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A ética no uso dos agrotóxicos

Por:   •  25/3/2019  •  Artigo  •  3.243 Palavras (13 Páginas)  •  129 Visualizações

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  1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Título

A ética no uso dos agrotóxicos

Autora

Denice Beal

Disciplina

Química

Escola de Implementação do Projeto e Localização

Colégio Estadual Arnaldo Busato

Localização

Rua Pioneiro Antônio Fabiane, s/nº

Município da Escola

Verê – PR

Núcleo Regional de Educação

Francisco Beltrão – PR

Professora Orientadora

Ana Paula Vieira

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus de Toledo

Relação Interdisciplinar

Não possui

Resumo

Agrotóxicos são denominados os produtos e agentes de processos químicos, biológicos e físicos destinados ao uso nos setores de armazenamento, produção e beneficiamento de produtos agrícolas, proteção de florestas nativas ou implantadas, pastagens, outros ecossistemas, assim como ambientes industriais, urbanos e hídricos. Deste modo, a presente unidade didática constitui-se em uma abordagem sobre a ética quanto ao uso de agrotóxicos em alimentos e suas consequências à vida. O estudo será implementado com os alunos do 3º Ano do Ensino Médio, no Colégio Estadual Arnaldo Busato município de Verê, Paraná, através de aulas expositivas,

atividades práticas e palestras.

Palavras-chave

Agrotóxico; ética; alimento.

Formato do material

Unidade didática

Público-Alvo

Alunos do 3º Ano do Ensino Médio


  1. APRESENTAÇÃO

Esta unidade didática possui uma temática que consiste em discutir sobre a ética no uso de agrotóxicos, com as consequências causadas pela falta de ética no uso dos agrotóxicos na produção dos alimentos.

O termo agrotóxico é utilizado para denominar veneno agrícola, sendo que coloca-se em evidência a toxidade desses produtos para o meio ambiente e para a saúde humana.

Anualmente, há mais de 70.000 intoxicações agudas e crônicas, entre os países em desenvolvimento, causados por agrotóxicos, conforme apresenta a Organização Mundial da Saúde (BRASIL,1996).

O Brasil, desde 2008, ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos. Nos últimos dez anos, o mercado mundial do setor de agrotóxicos cresceu 93% e, no Brasil, foi de 190% (ANVISA, 2011).

Sabe-se, ainda que, nos países em desenvolvimento, nos quais o difícil acesso às informações e à educação por parte dos usuários desses produtos, bem como o escasso controle sobre sua produção, distribuição e utilização, são algumas das principais determinantes na constituição dessa situação. Assim, trata-se de um dos maiores desafios da saúde pública, conforme salienta Peres et al (2001):

Os países em desenvolvimento são responsáveis por 20% do mercado mundial de agrotóxicos, entre os quais o Brasil se destaca como o maior mercado individual, representando 35% do montante, o equivalente a um mercado de 1,1 bilhões de dólares (ou 150.000t/ano) (PERES ET AL, 2001, p. 156-162).

Grande parte dos agrotóxicos utilizados hoje em dia tem grande poder bioacumulativo. Os efeitos nocivos à saúde humana foram detectados em amostras de sangue, leite materno, resíduos em alimentos, entre outros. Considera-se, ainda, de acordo com pesquisas, que o uso indiscriminado de agrotóxicos pode estar diretamente relacionado à anomalias congênitas, câncer, doenças mentais, problemas de fertilidade, sem contar o desequilíbrio ambiental e a saúde do trabalhados rural (SIQUEIRA E KRUSE, 2008, p. 1).

Além dos efeitos diretos causados devido à expansão das áreas agrícolas sem planejamento territorial adequado, aumentaram os impacto ambientais causados pelo uso dos agrotóxicos sobre o ambiente, agregando ainda mais a


poluição do ar, do solo, dos alimentos, das águas e a intoxicação direta de homens e animais (ISMAEL ET AL, 2015, p. 1).

Dentre as centenas de agrotóxicos e medicamentos, os organoclorados são os mais persistentes no ambiente. Eles têm sido encontrados com maior frequência no organismo humano e animal (TOKESHI, s/d, p. 1). Esse tipo de agrotóxico é muito empregado na agricultura, embora tenham sido progressivamente restringidos, pois apresentam um longo aspecto residual com grande poder bioacumulativo. A utilização deles na agricultura ocasiona o contato direto ou indireto do homem com esses materiais (SIQUEIRA E KRUSE, 2008, p. 1).

Esses produtos, criados pelo homem para aumentar seus lucros, produtividade e reduzir o trabalho, dificilmente se decompõe na natureza, porque poucos microrganismos têm enzimas para esse função, acumulando-se na gordura dos seres vivos.

Contudo, o problema não está estritamente no uso dos pesticidas ou herbicidas, mas sim, na falta de informação e a falta de ética de quem produz e comercializa. Pois, com preços mais atrativos, seus efeitos são mascarados e a venda é exorbitante.

Assim, a contaminação alimentar e ambiental causada por esses produtos, os quais colocam em risco grandes grupos populacionais, com “acidentes” com agrotóxicos, como é o caso de Lucas do Rio Verde (MT) em 2006 e em Anniston, Alabama, EUA, 1971. A população, em muitos casos, é contaminada por falta de recursos e, principalmente, de orientação (UDAP, 2014, p. 1).

Diante disso, sabendo-se que o município de Verê, Sudoeste do Estado do Paraná, possui sua economia baseada quase que totalmente na agricultura e pecuária, e sendo os alunos do Colégio Estadual Arnaldo Busato, público-alvo da intervenção pedagógica, filhos de proprietários rurais, questiona-se como promover a compreensão dos alunos a respeito da ética no uso de agrotóxicos.

Deste modo, a presente unidade didática constitui-se em uma abordagem sobre a ética quanto ao uso de agrotóxicos em alimentos e suas consequências.

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