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Reflexos da Revolução Industrial

Por:   •  11/12/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.848 Palavras (8 Páginas)  •  405 Visualizações

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Reflexos da Revolução Industrial

Victória Lucena Vieira [1]

Introdução

Com o intuito de entender o reflexo do processo da urbanização nas áreas comuns e sociais na cidade, buscamos voltar ao passado, na origem da cidade e no contexto histórico da suburbanização, onde focamos no seu pioneirismo, ou seja, na Revolução Industrial, para que a partir de então, através deste trabalho possamos definir as noções dos efeitos que influenciaram a cidade que conhecemos hoje, usando de forma generalizada, o Brasil e a cidade de Lages pra citar exemplos.

Problema de pesquisa: No que a Revolução Industrial influenciou na cidade e na habitação social que conhecemos hoje ?

A cidade

A cidade surgiu através das necessidades básicas (água, comida e etc.) do homem, sendo que, anteriormente, eles mudavam-se com frequência de um lugar para o outro por consequência do alimento se tornar escasso em cada lugar. Logo, a população começou a desenvolver o sistema plantio e, cultivando a terra conseguiram garantir sua sobrevivência e iniciar o comercio com o que sobrava sem se deslocar de um lugar para o outro. Assim, começaram a se instalarem perto de rios, onde garantiam água e  terra fértil, formando a partir de aglomerados populacionais e núcleos de pessoas, as cidades. Esse fato pode ser medido a partir de Lynch (2012, p.11), onde nos fala que “[...] as primeiras cidades surgiram apenas depois de uma revolução agrícola, durante a qual as plantas e os animais foram domesticados e surgiram pequenos povoamentos permanentes de agricultores”.

As cidades exercem dentro delas inúmeras atividades, sendo que, inseridas nelas também existem uma variedade de pessoas, onde mais precisamente há uma mescla de raças, cores, cultura e religiões. A cidade cresce constantemente, o crescimento populacional e demográfico andam junto na configuração da cidade e, consequentemente afetam cada vez mais a vida humana. Diante disso Lynch (2012, p. 7) complementa que:

As cidades são demasiado complicadas, escapam em demasia ao nosso controle e afectam demasias pessoais, que, por sua vez, estão sujeitas a demasiadas variações culturais, para permitirem uma resposta racional. As cidades, tal como os continentes, são simplesmente enormes factos da natureza, aos quais temos de nos adaptar.

A Revolução Industrial

Final do século XIX, sendo a mais profunda mudança social da história, lembrada pelo grande ápice no crescimento econômico,onde ocorreu a mudança em massa das pessoas para a cidade, com isso a substituição da economia rural pelas fábricas urbanas.

[...] é a partir de certo momento da história que as cidades passam a se organizar em função do mercado, gerando um tipo de estrutura urbana que que não só opera uma reorganização do seu espaço interno, mas também redefine todo o espaço circundante, atraindo para a cidade grande populações. (ROLNIK, 2012, p. 33).

A população cresce constantemente, refletindo então, no crescimento urbano sem planejamento e, com essa nova economia, a fábrica, a estrada de ferro e o cortiço tomam conta do cenário nas cidades, formando o novo complexo urbano que passava por cima das pessoas esquecidas que sofriam com essa drástica mudança na maneira de viver.Mumford, 208, p. 484 diz que “O industrialismo, a principal força criadora do século XIX, produziu o mais degradado ambiente urbano que o mundo jamais vira”.

Nenhuma autoridade se fazia sentir no sentindo de concentrar as fábricas numa determinada área, segregar as indústrias mais pestilentas ou barulhentas longe das habitações humanas[...] lugares destinados à moradia eram, muitas vezes, situados dentro dos espaços que sobravam entre as fábricas, galpões e pátios ferroviários ou junto das usinas siderúrgicas. (MUMFORD, 2008, p. 498)

A ambição de crescer através da nova economia, e de ter um mercado consumidor superava qualquer limite e deixava cada vez mais de lado o necessidade do bem estar humano deixando a cidade sem planejamento funcional, aonde as áreas destinadas a moradia e a fábrica, dividiam o mesmo espaço. Contudo, através desse caos a necessidade um planejamento urbano que atendesse mesclar o crescimento econômico com os problemas da sociedade crescia constantemente e por decorrência deste contexto, a partir de então os primeiros ideais urbanísticos surgiram com diversas manifestações. Françoise Choay (2013) explica que o urbanismo sempre apareceu por querer resolver algum problema, e que neste caso, o problema é sobre reflexo da revolução industrial na cidade. Essas manifestações visavam a organização do espaço, separando as demais zonas para melhor atender o Homem.

                         Figura 1 – A fabrica tomamndo conta do cenário na cidade

[pic 1]

                                   Fonte: Revolução Industrial, Google imagens [2]

                                                Figura 2 – A estrada de ferro

[pic 2]

                            Fonte: Revolução Industrial, Google imagens [3]

                                                                     Figura 3 – O cortiço[pic 3]

                                   Fonte: Revolução Industrial, Google imagens [4]

No Brasil, Neste mesmo cenário de influência da Revolução Industrial,a busca de resolver os problemas habitacionais deram origem aos modelos de moradia para os operários e, baseando-se nos estudos de Bonduki (2013) a habitação desses operários eram produzidas pelos setores privados, ou seja, pelas fábricas e indústrias, onde as vilas começaram a marcar a habitação social da época.

Suburbanização

Com a abundância de espaços livres além da cidade e o difícil acesso a habitação no centro da mesma, devido a questões de altos preços e carências de novos locais com que possam propor providencias adequadas pra morar, a população, consequentemente  começa a se descentralizar do núcleo urbano principal avançando para fora dos limites da cidade, ou seja, acontece o avanço da cidade pra a periferia gerando novos núcleos urbanos e, por fim, dando início ao processo de suburbanização que transformou estruturalmente as cidades.

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