A Resenha Crítica
Por: xaves005 • 3/7/2021 • Trabalho acadêmico • 379 Palavras (2 Páginas) • 120 Visualizações
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CURSO: DIREITO[pic 2]
DISCIPLINA: DIREITO PENAL III
DATA: 26/04/2021
PROF: ADELMANO BENIGNO
TURMA: 3001
ALUNO: CARLOS HENRIQUE RIBEIRO CHAVES MATRÍCULA: 201908223499
RESENHA JURÍDICA
A lei em comento enseja ainda uma importante reflexão criminológica. O sistema penal e as mulheres tiveram uma paradoxal relação durante os séculos. Ele foi caracterizado por negar-lhes proteção, ignorando violações gravíssimas aos seus corpos e vidas e, o que é ainda pior, durante largo período, sendo o responsável pelo fomento de tais violações. Desde o início deste século, contudo, grupos vulneráveis que por muito tempo foram perseguidos pelo Direito Penal têm buscado sua proteção, o que enseja relevante debate.
A intervenção do Estado por meio do Direito Penal para a proteção das mulheres assume por vezes contornos paternalistas, alimentando a percepção da mulher como vítima e ser vulnerável. As características intrínsecas de tal ramo levam a uma dupla vitimização da mulher, que sofre, além do crime, os preconceitos e estereótipos que as instituições públicas reproduzem, como nos casos de estupro em que desde o momento da notícia-crime até a decisão, a vítima é constantemente questionada e seu comportamento e relato muitas vezes desqualificados.
A mulher foi historicamente caracterizada pelo Direito Penal como sujeito passivo dos crimes sexuais, considerada como um ser frágil, doméstico, dependente e com pouca capacidade de oferecer perigo à sociedade. O seu papel sempre foi o de vítima, enquanto a autoria dos crimes caberia ao homem, dominador e perigoso
Dessa forma, a as contrariedades sobre a possibilidade de aplicação da Lei do Feminicídio às mulheres transexuais podem ser solucionadas por meio de uma correção interpretativa, de modo que o aplicador do direito passe a ter uma visão aceitando a qualidade de mulher, no que se refere as mulheres transexuais, e ainda, reconhecendo os riscos aos quais essas passaram a ser expostas perante a atual sociedade machista e violenta.
Portanto, somente dessa forma, pode-se garantir a dupla função do Direito Penal de proteção e garantia, uma vez que as mulheres transexuais se encontram em situação de vulnerabilidade, sujeitas à violência de gênero, e tendo em vista que o Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de transexuais, se mostra mais do que necessária a aplicação da tutela prevista na lei penal.
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