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USO DO RACIOCÍNIO ANALÓGICO NA CONCEPÇÃO PROJETUAL EM ENSINO INTRODUTÓRIO DE PROJETO ARQUITETÔNICO

Por:   •  14/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.611 Palavras (11 Páginas)  •  419 Visualizações

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KILSON DOURADO FARIAS

DOMINGOS CHARLES LIMA MORAES

USO DO RACIOCÍNIO ANALÓGICO NA CONCEPÇÃO PROJETUAL EM ENSINO INTRODUTÓRIO DE PROJETO ARQUITETÔNICO

Manaus

Junho de 2016

KILSON DOURADO FARIAS

DOMINGOS CHARLES LIMA MORAES

USO DO RACIOCÍNIO ANALÓGICO NA CONCEPÇÃO PROJETUAL EM ENSINO INTRODUTÓRIO DE PROJETO ARQUITETÔNICO

Trabalho do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Disciplina Desenho II, para obtenção de nota complementar.

Orientador(a): Cidia Aben  

Manaus

Junho de 2016

Na fase inicial de sua formação, o aluno do curso de arquitetura geralmente ainda não entende com plenitude a complexidade do processo projetual, dada sua falta de conhecimentos e habilidades necessários à competência de projetar e de ler projeto, além de sua limitação de repertório, de vocabulário e de linguagem arquitetônica...

Estudando as disciplinas iniciais de projeto, Manenti menciona, no que se refere ao alunato, os “diversos desafios a serem superados, como a ausência de qualquer experiência anterior referente ao ato de projetar...

Schön, ao analisar as atividades de um atelier de projeto de uma escola de arquitetura, afirma que se tem aí um paradoxo inerente ao ensino-aprendizagem de qualquer competência ou ideia nova...

1 – O autor menciona que de fato, o aluno enfrenta muitas dificuldades de aprendizagem no inicio de sua formação.  Ele cita como exemplo de Manenti, que define ao aluno um imenso desafio e superaração adquirir competências de ler e projetar.

Schön ainda declara que o professor de projeto também é sujeito desse paradoxo, pois, ainda que explique o processo projetual, o aluno, naquele momento, não será capaz de entendê-lo...

Assim, o paradoxo de Mênon parece colocar o ensino de projeto arquitetônico – em especial para estudantes em fases incipientes – em uma espécie de impasse que professores, pesquisadores e teóricos da área (ou interessados nela) vêm tentando resolver, através de suas experiências e reflexões...

2 – O autor também cita como exemplo Schön, que demonstra as atividades de um atelier de projetos na faculdade de arquitetura.  E de como será o paradoxo enfrentado pelo aluno e o professor no processo de aprendizagem.

Essa prática do aprender fazendo está presente na tradição dos ateliers de projeto de arquitetura, desde as Escolas de Belas Artes do século 19, e é avalizada por vários autores...

Nessa linha de pensamento, Corona Martinez (14) refere-se ao “ensino ativo” de projeto – “o que aprende o faz a partir do conhecimento que ele mesmo contribui para construir” – e Schön apóia o que chama de “reflexão na ação” – professores e alunos refletem e discutem sobre a atividade (no caso, a projetação) enquanto ela é realizada, de maneira a incrementar a interação entre o saber e o saber fazer...

3 – mostra também na prática que vai aprender fazendo, e que existe uma tradição nos ateliers desde o século 19 nas escolas de Belas Artes avaliadas por vários autores, como por exemplo Carolina Martinez que fala ao aluno, aprende faz parte do conhecimento e que ele mesmo contribui para construir. E Schön que fala da reflexão na ação.

Aprender fazendo delineia-se, então, como um caminho para romper o paradoxo de Mênon. Ao projetar, o aluno vai descobrindo e construindo o conhecimento (saber projeto) e a competência (saber fazer projeto) que busca. Mas, essas capacidades vão se formando gradativamente, na medida em que se avança nesse fazer...

O próprio Schön faz tal declaração, ao rebater a teoria de Polanyi (16) de que já sabemos tacitamente aquilo que buscamos aprender....

 Já Simon (18) declara que, quando resolvemos um problema, sabemos perceber uma mudança de estado, mesmo que não saibamos descrever o processo que a produziu...

4 – O autor mostra que regra mestra aprender fazendo constitui a romper o paradoxo de  Mênon.  E que ao projetar o aluno vai desconstruindo e construindo conhecimento e adquirindo competências.

Tem-se, assim, mais um desafio ao ensino introdutório de projeto de arquitetura: o não entendimento, pelo aluno, do problema a ele apresentado. Além de não saber o que busca aprender, nem o que vai começar a fazer, o estudante muitas vezes não entende o que lhe é colocado, dada sua inexperiência em relação ao ato de projetar...

 Frente a essas questões, o uso do raciocínio analógico pode constituir uma ferramenta capaz de estimular e auxiliar o processo de concepção arquitetural, especificamente na fase inicial da aprendizagem...

5 – Sendo assim o ato de projetar arquitetura constitui um desafio ao ensino.  E o exercício do raciocínio analógico pode contribuir e auxiliar no processo de construção arquitetal, dando ao aluno que não tem experiência no ato de projetar.

para tentar resolver o paradoxo de Mênon, pois parte-se de domínios mais familiares ao estudante (um elemento da natureza, por exemplo), para relacionar aos domínios desconhecidos, no caso, o projeto e a projetação...

Pensar em termos de analogia envolve a transferência de conhecimento prévio de uma situação conhecida (chamada de fonte), para uma situação que deve ser solucionada (chamado de alvo) (Gentner, 1983; Novick, 1988; Vosniadou, 1989)...

Um número significativo de autores refere-se à analogia, ao falar sobre criatividade, resolução de problemas e aprendizagem, seja de maneira geral, ou especificamente no campo da arquitetura e do ensino de projeto.  

6 – Consiste a analogia uma facilitadora no exercício de criatividade ao ato de projetar.  Consiste também em uma arma que poderá ser utilizada por alunos iniciantes, com intuito estratégico para tentar resolver o paradoxo e que também envolve uma transferência de conhecimento.

Broadbent, Crowe e Laseau, e Antoniades (34) ressaltam o uso das analogias, junto às referências visuais e metáforas, pelos arquitetos. Profissionais como Antoni Gaudí, Santiago Calatrava e Oscar Niemeyer apresentam uma reconhecida produção que comprova tais usos. Outros arquitetos renomados, como Le Corbusier, Frank Lloyd Wright e Alvar Aalto, apresentam discursos que remetem a analogias e metáforas visuais em seus processos de concepção...

7 – Muitos autores referem-se a analogia como um exercício da criatividade e resoluções de problemas, aprendizagem no ensino da arquitetura e projeto.  Alguns autores relatam o uso da analogia como referencias usuais e metafóricas utilizadas pelos professores e profissionais de arquitetura.

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