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A Evolução Histórica dos Direitos das Mulheres e o Feminismo

Por:   •  6/11/2017  •  Artigo  •  2.733 Palavras (11 Páginas)  •  346 Visualizações

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS DAS MULHERES E O FEMINISMO

Maria Gabriela Cardoso Ferreti de OLIVEIRA

RESUMO: O propósito deste trabalho é chamar atenção para as duras conquistas realizadas pelas mulheres ao longo de um processo histórico e como essa obra vem sendo colocada em prática na sociedade. É certa que está explícito desde a antiguidade a visão de que as mulheres eram submissas aos homens e não detinham dos mesmos direitos, como por exemplo, o direito ao voto, obtido somente em 1932 pelas mulheres brasileiras. Analisaremos como a sociedade as enxergava e as transformações necessárias para que fossem vistas com outros olhos. A importância de movimentos grevistas para o alcance de seus direitos e a busca pela igualdade de gêneros.

Palavras-chave: Mulher. Conquistas. História. Progresso. Igualdade. Gêneros.

        

1- INTRODUÇÃO

Para se entender o porquê da descriminalização do gênero feminino perante o masculino e o lugar da mulher na sociedade, é preciso regressar aos tempos primordiais e conhecer a história da mulher.

Primeiramente este será o tema significativo para a compreensão de todo o artigo, em um segundo momento estará colocado em pauta às transformações sociais, históricas e culturais ao longo do tempo, influenciando nas relações da mulher para com a comunidade inserida. Encontrar-se-á exposto as principais conquistas e a luta das mulheres para a tão “sonhadora” igualdade de gêneros.

O que seria essa igualdade de gêneros? Como já elencado, não é de hoje que as mulheres são tratadas pelos homens como inferiores aos mesmos, as quais não podiam exercer os mesmos direitos, ocupar devidas posições de trabalho, sendo excluídas de determinados assuntos, enfim, fato caracterizado pela desigualdade de gêneros. A igualdade de gêneros é um dos importantes lemas defendidos pelo movimento Feminista, o qual defende a inserção da mulher em todas as áreas no mercado de trabalho, e a igualdade de tratamento comparado ao homem, à paridade de salários, á não subordinação ao homem, entre tantos outros direitos que já foram conquistados e ainda precisam ser fortemente discutidos.

2- HISTÓRIA

Observemos as diferenças sociais entre homens e mulheres em Atenas, as mulheres eram criadas e educadas para servirem o mundo doméstico, casavam muito cedo entre 15 e 18 anos por escolha dos pais, continuava a ser submissa mesmo depois de casada, pois o marido substituía o pai como tutor, podendo ser devolvidas aos pais pelos maridos em casos de esterilidade ou adultério, não participavam da política; já os meninos aos sete anos eram encaminhados á um mestre particular onde discutiam questões politicas, filosóficas, leitura, cálculos, escrita, exercícios físicos para fins militares ou competições dos jogos no Olimpo, eram formados para liderança da Polis. Em Esparta a finalidade das mulheres era a de gerar indivíduos homens aptos para compor o exército.

Atentos aos acontecimentos ocorridos nos séculos IV e V a.C, tal como Esparta e Atenas vinham perdendo gradativamente o poder que exerciam sobre seus aliados para a Macedônia de Alexandre o Grande, filósofos como Platão e Aristóteles escrevem sobre a realidade deve  receber a mesma educação ministrada ao homem, qual seja o ensino da música, política, econômica e social nas ditas cidades-estados.

Platão reporta à necessidade da inclusão da mulher no funcionamento da polis. Para o filósofo, a mulher ginástica e também da guerra (A República). Nota-se uma preocupação de Platão em relação à dizimação dos homens nas guerras e a solução encontrada pelo filósofo foi fazer com que homens e mulheres zelassem pelo funcionamento da cidade estado.

Aristóteles equipara a relação de homem e mulher à de rei e súditos, governante e cidadão livre, sendo evidente a percepção de que há certa dominação intelectual e caráter do homem em face à mulher. Defendia que caberia em cada gênero funções específicas, logo não era encargo da mulher a realização de trabalhos que era posição do homem.

Com a ascensão da Igreja Católica na Idade Média, a mulher era visualizada como um perigo carnal e espiritual a ser evitado. Era função da Igreja “castrar” a sexualidade feminina, usando como argumento a ideia do homem superior a qual cabia o exercício de autoridade. Os pensamentos de Santo Agostinho influenciaram quase que totalmente a moral cristã quanto à atitude a ter-se com as mulheres e com o sexo. Segundo ele, para um homem, a presença de outro homem seria mais importante do que a presença de uma mulher (De Virgini-tate, 14). Agostinho escreveu que todos os problemas da humanidade se iniciaram com Eva, a primeira mulher. Então ele mesmo se pergunta: Por que o demônio fala com Eva e não com Adão? E responde: Porque sabia que era difícil enganar o homem, mas era mais fácil enganar a mulher (De Civitate Dei, XIV, 11).

Devido a misturas culturais de ritos pagãos de origem romana e germânica e acepções do cristianismo sobre os demônios ou entidades inferiores, a figura da mulher estava diretamente relacionada no que se refere ás praticas mágicas, feitiçarias, bruxarias. Porém essas interpretações partiam mais da população que procurava “bodes expiatórios” para explicar algum desastre natural como secas, enchentes, pragas, entre outros motivos. Essas mulheres consideradas como bruxas, eram perseguidas assim como os hereges, pela Inquisição, dirigida pela Igreja Católica Romana, composta por tribunais que julgavam todos aqueles tidos como ameaças à doutrina desta instituição eram condenadas à prisão temporária ou perpétua ou até mesmo a morte na fogueira. O exemplo, um episódio marcante na história fora o da francesa Jeanne d’Arc, mais conhecida como Joana d’Arc, atuante na Guerra de Cem Anos entre França e Inglaterra, onde ela dizia que havia sido orientada por vozes para envolver-se na guerra. Após sua participação foi capturada por ingleses e queimada na fogueira por ser acusada de bruxaria.

Ao analisar o contexto histórico da Idade Média, observa-se que tais “bruxas” eram mulheres parteiras, com conhecimentos de plantas medicinais para curar enfermidades das comunidades em que viviam, eram muitas vezes a única possibilidade de atendimento médico para mulheres e pessoas pobres.

Segundo afirmam EHRENREICH;ENGLISH (1984, S, 13), as bruxas não surgiram espontaneamente, mas foi fruto de uma campanha de terror realizada pela classe dominante. Estima-se que nesse período, aproximadamente, nove milhões de pessoas foram acusadas, julgadas e mortas, dentre as quais, mais de 80% eram mulheres, incluindo crianças e moças (MENSCHIK,1977).

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