FRAUDE CONTÁBIL NA EMPRESA WORLDCOM
Por: maelfischer . • 16/10/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 2.240 Palavras (9 Páginas) • 1.090 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
A FRAUDE CONTÁBIL NA EMPRESA WORLDCOM
Lajeado, abril de 2016
A FRAUDE CONTÁBIL NA EMPRESA WORLDCOM
Trabalho apresentado na disciplina de Auditoria Contábil do Curso de Ciências Contábeis, do Centro Universitário UNIVATES, como parte da exigência para primeira nota.
Lajeado, abril de 2016
INTRODUÇÃO
As fraudes contábeis são muito frequentes quando se objetiva forjar resultados positivos, para agradar quem investe na empresa, ou para aparentar ser uma empresa lucrativa com a intenção de vendê-la.
No Brasil podemos citar inúmeras irregularidades contábeis e fiscais em diferentes segmentos de empresas, todas elas na busca de obter vantagem perante alguém, ou burlar alguma legislação, sempre visando obtenção de lucros cada vez maiores. Muitas vezes as empresas não conseguem crescer da forma como gostariam e acabam adulterando resultados e balanços para parecer que estão no caminho certo. Seja para obter mais clientes ou investidores.
Porém essas atividades fraudulentas nem sempre atingem o objetivo, muitas vezes tomam o efeito contrário, ao invés de passar uma boa imagem da empresa, são descobertos, por exemplo, sonegando imposto, e seus investidores ficam receosos. Assim como o profissional que realiza esse tipo de atividade quebra o juramento feito, que é o de trabalhar sempre na legalidade. E um profissional que age de forma fraudulenta acaba prejudicando toda a categoria, como no caso dos contadores que aceitam fraudar os balanços por exemplo.
O objetivo do trabalho é mostrar quais as consequências de se fraudar documentos, balaços contábeis, o que leva as empresas e profissionais a fazerem esse tipo de trabalho. Visando analisar a importância das auditorias contábeis nas empresas, órgãos públicos, por exemplo. Uma vez que se consegue descobrir fraudes e desvios de conduta dos profissionais.
DESENVOLVIMENTO
Caracterização da empresa
A empresa WolrdCom foi fundada em 1979, no ramo das telecomunicações, a longo dos anos ela realizou mais de 75 aquisições (BONOTTO, 2010).
A WorldCom fazia parte do ramo de indústrias de telecomunicações no começo dos anos 90. As pequenas margens que a indústria estava acostumada não eram o bastante para Bernie Ebbers, o então diretor executivo da empresa. De 1995 a 2000, a WorldCom comprou mais seis empresas de telecomunicações (BROWNING, 2002). A WorldCom mudou para a indústria da internet e informações, abraçando 50% de todo o tráfego de internet dos Estados Unidos e 50% de todos os e-mails da rede mundial. Em 2001, a WorldCom era dona de um terço de todos os cabos de dados nos Estados Unidos (BONOTTO, 2010).
Na luta pelas empresas de telecomunicações para ganhar posição no mercado, havia quatro empresas no mercado disputando posição. Sprint com sede em Nova York, MFS DataNet em Washington e San Jose, San Francisco possuía a Pacific Bell e Ameritech com sede em Chicago. Em 1996, MFS DataNet foi comprada pela WorldCom (UUNet). Durante 1997, 80% do mercado era controlado por cinco empresas: Sprint, BBN (de GTE), ANS (subsidiária da AOL), MCI e WorldCom (UUNET) (BONOTTO, 2010).
Sua última tentativa de alcançar uma maior posição no mercado e ganhar vantagem sobre a concorrência foi com a compra da Sprint, que foi negada pelo governo norte-americana (BONOTTO, 2010).
A WorldCom foi considerada a segunda maior empresa de telefonia de longa distância dos EUA foi criado na década de 90 por Bernard Ebbers. A empresa tinha escritórios em Carolina do Norte e Amsterdã, ao todo possuía mais de 300 escritórios em 65 países na Europa, América e Ásia e redes atingiu cerca de 100 mil quilômetros em todo o mundo. A sua rede de empregados contava com mais de 77.000 colaboradores distribuídos em 65 países (BROWNING, 2002).
Como começou a fraude?
Em 1999, as receitas cresciam lentamente e os preços das ações começaram a cair. Isto também significou que os lucros da WorldCom não atendiam as expectativas dos analistas de Wall Street. Em um esforço para aumentar os rendimentos, a WorldCom reduziu o montante de dinheiro que possuía em reserva, para cobrir as dívidas e obrigações que a empresa tinha adquirido, em US$ 2,8 bilhões e colocou este dinheiro em uma linha de rendimento em sua declaração financeira (BORGERTH, 2007).
Isto não foi o bastante para aumentar os lucros ao ponto que Ebbers queria. Em 2000, a WorldCom começou classificar as despesas operacionais como capitais de investimento de longo período. Esconder estas despesas foi a maneira como ela conseguiu mais US$ 3,8 bilhões. Estas posses novamente classificadas eram custos que a WorldCom pagou para alugar linhas de redes telefônicas de outras empresas para acessar suas redes. Eles também adicionaram uma entrada diária de US$ 500 milhões em despesas com computador, porém os documentos que mostravam isso nunca foram encontrados. A manipulação das suas demonstrações contábeis foi feita com a anuência do seu auditor (BORGERTH, 2007).
Estas mudanças transformaram as perdas da WorldCom em lucros de US$ 1,3 bilhões em 2001. Isto fez a WorldCom parecer mais valiosa. A contabilidade era fraudada, registrava-se alguns custos de investimento de capital das empresas, atrasando o tempo, o impacto sobre a tabela de resultados, que apesar de não afetar o fluxo da empresa, era feito para mostrar os lucros em vez de perdas. Escondendo um buraco financeiro de milhões de dólares (SILVA, 2007).
As falsificações de contabilidade, foram ordenados por Ebbers a partir de 2000, coincidindo com a crise no setor do telefone ligado ao rebentamento da bolha especulativa da Internet WorldCom incorrido em custos operacionais (principalmente custos associados o uso de rede de serviços de terceiros) indevidamente contabilizados como despesas de capital, que é completamente fraudulenta, o pagamento de um serviço de aluguel de locais de linhas claramente é uma despesa (SILVA 2007).
Estas despesas devem ser imediatamente reconhecidos no período em que ocorrem, ao contrário de gastos de capital que podem legitimamente ser contabilizadas e depreciados ao longo de sua vida útil. A má interpretação dessas despesas pela WorldCom causou uma inflação artificial do seu lucro líquido e lucro bruto (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) (BONOTTO, 2010).
Conforme Solomon (2002) a empresa possui mais de 341 milhões de dólares em empréstimos dados pelo conselho da administração aos gestores. A uma taxa de juros de 2% ao ano o que representava um rendimento inferior ao retorno médio das aplicações financeiras.
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