Resumo conjunto Prefeito Mendes de Moraes
Por: teufreitas • 1/12/2016 • Trabalho acadêmico • 2.565 Palavras (11 Páginas) • 539 Visualizações
INTRODUÇÃO
A necessidade de se construir conjuntos habitacionais, até os dias de hoje, que buscam acima de tudo, um novo tipo de estrutura social e que abordem aspectos relativos não apenas às moradias em si, mas também à vida em comunidade, trazendo à tona a existência de uma obra que foi capaz de mostrar de maneira qualitativa a essas preocupações. O Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Moraes, o Pedregulho, é um grande exemplo no Brasil de construção civil com ações político-sociais, constituindo-se uma unidade residencial autônoma, provida dos serviços comuns necessários à vida diária de seus habitantes, o conjunto residencial Pedregulho, situado no bairro industrial de São Cristóvão, foi projetado com a finalidade de proporcionar aos servidores municipais de baixa renda habitação barata e situada próxima aos locais de trabalho.
Tanto com relação aos espaços de moradia, quanto aos espaços destinados ao lazer, todo cuidado adotado com os detalhes do projeto, denotam uma preocupação singular evidente nessa arquitetura, da transformação do homem através da sua qualidade de vida. Esse desafio de moradia econômica, aliado ao projeto de desenvolvimento de habitação social mostra que a resposta de Reidy foi exemplar, onde ele buscou racionalizar os espaços, porém, enriquecendo nos detalhes.
CONJUNTO RESIDENCIAL PREFEITO MENDES DE MORAES (PEDREGULHO)
O Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, mais conhecido como Pedregulho, foi projetado e idealizado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy e dirigido pela engenheira Carmen Portinho, com o objetivo de abrigar funcionários públicos do então Distrito Federal. Localizado no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro. O conjunto é popularmente chamado “Conjunto Pedregulho”, pelo fato de estar implantado na encosta oeste do Morro do Pedregulho.
Esta obra compõe a fase social da arquitetura de Reidy, ao lado da Unidade Residencial da Gávea e do Teatro Armando Gonzaga, no bairro de Marechal Hermes.
- AUTORES DO PROJETO
Affonso Eduardo Reidy nasceu em Paris, em 1909, porém fez sua carreira no Rio de Janeiro, onde faleceu, em 1964. Antes mesmo de se formar na Escola Nacional de Belas Artes, em 1930, foi estagiário do urbanista francês Donat Alfred Agache (1875-1934), responsável pela elaboração do plano diretor da então capital federal. Reidy tornou-se professor logo após concluir o curso e em 1931, venceu, com Gerson Pompeu Pinheiro (1910-1978), o concurso para a construção do Albergue da Boa Vontade, seu primeiro projeto construído, e uma das obras pioneiras do modernismo no Rio de Janeiro.
O Pedregulho foi elogiado por Max Bill, em 1953, e por Le Corbusier, em uma de suas passagens pelo Brasil em 1962, marcou um momento de reconhecimento internacional das obras arquitetônicas e urbanísticas de Reidy.
O conjunto na verdade, foi a primeira grande obra projetada por Reidy, juntamente com ele havia a engenheira e urbanista Carmen Portinho que esteve quase sempre á frente da idealização deste complexo, ela também era diretora do Departamento de Habitação Popular (DHP) do então Distrito Federal e após estágio realizado na Europa em tempos de pós-guerra trouxe com ela o inovador conceito de Unidades de Vizinhança da Inglaterra.
Reidy impôs, como excelente arquiteto que era, a característica de buscar soluções integradas que atendessem ao ponto de vista social. Foi o primeiro conjunto construído no Brasil com uma ideia de programa habitacional e concebido atendendo às possibilidades formais do concreto armado.
Ele foi um dos principais protagonistas da arquitetura moderna brasileira, descrevia o seu trabalho como um casamento entre as possibilidades de uma nova arquitetura e a manutenção de valores culturais e naturais pré-existentes. Através dos anos, a conciliação entre estes dois aspectos fortaleceu e definiu seu estilo de arquitetura como uma das mais representativas da recente história da arquitetura brasileira.
Reidy teve grande atuação como urbanista, participando de diversos projetos para a cidade do Rio de Janeiro, desde 1929, quando trabalhou com Alfred Agache. A partir de 1932, foi responsável pelos serviços de arquitetura e urbanismo da Prefeitura do Rio de Janeiro, envolvendo-se em uma série de soluções para a área central da cidade, das quais uma das mais conhecidas e famosas é a urbanização do Aterro do Flamengo.
- LOCALIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO
O terreno destinado à implantação do conjunto habitacional possui uma área total de 52.142,00 m² e a taxa de ocupação final do projeto ficou em torno 17,3%. A formação do terreno é irregular e sua topografia bastante acidentada apresentando em certo ponto um desnível de aproximadamente 50 metros que de forma sinuosa, atravessa toda a extensão transversal do terreno. Esta característica de grande altura dificulta o deslocamento físico entre os dois grandes platôs horizontais atenuando a segregação do espaço, além de encarecer qualquer trabalho de movimentação de terra que tente minimizar esta diferença. Sua orientação é em certa maneira desfavorável, por causa da excessiva insolação durante o período da tarde sobre o talude num local de clima quente, porém esta característica negativa foi compensada de certa forma, pela deslumbrante vista panorâmica sobre o fundo da baia de Guanabara. Contrariando uma lógica construtiva, Reidy implanta o famoso edifício ondulado denominado de bloco A ao longo da cota média deste talude, seguindo o desenho natural da curva de nível.
- CARACTERÍSTICAS DO IMÓVEL
O projeto está compreendido por quatro blocos de habitação. O bloco "A", com 260 m de extensão, contem 272 apartamentos de diferentes tipos, está situado na parte mais alta do terreno e seguindo de forma sinuosa a encosta do morro. Possui também duas pontes que dão acesso a um pavimento ocupado em parte pelas instalações do serviço social e da administração do local, assim como também pela escola maternal jardim de infância e um teatro infantil. A cada 50 metros aproximadamente, estão localizadas as escadas coletivas que dão acesso aos diversos pavimentos. Os dois pavimentos inferiores apresentam apartamentos de uma só peça e os superiores possuem duas ordens de apartamentos duplex de um a quatro dormitórios. A solução duplex foi adotada por oferecer maior rendimento, pela possibilidade de atingir sem elevador os quatro pavimentos permitindo dessa forma um número maior de unidades do bloco.
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