A Historia das Mulheres no Calçado
Por: Kennedy Felipe • 3/11/2019 • Trabalho acadêmico • 732 Palavras (3 Páginas) • 162 Visualizações
Kennedy Azevedo
Primeiro esboço da Introdução
Além do interesse no assunto pelo autor, que atua na indústria calçadista e ser filho de sapateiros, se deparou com um cenário retrogrado durante sua atuação na indústria calçadista. A presente pesquisa se faz relevante no meio acadêmico pois se reveste de importância pelas contribuições que trará para a construção de uma história regional historio grafada, assim contribuindo para demais estudantes que desejam trabalhar com a história da Industria calçadista na região do Vale do Paranhana.
Assim, este trabalho pretende analisar, entender e verificar os fatores que levaram a organização atual do sistema produtivo nas industriais calçadistas de Três Coroas-RS.
Partindo desse objetivo, surgiu a necessidade dos demais, específicos como, por meio da análise de analise os documentos e fontes disponíveis referentes a segunda metade do século XX, a comparação de salários entre indivíduos masculinos e femininos exercendo a mesma função dentro da mesma empresa para entender ou comprovar se ocorriam descriminações salariais por gênero dentro da indústria calçadista.
O primeiro capitulo do presente trabalho, apresenta parte a bibliografia relacionada a documentos que foi analisada e que se fez relevante para o projeto, bibliografia composta por documentos, imagens, e obras que trataram de temas relacionados, bem como autores/autoras que trabalharam a temática da inserção feminina no mercado de trabalho brasileiro. Autores/autoras que levantam discussões sobre a divisão das funções sociais, exemplos das reflexões que surgem nos textos de Michelle Perrot (1988, 1991) e Mary Del Priore (2001) que buscam resgatar a mulher como sujeito da história, discutindo a sua trajetória e buscando um reconhecimento que na maioria das vezes não era outro senão o de mãe ou dona de casa.
Apesar do grande número de campanhas que procuram inserir cada vez mais a mulher no mercado de trabalho, ocupando cargos que antes eram exclusivos de homens, geralmente cargos de lideranças, ainda existem cenários que o mesmo não acontece. Neste caso, a indústria calçadista de Três Coroas que ainda apresenta características como divisão por gênero em determinadas funções dentro das fabricas de sapatos.
Na cidade, as operárias são duplamente negadas como mulheres, por serem a antítese da feminilidade; como trabalhadoras, dado que seu salário, estatutariamente inferior ao do homem, é considerado como um “suplemento” ao orçamento da família, que define a sua função e o seu destino, (...) não há para ela outro reconhecimento senão o de mãe ou dona de casa. (Michelle Perrot).
Diante tal problema é preciso compreender o panorama Industrial e social da segunda metade do último século XX. Com o desenvolvimento calçadista, após uma consolidação do crescimento industrial e econômico no vale do Paranhana, impulsionado por políticas desenvolvimentistas após a criação das Leis Trabalhistas, a mulher passa a compor o cenário do trabalho industrial e nesse recorte temporal se faz mais presente do que nunca antes.
Assim delinearam-se os seguintes objetivos da pesquisa, o objetivo geral é verificar de que forma se organizavam as funções por gênero, dentro das indústrias calçadistas como Werner Calçados e calçados Qsonho, cito essas duas pois são umas das poucas que sobreviveram desde sua fundação, e ambos empresas possuem cerca de 50 anos de idade, coerentes com a delimitação temática do presente trabalho
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