Resumo Texto Viva Dubugras
Por: luizapcunha • 24/11/2018 • Abstract • 457 Palavras (2 Páginas) • 184 Visualizações
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A autora Sylvia Ficher, como cronista da arquitetura brasileira e incentivada pelo professor Nestor, escreve o texto com a intenção de historiar a pesquisa a respeito do francês Victor Dubugras. Dentre os feitos do engenheiro que exerceu com êxito o papel de arquiteto numa época em que quase não se havia arquitetos diplomados, está o talento artístico, principalmente como aquarelista; a importante posição de suas obras nas tendências mais avançadas da arquitetura europeia em sua geração e sua participação na modernização dos programas residenciais em São Paulo.
Os aspectos mais observados em suas obras eram a maestria nas proporções, a renovação de partidos e a qualidade técnica da construção, essa última diretamente relacionada com a presença de Dubugras na Politécnica, ainda que sem diploma, pois iniciou na profissão por meio do aprendizado tradicional, ou seja, a prática como procedimento natural de acesso à profissão. Durante a vida profissional, o engenheiro passou por alguns escritórios, dentre eles, o do aclamado Ramos de Azevedo. Além disso realizou diversos trabalhos para o prefeito e futuro governador de São Paulo, Washington Luiz, incluindo algumas de suas obras mais famosas no estilo neocolonial, os 6 monumentos do Caminho do Mar, ao longo da rodovia que conecta Santos a São Paulo. Outra obra muito conhecida foi a estação de Mairinque, analisada pelo também engenheiro e discípulo de Victor Dubugras, Pujol Júnior, como sendo “original, racionada, elegante e simples, adaptando-se à maravilha ao material empregado” (1908, p.189). O material empregado ao qual refere-se Pujol, é o concreto armado em suas primeiras aplicações no Brasil.
Quanto ao estilo arquitetônico de Victor Dubugras, muito se é falado e não é possível definir com exatidão com qual movimento o engenheiro mais simpatizou. De fato, Dubugras possuía um talento diferenciado e muita criatividade, que o permitia “embaralhar” as linguagens arquitetônicas, como ocorre na Vila Flavio Uchôa, que possui um exterior romântico e gótico e seu interior trabalhado no art nouveau; inclusive a autora o equipara a Antoni Gaudí no uso da arte nova ou estilo moderno (caracterizados por possuírem tendências anti-historicistas). Apesar de Dubugras nunca haver abandonado os diversos estilos clássicos, como exemplificado na Faculdade de Medicina da Bahia, cujo classicismo impecável e a pouca ornamentação demostram seu princípio racionalista, pode-se dizer que o engenheiro teve ligações com o grupo modernista articulado a partir da primeira década do século XIX e nítida tendência neocolonial em algumas de suas obras.
A ilustre participação deste engenheiro na construção da arquitetura genuinamente brasileira é de grande importância, e infelizmente nos resta lamentar que de obras tão magnas pouco resta, pois, grande parte das construções de Victor Dubugras já foram demolidas. Felizmente a família cresceu na arquitetura e alguns descendentes do engenheiro ainda mantêm seu espírito arquitetônico nos escritórios da família Mackay Dubugras no Brasil.
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