A GESTAO DEMOCRATICA
Por: Carmen Jaques • 21/10/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 832 Palavras (4 Páginas) • 278 Visualizações
A gestão democrática, assim como todo o universo que envolve a administração da coisa pública, no caso, a escola envolve necessariamente uma disputa pelo/ por poder, afinal, gerir uma escola é uma ação politica e, por isso, uma ação de poder.
A escola é um espaço aonde o poder disciplinar produz o saber, a disciplina é alcançada pelo controle a que são submetida os alunos, desde os rituais da entrada, na sala de aula, onde devem ocupar lugares predeterminados, nas listas de chamada, em que são confundidos com números até todo o processo de documentação do aluno. Tudo isso leva ao disciplinamento dos corpos dos alunos, visando a fatura de cidadãos comportados.
A educação politica dos atores da comunidade escolar, que seria paltado por uma mentalidade aberta e democrática, republicana mesmo, não é possível de ser levada a efeito se o ambiente escolar, e social, não está articulado com essa perspectiva, a relação intrínseca entre politica e poder, ressaltando que esse poder significa a capacidade que tem um grupo social de impor aos demais e suas ideias e projetos. Esse conceito clássico de poder nos orienta para adquirirmos parâmetro de conduta de poder na escola.
O professor é submetido a uma hierarquia administrativa e pedagógica que o controla ele mesmo, quando demonstra qualidades excepcionais, e absorvido pela burocracia educacional para realizar a politica do estado, portanto, da classe dominante em matéria de educação. Fortalecem-se os célebres órgãos das secretárias de educação em detrimento do maior enfraquecimento da unidade escolar básica. Na unidade escolar básica e julga o aluno mediante a nota, participa dos conselhos de classe onde o destino do aluno é julgado, define o programa do curso nos limites prescritos, prepara o sistema de prova ou exame. Para cumprir uma função, inspecionado, e pago por esse papel de instrumentos de reprodução e exclusão.
A avaliação escolar, é um processo de seleção realizada pela escola, por meio da ação do professor. A avaliação ao invés de ser um meio, passa a ser um fim em si mesmo.
A participação da comunidade da escola em geral, no contexto social histórico brasileiro, caracterizado por ser uma sociedade baseada no autoritarismo das elites e na quase ausências nas decisões públicas. De fato, esse movimento de negação da participação popular foi planejado ao longo da história brasileira seja pela restrição eleitoral as classes baixas ou aos analfabetos, seja reprimindo movimentos sócias, seja negando o direito ao voto no caso da ditadura militar ou, no âmbito escolar, delegando a nomeação dos dirigentes escolares aos governos do momento, silenciando os pais, alegando a ignorância destes em termos de educação, negando aos estudantes o direito de se organizar em grêmios, esvaziando as instâncias participativas a meras instâncias burocráticas, como o caso das APMs ( Associações de Pais e Mestres), lembrando as constantemente como arrecadadoras de verbas. Dessa forma, não podemos tratar da participação da comunidade escolar como um fenômeno alheio a história brasileira, pois é nesse terreno que se encontra de fato, tanto os espaços da participação, como, sobretudo as resistências ainda existentes na escola à participação, resistências inclusive advindas dos professores e gestores escolares.
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