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A Mulher e o Trabalho

Por:   •  10/5/2017  •  Artigo  •  3.440 Palavras (14 Páginas)  •  319 Visualizações

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A MULHER E O TRABALHO

Douglas da Silva Corguinha

 

RESUMO

Nos dias atuais a presença de mulheres é cada vez mais comum em todos os cargos existentes no mercado de trabalho. Para que isso se tornasse realidade, muitas mudanças precisaram ocorrer, tanto no âmbito familiar, social, profissional e jurídico. A pesquisa aqui desenvolvida almeja ilustrar o desenvolvimento histórico da participação da mulher no aspecto laboral da sociedade, e da respectiva evolução normativa, e por fim explicitar o presente panorama trabalhista feminino. As transformações promovidas pelas mulheres na sociedade são notáveis, e demonstram que mesmo sendo por vezes subjugadas, não desistem da luta por seus direitos e ideais.

Palavras-Chave: Mulher. Trabalho. Direitos. Discriminação.

ABSTRACT

Nowadays, the presence of women is increasingly common in all positions in the labor market. For this to become reality, many changes had to occur, both within the family, social, professional and legal spheres. The research developed here seeks to illustrate the historical development of women's participation in the labor aspect of society, and the respective normative evolution, and finally to explain the present female labor panorama. The transformations promoted by women in society are remarkable, and demonstrate that even though they are sometimes subjugated, they do not give up the fight for their rights and ideals.

Key-Words: Woman. Work. Rights. Discrimination.

         

INTRODUÇÃO

O papel feminino na sociedade sofreu drásticas mudanças nas últimas décadas. Se antes suas responsabilidades e atribuições se resumiam ao cuidado com o lar, marido e filhos, atualmente dividem ainda sua rotina doméstica com a carreira profissional. O que podemos vislumbrar do atual papel da mulher é fruto de uma longa batalha travada por elas mesmas, que conseguiram transpor os estereótipos construídos ao longo dos séculos e conquistaram o seu espaço nas mais diversas funções. Corrobora com essa afirmativa a existência de cada vez mais mulheres ocupando cargos de destaque em grandes corporações e ainda recentemente a eleição da primeira mulher para o maior cargo executivo do Brasil. Todavia, apesar de toda essa ascensão, é deveras notória a desigualdade ainda existente entre homens e mulheres no contexto profissional, como a desigualdade salarial.

O estudo sobre a mulher no mercado de trabalho e, principalmente, da dupla jornada que isso implica passou a ser mais difundido recentemente. Como BRUSCHINI

(1994), ressalta,  

Se o trabalho for definido como toda atividade necessária para o bemestar dos indivíduos, das famílias e de toda a sociedade, o trabalho feminino estará em toda parte: no preparo da comida, na limpeza da casa e das roupas, na organização e gerência do lar, na formação de futuras gerações e em inúmeros outros afazeres. Temos então que a mulher exerce duas espécies de trabalho, um remunerado

(profissional) e outro não remunerado (em seu lar).

 

O ingresso de cada vez mais mulheres no mercado se dá pelos mais diversos motivos, como a necessidade econômica familiar, onde elas se veem obrigadas a buscar uma complementação da renda. A realização pessoal é também um meio e finalidade pela qual as mulheres se inserem cada vez mais nesse meio. Outro fator que impulsiona tal comportamento é a mudança de conceito acerca da necessidade econômica e do incentivo ao consumo promovido pelo marketing de novos produtos e serviços, o que atinge desde as camadas sociais de renda mais baixa, ainda que para esses a subsistência continue sendo o principal objetivo, às camadas de renda mais altas, gerando assim um anseio pela diversificação e ampliação da capacidade de consumo.

A presente obra abordará os principais aspectos que envolvem a participação das mulheres no mercado de trabalho, e sua evolução histórica.

         

DESCRIÇÃO DO MATERIAL MULTIMÍDIA USADO COMO FONTE DE PESQUISA

Para a realização desse estudo foram utilizados dois arquivos de vídeo, o primeiro deles, o filme Daens – Um grito de Justiça, de 1992, e também o programa Conexão Futura, da TV Cultura, de 14 de janeiro de 2015 cujo assunto principal é “Mulher no mercado de trabalho”.

A primeira obra retrata a típica condição do trabalho fabril no contexto da Revolução Industrial. Situado em uma pequena cidade belga, a narrativa demonstra a busca incessante dos detentores dos meios de produção por lucros cada vez mais altos, em detrimento dos direitos e da qualidade de vida dos trabalhadores, que em busca de subsistência, eram submetidos aos mais absurdos modos de exploração das suas forças laborais. Salários ínfimos, jornadas de trabalho longas e exaustivas, total exposição à riscos no ambiente de labor eram apenas algumas das atrocidades impostas aos empregados, que muitas das vezes eram mulheres e até mesmo crianças. Durante o desenrolar da história um personagem adquire um papel de destaque, o padre Daens, que através de suas críticas às condições oferecidas aos trabalhadores, conseguiu despertar em meio à força trabalhista um movimento que lutaria em prol de mudanças nas relações sociais de produção.

Por sua vez, o programa televisivo, aborda o contexto do trabalho feminino nos dias atuais, onde foram apresentados diversos dados acerca da disparidade que ainda hoje existe entre homens e mulheres no mercado de trabalho. A primeira informação que o vídeo relata é a de uma recente pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que constatou que a desigualdade entre o gênero masculino e o feminino no mercado formal de trabalho cresceu. Ainda que a lei garanta diversos direitos trabalhistas às mulheres, alguns deles se demostram quase que inexistentes na prática, como o que equipara homens e mulheres em direitos, e assegura uma igual remuneração para ambos. O que vemos realmente na prática é que entre indivíduos com o mesmo grau de instrução, as mulheres recebem relativamente menos do que os homens. Tal diferença torna-se ainda maior à medida que a faixa etária ou o grau de especialização ascendam. Outro aspecto abordado no programa é o da responsabilidade familiar que ainda repousa sobre os ombros femininos, o que por diversas vezes as impossibilitam de exercer um emprego formal, sendo obrigadas à caminharem pela informalidade, onde mesmo à disponibilidade de creches onde seus filhos possam permanecer, os horários são por vezes incompatíveis com a jornada de trabalho.

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