos provar, com a leitura de Krenak, que é através da junção dos diferentes grupos da sociedade, sejam eles indígenas, ambientalistas, cientistas, leigos e pessoas que estão dispostas a lutar, que manteremos essa ideia de fim de mundo fora do campo da prática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

* KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. ed. Companhia das Letras, 2019.