O LARGO DA BATATA

Mesmo antes da implantação do Parque Minhocão, que nesse primeiro momento será implantado em 900m do elevado, entre a Praça Roosevelt e o Largo do Arouche, já há uma grande divisão de opiniões. Muitos comerciantes não conseguem se manter no ponto e acabam fechando as portas, causando um grande receio entre os moradores e comerciantes da região sobre o seu futuro.

O Elevado foi construído em 1970 e causou uma grande discussão por conta de sua extensão em concreto que invadiria a privacidade de alguns moradores. Além do incessante barulho de automóveis e sirenes que ali transitam cruzando o município e da crescente poluição que é uma das grandes reclamações dos moradores, que assim que abrem as janelas de suas residências, dão de cara com o asfalto.

Alguns moradores acham que mesmo com a possível especulação imobiliária que ocorreria devido a implantação do parque, valeria a pena pagar um valor maior de aluguel pelo espaço publico na porta de casa. “O coordenador da Rede Nossa São Paulo, José Américo, afirma que, embora o projeto tem a proposta de melhorar a qualidade do espaço público, pode também provocar o processo de gentrificação, quando mudanças imobiliárias e culturais alteram o perfil de bairros ou cidades. “Esse é um aspecto que preocupa muito”, diz.” FABÍOLA PEREZ, R7.

A implantação do Parque Minhocão pode causar um boom imobiliário e acabar prejudicando os moradores periféricos que tem acesso ao centro por conta do Elevado João Goulart, pois é graças a ele que a base da pirâmide pode morar no centro e próximo ao trabalho. Com a supervalorização do metro quadrado na área, essas pessoas terão que voltar para as periferias da cidade. Até as pensões, que tem já são caras, aumentariam o preço ou deixariam de existir ali. Com isso, somente uma parcela da população, teriam acesso ao parque e ao comercio que ali se estabeleceria. Um exemplo do que poderia ser feito para o controle do imposto de moradia e aluguel na área, seria a implantação de uma taxa limite que seria repassada para os moradores. Poderia ser cobrado 10% se a valorização for de 60%, criando assim, um sistema mais justo.

Um dos problemas que a gentrificação na área do Elevado causaria é a expulsão das pessoas em situação de rua que se aglomeram perto da Praça Marechal Deodoro, espalhando-as pela área no entorno. Por outro lado, a Prefeitura de São Paulo, envia diariamente em várias áreas da cidade a SMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) para efetuar o acolhimento e encaminhamento nos equipamentos da rede socioassistencial com um trabalho socioeducativo.

https://noticias.r7.com/sao-paulo/parque-em-minhocao-deve-expulsar-moradores-de-baixa-renda-25022019

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