Tapete Persa

FACULDADE INTERAMERICANA DE PORTO VELHO

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DISCIPLINA: ESTÉTICA

DOCENTE: Ma. HELENA ZORAIDE PELACANI ALMADA

A ARTE TRANSMITIDA

A tecelagem de tapetes é indubitavelmente uma das manifestações mais características da cultura e arte persas e remonta à antiga Pérsia. É difícil dizer quando surgiu o primeiro tapete oriental, mas é certo que ele servia como proteção contra o frio do chão, dispensando o uso de couro de animais.

Cada tapete conta uma história diferente, mas, talvez, nenhum pode ser tão fascinante quanto a do tapete mais antigo encontrado intacto. Conhecido como tapete Pazyryk, foi descoberto congelado numa tumba debaixo de um estepe siberiano. O tapete foi tecido por volta do século 5 a.C. e descoberto quase 2.500 anos depois quando, em 1949, cientistas russos abriram um dos vários montes de enterro no vale de Pazyryk, nas montanhas Altai, no sul de Novosibirsk. O tapete (Figura 1) inclui padrões de cavalos, grifos e cervos. Seu tamanho é de 180 por 198 cm. Atualmente o tapete de Pazyryk é regularmente reproduzido por modernos tecelões que acham que seu design ainda possui apelo mágico.[pic 1]

Figura 1: Detalhe do tapete de Pazyryk. Fonte: Tea and Carpets (2010)

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Valor cultural

Os segredos da tecelagem têm passado de geração em geração. Os artesãos utilizavam os insetos, as plantas, as raízes, as cascas e outros ingredientes como fonte de inspiração. Tapetes persas são conhecidos como um dos tapetes orientais mais antigos. De acordo com vários coletores, estes tapetes são os mais finos dentre os orientais.

Um dos aspectos mais fascinantes sobre tapetes orientais é descobrir os significados por trás dos desenhos. A história foi gravada nos tapetes que eles teceram: batalhas vencidas e perdidas, líderes importantes, religião, superstições, histórias de amor trágicas.

Sobre os mais de quatro mil tipos de tapetes produzidos na Pérsia, a maioria deles tem desenhos ligados como curvilíneas, retilíneas, flores, animais e passados em cores variadas. Vermelho é uma cor popular dos tapetes persas, usado em todas as tonalidades da cereja até o coral escarlate. Azul também são amplamente usados, especialmente o índigo escuro. Normalmente a cor azul aparece como uma cor de plano de fundo.

Importância artística

A tecelagem de tapetes como uma das manifestações mais características da cultura e arte persas e remonta à antiga Pérsia. Os tapetes se tornaram um meio de expressão artística e a partir do século XVI, a tecelagem de tapetes se desenvolveu até se tornar em arte.  Mas é preciso saber diferenciar um tapete persa assinado, do tapete persa antigo e do tapete persa novo. No oriente, todos são feitos para oração, mas as pessoas no Brasil compram para decorar e investir, já que os legítimos nunca perdem o valor, pelo contrário. Com o passar dos anos vão se tornando peças mais valiosas.

Antes de tudo eles são uma obra de arte e são confeccionados a partir de um plano, que se chama cartão. Um artista desenha nesse cartão um esquema de composição e cores. Mas cada região produz o seu próprio tapete com diferentes cores, fios, tipos de desenho, até as estações do ano são representadas nos tapetes.

A densidade de um tapete artesanal está relacionada à quantidade de nós na malha. Quanto mais apertados e numerosos forem os nós (figura 2 e figura 3), mais denso e resistente ficará o tecido. Além de ser mais resistente, um tapete com muitos nós possui desenhos com mais definição. Em outras palavras, um tapete produzido numa máquina não é um tapete oriental de verdade. Eles são simplesmente para cobrir o chão pois, enquanto custa entre 8 meses e até mesmo anos para fazer o tapete na mão, uma máquina o produz em minutos.

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Figuras 2 e 3: Tecelagem e detalhes dos nós do tapete persa. Fonte: rugs-oriental.net (2008).

A maior parte dos tapetes orientais são, geralmente, feitos por 5 materiais básicos: lã algodão, seda, juta e pelo de animal. Também há uma variação na utilização desses materiais, lã e algodão são os materiais mais usados e podem ser encontrados tapetes a partir destes materiais facilmente nas lojas.

Nos tapetes mais valiosos o veludo é de seda. Em alguns tapetes antigos são utilizados fios de ouro, de prata ou de seda rodeados de um fio de metal precioso. Atualmente, a urdidura e a trama são sempre de algodão (exceto para alguns tapetes nômades totalmente de lã), porque é mais sólido e resistente e permite uma melhor manutenção do tapete.

Estimação econômica

O valor de um tapete oriental está na sua história milenar que acondiciona até hoje as mãos habilidosas dos artistas que os tecem, com técnicas que passam de geração em geração.

A qualidade da atadura que determina a qualidade e o preço de um tapete persa. Um tapete de qualidade média contém 2.500 nós por decímetro quadrado, um tapete de baixa qualidade somente 500 nós por decímetro quadrado. Um tapete de excelente qualidade pode conter até 10.000 nós por decímetro quadrado!

Desde o fio de fibras até as cores, cada parte do tapete persa é, de acordo com a tradição, feita à mão a partir de ingredientes naturais ao longo de muitos meses. Localizado no Irã, o bazar de Teerã é extenso, confuso, lotado, o tempo todo movimentado. Nele é vendido de tudo e não poderia abster-se do tapete persa. As centenas de lojas que vendem o produto são como uma aristocracia do bazar cujo negócio move bilhões de dólares.

Um verdadeiro tapete persa de boa qualidade pode custar milhares, e até dezenas de milhares de euros, segundo seu tamanho e qualidade, mas os tecelões, recebem menos de um dólar por dia para realizar sua tarefa dedicada.

Princípios de estética

Os tapetes orientais podem ser encontrados em diversos tamanhos e modelos. Existem dois tipos de tecer os tapetes, isto é, dois tipos de nós. Tapetes persas são feitos pelo nó persa senneh que se caracteriza por ser um único nó. Esta única trança deste tipo de nó permite que as linhas escorram e aparentam afinar o trabalho simplesmente porque estes eles ocupam menos espaço. Enquanto que o tradicional tapete turco é amarrado com um nó duplo simétrico e reduz também o número de nós por metro quadrado.