ADIANA, INC., E O DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO DE ESTERELIZAÇÃO FEMININA
Por: manuprocha • 7/10/2019 • Resenha • 532 Palavras (3 Páginas) • 299 Visualizações
CASO/ARTIGO: ADIANA, INC., E O DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO DE ESTERELIZAÇÃO FEMININA
Referências: EATON, Margaret. Adiana, inc., and the Devolopment of a Female Sterilizatin Device. Leland Stanford Junior University. (biblioteca Estácio)
O caso trazido para estudo trata de uma nova ferramenta e procedimento para a esterilização feminina na década dos anos 90, em que as opções eram demasiadas, mas havia apenas um método que esterilizava as pacientes permanentemente, a ligadura de trompas cirúrgica. Com isso, a empresa Adiana trouxe uma forma inaugural e pouco invasiva com seu dispositivo de cateter que dispensava cirurgia. Dessa forma, era esperado maior lucratividade e diminuição de custos com o procedimento.
O novo dispositivo de cateter feito pela Adiana se diferenciava por trazer múltiplas vantagens aos métodos convencionais, tal qual, a duração em torno de cinco minutos do procedimento e não era necessário anestesia geral. O dispositivo consistia em um cateter de aproximadamente trinta centímetros e bastante fino, era colocado na vagina entrando pela cérvice até o útero por um histeroscópio, posteriormente, o médico o guiava até uma das trompas de falópio, no qual seria dada uma descarga elétrica causando uma queimadura, resultando numa inflamação aguda e logo se tirava o cateter deixando um plugue inerte biologicamente na trompa, em que o tecido se regeneraria e cresceria, bloqueando com efeito o caminho dos óvulos do ovário para o útero, sendo necessário um cateter para cada trompa de falópio.
Assim, o passo seguinte seriam os testes em humanos para a obtenção de licenças para comercializar o produto, a empresa Adiana deveria demonstrar que o produto era efetivo e seguro para esterilização com índices nos resultados. Algumas questões éticas e legais apareceram durante o processo, tais como, a responsabilidade corporativa que a empresa teria com as mulheres que engravidassem após a realização do procedimento, os custos médicos para as que engravidassem e a influência que este tratamento traria para religiões e grupos.
Dessa forma, a empresa ainda tinha ponderações a refletir, pois objetivava garantir segurança jurídica e diminuição de custos e responsabilidades, a empresa Adiana programou que as mulheres que decidissem passar pelo teste, deveriam firmar um acordo que garantiria o aborto e um procedimento cirúrgico de ligadura de trompa tradicional por determinado período de tempo, caso ocorresse a falha da esterilização. Não ficando ainda obrigada a custeio de pré-natal e pós-natal caso a mulher escolhesse seguir com a gestação.
Nesse diapasão, apesar do consentimento para realização dos testes conforme previa o acordo, o mesmo viola direitos inerentes a pessoa humana, tais quais, a vida e a saúde. O estudo demonstra que a esterilização feminina é tida como um direito, dessa forma, existe um liame subjetivo de ponderação de valores entre o que é mais importante. Assim, um eventual processo de indenização pela falha do dispositivo, causando, por exemplo, o nascimento de uma criança deficiente poderia facilmente levar a empresa a falência.
Diante o exposto, percebe que o desenvolvimento inovador do cateter para esterilização feminina feito pela Adiana, sendo um método contraceptivo mais simples e menos custoso, não o isentaria da responsabilidade
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