Resenha – O Inconsciente estético, de Jacques Rancieíta
Por: Lorenadrud1 • 27/2/2018 • Trabalho acadêmico • 522 Palavras (3 Páginas) • 460 Visualizações
Resenha – O Inconsciente estético, de Jacques Rancière
Aluna: Lorena Oliveira Drumond Albuquerque (uc14100812)
O autor, em seu prólogo, começa dizendo que ao se trabalhar com o inconsciente em sua obra, não irá analisar a psicanálise de Freud mas sim, trabalhar a parte estratégica do pensamento ao se interpretar um texto, uma obra ou até mesmo os sonhos -pensamento inconsciente.
Esse pensamento inconsciente, que é a relação do pensamento com o não pensamento, foi um estudo que se desenvolveu na área da estética. O autor nos trás a seguinte explicação sobre ela “Estética designa um modo de pensamento que se desenvolve sobre as coisas da arte e que procura dizer em que elas consistem enquanto coisas do pensamento. ”
No capítulo 1, começa-se pela análise de dois dramaturgos trabalhando em épocas diferentes no roteiro de um “tema defeituoso”, que é a história de Édipo. Ambos não viram defeito na temática de incesto e na maneira que o personagem fura os olhos, mas sim no modo que isso é contado ao espectador logo de início, sem nenhuma trama ou expectativas. Isso vai de contrário com às afirmações de Freud, pois não é um bom suspense, uma boa progressão dramática quanto ao desvelamento da verdade para o herói e para o espectador.
Já no segundo capítulo, é falado sobre a Revolução estética, que segundo o autor, nesse contexto pode ser dada por ” um regime de pensamento do poema que recusa o roteiro edipiano. Mas a formulação pode ser invertida. Para que o privilégio desse roteiro seja enunciável, é preciso que seja revogado esse regime de pensamento das artes, esse regime representativo que também implica uma determinada ideia de pensamento: o pensamento como ação que se impõe a uma matéria passiva [...] ou seja, a abolição de um conjunto ordenado de relações entre o visível e o dizÍvel, o saber e a ação, a atividade e a passividade. “. Segundo o autor, a psicanálise surgiu num período onde a medicina e a filosofia andaram juntas, tratando o pensamento uma questão de doença e vice-versa, sendo ambas são solidárias com a questão da arte. Ele afirma também, que se Édipo é um herói exemplar, é porque sua figura ficcional emblematiza as propriedades que a revolução estética atribui a essas produções. “Édipo é aquele que sabe e não sabe, que age absolutamente e que padece absolutamente. ” e essa dualidade é o que a estética nos traz como ser arte.
Há uma comparação entre a história de Édipo com o “Verdadeiro Homero” de Vico, onde o principal alvo principal dele não é exatamente uma "teoria da arte", mas um problema teológico-poético.e a figura de Édipo, tem como antecedente essa figura hermenêutica do "verdadeiro Homero". A arte tem por fim nos trazer uma identidade de um procedimento consciente e de uma produção inconsciente, de uma ação voluntária e de um processo involuntário. As identidades podem ser logos no pathos (pensamento no não-pensamento) ou, inversamente, como imanência do pathos no logos (não-pensamento no pensamento)
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