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Escolas do Pensamento Contábeis - Contismo

Por:   •  28/7/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.129 Palavras (9 Páginas)  •  3.114 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Antônio Carlos Passos Damasceno

Camila Koques

Geraldo Majella Nunes de Moura

Marcus Garvey Sampaio Lima

ESCOLAS DO PENSAMENTO CONTÁBIL

Contismo: a conta em foco

- SALVADOR -

         2015

INTRODUÇÃO

        A Contabilidade, hoje consolidada como uma ciência social aplicada dotada de valor inestimável para uma sociedade, onde tudo está interligado, que precisa de informações tempestiva diante das mudanças instantâneas. Estamos vivendo uma era onde as transformações econômicas e os negócios são globalizados e a economia e leis mudam a cada instante. Diante desse cenário a Contabilidade tem o papel de fornecer informações fidedignas para as tomadas de decisões.

        Diversos estudos e correntes de pensamento surgiram a cada momento histórico de grandes transformações sociais, políticas e econômicas o que fez a contabilidade evoluir de uma técnica de mensuração do patrimônio para um sistema integrado de informações econômicas e financeiras dirigidas para diversos usuários. A Contabilidade se tornou uma ciência e passou a pensar e seu pensamento mudou junto com a sociedade. Como se deu aquela que foi uma das principais mudanças: do mecanismo de escrituração ao estudo das Contas? Quando começou o estudo das Contas? Este trabalho acadêmico irá tentar responder estas e outras perguntas e apresentar a primeira grande escola do pensamento contábil.

MOMENTO HISTÓRICO

        

        A escola Contista surgiu no fim do século XV com Pacioli e encerrou-se com Villa em 1820. Surgiu portanto durante a idade moderna, após período de fome, guerras, pestes, revoltas e crise econômica europeia. A História Moderna é fruto de inovações que começaram a se desenvolver ainda durante a Idade Média. A fase final deste período viu crescer o comércio através das feiras, das Cruzadas e dos Burgos. O renascimento do comércio fez nascer uma nova classe social: os burgueses. Estes seriam os homens que conduziriam as alterações sociais no novo período através do desenvolvimento do nascente Capitalismo.

        A idade média foi marcada pelas grandes navegações, renascimento econômico e urbano, renascimento cultural, queda do feudalismo com o surgimento do mercantilismo, reforma protestante, contrarreforma católica, acessão e queda do absolutismo, início da revolução industrial e Revolução Francesca.

A Ciência das Contas ganhou ainda mais destaque por conta do risco de perdas financeiras e novas formas de negócios. Com a recuperação econômica passou-se a ter ainda mais importância a mensuração e o controle do patrimônio, especialmente com a necessidade de mensurar os ganhou e perdas com as grandes navegações. Durante o estado absoluto destaque-se o controle do patrimônio para fins fiscais.

A acessão do capitalismo, especialmente na revolução industrial, elevou a importância da contabilidade, ao início daquele período a contabilidade já tinha produzido vários estudos e estava pronta para o próximo passo. Mas antes deve-se adentar mais um pouco no pensamento contista.

CONTISMO: A CONTA COMO OBJETIVO DA CONTABILIDADE

O Contismo foi a primeira escola do pensamento contábil, surgiu por volta do século XV após a obra do Frei Lucca Pacioli. Essa escola se desenvolveu         na era conhecida como Literária marcada pela imensa produção de livros voltados a contabilidade. Foi graças a esta produção em massa, para o padrão da época, que a contabilidade sofreu um impulso significativo.  O contismo foi a primeira escola a reunir vários autores sobre uma linha de pensamento e fortaleceu a contabilidade como uma atividade com vida própria, embora interdependente de seu meio socioeconômico.

        Antes do Contismo a contabilidade era focado simplesmente na escrituração, cálculo comercial e os primeiros impressos a época eram focados em ensinar as técnicas de escriturar as movimentações patrimoniais. O contismo trouxe a Conta como centro da contabilidade e a escrituração deve ser subordinada ao seu funcionamento. Segundo Schmidt (2008) os contistas tinham o pensamento que a contabilidade deveria se preocupar com o processo de escrituração e com as técnicas de registro através do sistema de contas. Segundo os pensadores desta escola é registar o haver e o dever, ou seja, registar uma dívida a receber ou a pagar. Apesar disso, alguns autores não consideram o pensamento contista como sendo cientifico.

O denominado contismo, entendo, particularmente, pertence as concepções de um período pré-científico, a uma visão ainda modesta, que não condições de ser classificada como uma corrente deveras cientifica, Trouxe sua contribuição, tem o seu inequívoco valor, mas, faltou-lhe romper o casulo da forma. (SÁ 1997).

        O contismo, como já exposto, se beneficiou do momento histórico marcado pelo aumento do número transações e a transição entre feudalismo e capitalismo. Ainda segundo Schmidt (2008), um dos mais hábeis instrumentos para registar as relações comerciais foram as contas contábeis.

                Apesar do grande crescimento e desenvolvimento da contabilidade durante este período alguns historiadores, teóricos e pensadores da área nomeiam está época como o período da estagnação contábil. Porém, foi nesse período que o método das partidas dobradas se difundiu pelo muno. O que podemos notar ao analisar a história é que o “mundo contábil precisou de um tempo para se adaptar” Schmidt (2008).

        Schmidt (apud Winjum 1970) apresenta os fatores que corroboram com a visão que esse período foi o da consolidação contábil a exemplo do surgimento do balancete de verificação, a criação do capital social que era entendido como o valor inicial mais os resultados obtidos, a avaliação de ativos passou a considerar o preço pago na aquisição e todos os demais custos.

        Lopes de Sá (1997) não considerava o Contismo como pertencente ao período cientifico da contabilidade e terce crítica ao mesmo, apesar de reconhecer sua importância no desenvolvimento da contabilidade. O entendimento de que pudesse existir uma ciência das contas motivou reações dos italianos que não se conformavam com a limitação de nosso conhecimento as formalidades apenas do registro (Sá 1997).

OS PENSADORES DO CONTISMO

        Os principais personagens do contismo foram: Fibonacci, Pegolotti, Pietra, Flori, Degranges, sendo que os mais destacados foram Cotrugli e Frei Luca Pacioli, estes os principais contribuintes do pensamento Contista em sua primeira fase. A vocação para a ciência ocorre quando se busca a verdade a respeito de acontecimntos que desejamos explicar. Distinguir a informação daquilo que ela pode explicar foi tarefa que os estudiosos da Contabilidade começaram a ralizar com maior seriedade a partir do século em que a curiosidade cientifica parecia acelerar-se.

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