Resenha Ensaio sobre o pensamento urbanístico
Por: Lauane Sena • 9/12/2017 • Resenha • 794 Palavras (4 Páginas) • 872 Visualizações
KOHLSDORF, Maria Elaine. Ensaio Sobre o Pensamento Urbanístico. Universidade de Brasília / Faculdade de Arquitetura e Urbanismo / Programa de Pós-Graduação. Brasília, outubro de 1996.
Com o objetivo de fazer um levantamento do pensamento urbanístico, Maria Elaine Kohlsdorf no texto “Ensaio sobre o pensamento urbanístico” volta o olhas para o processo urbano e aborda algumas vertentes do pensamento urbanístico.
O texto é bastante expositivo, com alguns traços cronológicos, visto que a autora inicia falando do período que antecedeu a Revolução Industrial, depois do período que compreende a Revolução e do nascimento de vertentes do pensamento urbanístico e por fim das vertentes que sucederam a revolução. A autora aborda a questão urbanística e seu desenvolvimento, como as cidades eram organizadas, como se dava esse processo de organização e desenvolvimento e como as cidades podem ser classificadas.
Segundo Kohlsdorf, antes da Revolução Industrial não há muitas pesquisas que se dedicaram ao pensamento urbanístico, visto que não havia uma preocupação com os planos e projetos urbanos. Um dos autores que servem de base para Kohlsdorf é Gallantay, que classifica as cidades-novas em quatro tipos: novas-capitais, cidades-colônia, cidades industriais e cidades de descentralização.
As novas capitais surgem a partir de um novo Estado ou por razões políticas. As questões sociais nesse tipo de cidade não estavam entre as preocupações, embora atraísse a população pobre que buscava oportunidades de emprego. As pessoas que detinham de um poder econômico maior era atraídas pela possibilidade de fazer parte de um grupo de poderosos. A gestão do espaço nessas cidades era centralizada e podia ser ocupado de duas formas em malhas ortogonais ou em malha em mandala.
Diferente das cidades-capitais, as cidades colônia surgem de políticas de colonização com o objetivo de explorar recursos naturais ou humanos. Com a necessidade de cidades-colônias mais fortificadas surge a profissão do planejador de fortificações, sinônimo de planejador de cidades. Um pouco depois houve também o surgimento da profissão de urbanista, estimulado pelo processo de industrialização.
E por último, tem-se as cidades-industriais, que foram as primeiras vilas operárias e as cidades descentralização, caracterizadas pelo desenvolvimento urbano em regiões alternativas, new towns e cidades—gêmeas ou paralelas
A industrialização promoveu a reflexão sobre a questão urbana e com isso houve o aparecimento de vertentes do pensamento urbanístico. A primeira delas, o progressismo, apresenta uma visão idealista, de acordo com a autora. Aceita a modernidade e recusa o passado, que enxerga como fonte dos problemas. E apresenta um modelo de cidade ideal com características que abrange vários aspectos da sociedade, utilitário, social e estético.
De acordo com a autora, essa vertente se traduz em um modelo muito rigoroso, visto que é todo padronizado e encara o urbanista como conhecedor da verdade e capaz de organizar a cidade e trazer o equilíbrio e felicidade para seus habitantes.
Já o culturalismo, tem como objetivo resgatar o passado. Como uma estratégia de reconquistar as qualidades urbanas que acredita que foram perdidas com a industrialização. Caracteriza a cidade a partir da cultura, tendo a arte como principal elemento. De acordo com a autora, o culturalismo é a fuga de uma atualidade não aceita.
Assim como o culturalismo, o anti urbanismo ou naturalismo, também negava a cidade industrial, mas nesta vertente responsabilizava a industrialização pelo afastamento do indivíduo da natureza. De acordo com a autora, essa vertente foi uma contribuição importante para a discussão da cidade e do urbanismo, embora o modelo proposto foi utópico e difícil de ser concretizado.
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