Resenha: Corpografias urbanas e documentário My playground
Por: Gustavo Carneiro • 30/9/2016 • Resenha • 559 Palavras (3 Páginas) • 555 Visualizações
Resenha: Corpografias urbanas e documentário My playground
A compreensão entre as relações do corpo e cidade ainda tem sido bastante negligenciada na história do urbanismo e das cidades. Os estudos do corpo influenciaram os estudos urbanos e que corpo e cidade são uma junção, ou seja, além dos corpos ficarem inscritos e contribuírem na formulação do traçado de cidades, as memórias das cidades também ficam inscritas e contribuem na configuração do nosso corpo. A cidade muita das vezes é lida pelo corpo como conjunto de informações que condicionam ao interativo, assim o corpo expressa toda essa interação.
A corpografia das cidades seria uma cartografia corporal, ou seja, parte da experiência urbana fica inscrita, na temporalidade do corpo que experimenta a arquitetura e o urbano.
Esse estudo nos possibilita uma proximidade na relação entre corpo e cidade, assim podendo contribuir no questionamento e crítica para buscarmos formas alternativas de especular o urbano, os corpos e as próprias memórias, assim podendo surgir perspectivas mais incorporadas aos estudos históricos das cidades e do urbanismo.
A cidade é lida pelo corpo fazendo com que o mesmo consiga expressar e sintetizar um conjunto de condições interativas que é chamado de corpografia urbana. Parte da hipótese de que a experiência urbana fica inscrita em parte do tempo ou no próprio corpo daquele que a experimenta, é dessa forma a definição do involuntário o que pode ser determinante nas cartografias. É importante diferenciar cartografia, coreografia e corpografia.
Cartografia é um tipo de atualização do projeto urbano, coreografia pode ser vista como um projeto de movimentação corporal e corpografias é a reflexão sobre o urbanismo, através do desenvolvimento de outras formas, corporais ou incorporadas.
Esse tipo de experiência, do corpo com o cotidiano, poderia ser estimulado, assim mobilizando as percepções corporais mais complexas. Os praticantes e usuários das cidades atualizam os projetos urbanos e o próprio urbanismo, através da prática vivenciada ou experiência cotidiana dos espaços.
São as apropriações e improvisações dos espaços que legitimam ou não aquilo que foi projetado, ou seja, são essas experiências do espaço pelos habitantes, que reinventam esses espaços no seu cotidiano.
O ato de experimentar a cidade como nos é mostrado no documentário My playground faz com que a cidade torne um grande parque de diversão fazendo a interação do corpo com a arquitetura. Os que partem do princípio de que uma experiência corporal, não pode ser reduzida a um simples espetáculo, imagem ou logotipo, consegue experimentar e aproveitar muito mais a cidade que deixa de ser um cenário espetacular no momento em que ela é vivida.
O documentário celebra o fenômeno da Parkour um esporte não competitivo, onde os participantes percorrem edifícios, telhados e paisagens tentando explorar obstáculos utilizando apenas seus corpos. E nos mostra também que quando um edifício é feito ou um espaço urbano contribui para a vida futura da cidade com cultura, lazer e modo de vida, faz com que as pessoas observem e sintam de uma maneira diferente evoluindo a interpretação da arquitetura para expansão do reino das possibilidades.
A incorporação da história das cidades e do urbanismo e a corpografias, ganhamos
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