Resenha Crítica de Urbanized, 2011
Por: junior6244 • 18/5/2019 • Resenha • 817 Palavras (4 Páginas) • 1.098 Visualizações
AV1: Resenha crítica do filme "Urbanized" de Gary Hustwit (2011).
O filme/documentário, feito em 2011 e dirigido por Gary Hustwit narra o planejamento de cidades utilizando estratégias acerca do desenho urbano e narra a problemática da superlotação das cidades: segundo estimativas, 75% da população viverá nos meios urbanos até 2050, o que acarreta discussões sobre mobilidade, habitação social, espaços públicos de qualidade, políticas de segurança pública e cidadania.
É relatado no documentário como é a identidade de cada núcleo urbano segundo seus padrões de construção, a divisão espacial, elevação dos edifícios e onde são instalados. O desenho urbano é montado por grupos multidisciplinares de pessoas (arquitetos, desenvolvedores, agências governamentais e o público) trabalhando por um bem único: a melhora da vida nos grandes centros urbanos.
Com todo o desenvolvimento das tecnologias e gestões para o crescimento das cidades, seria o ideal que as populações do mundo todo pudessem residir nestas, sendo as mesmas bem infra-estruturadas, o que ainda não acontece. Mumbai por exemplo abriga grande parte da população em favelas, não tendo estruturas suficientes para dar conforto e saneamento básico para seu povo. Estão longe de viver da mesma forma que os grandes centros, ressaltando o fato de que sua população é projetada pra que dentro de alguns poucos anos seja equivalente à de Nova York e Londres juntos. O fato de as favelas estarem presentes lá faz com que estas sejam partes de sua identidade.
Com o cenário de comunidades de baixa renda se tornando comum, em Santiago, Chile, foi utilizado o que é chamado de Design Participativo, onde houve o aproveitamento do espaço na qual esta população morava, e com subsídios do governo parte das habitações foram erguidas e repassadas às famílias que ali viviam e, em contrapartida, parte das contruções foram projetadas para serem terminadas por seus proprietários de acordo com suas necessidades e tempo - Alejandro Aravena é conhecido por ser grande nome nessa modalidade construtiva.
Durante o documentário pôde ser percebido que diferentes civilizações possuem diferentes métodos de planejamento de acordo com suas localizações, origens e culturas, onde lugares com as vias bem pavimentadas são de uso público (pedestres e ciclistas) e as vias expressas de automóveis são colocadas em segundo plano e por isso, em sua grande parte nem são asfaltadas. Exemplo disso pode ser visto em Copenhague, onde há incentivo ao tráfego de bicicletas e portanto conta com ciclovias bem projetadas em todo seu território, de forma que os carros estacionem ao seu lado, ao longo de sua extensão, criando uma “barreira de proteção” à quem pedala. Esse simples projeto trouxe às ruas pessoas que teriam medo de usar as bicicletas no trânsito, já que a forma como estão no tráfego se tornou mais segura.
Em outros momentos, o debate acerca da segurança pública é relevante, o que se concretiza com a criação de parques bem iluminados e que atuam como espaços centrípetos no ambiente ou mesmo sistemas de segurança, como os utilizados em grandes eventos tal como a Copa do Mundo ou Jogos Olímpicos. Ademais, é utilizado o termo "olhos da rua", o que caracteriza a observância das pessoas em suas casas para o espaço público e vice-versa com as chamadas fachadas permeáveis.
Não obstante, outra característica marcante presente no documentário é a possibilidade de personalização dos espaços públicos, o que se mostra através de um projeto, em Nova Orleans, onde a população levanta questionamentos acerca do que falta nas cidades e sobre melhores usos de espaços abandonados. Ainda no tocante, em Brighton na Inglaterra, as ruas foram pintadas, o que denota o caráter personalizável da cidade.
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