O DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO DE ESTERILIZAÇÃO FEMININA
Por: Sofia Rocha • 14/2/2020 • Trabalho acadêmico • 1.008 Palavras (5 Páginas) • 524 Visualizações
ADIANA, INC., E O DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO
DE ESTERILIZAÇÃO FEMININA
Referências: EATON, Margaret. Adiana Inc., e o Desenvolvimento de um Dispositivo de Esterilização Feminina. Leland Stanford Junior Niversity. Março/2014.
A) INTRODUÇÃO
Na década de 90, próximo do anos 2000, uma empresa chamada Adiana, Inc. chamou a atenção do mercado de esterilização feminina quando os seus fundadores, Peter Breining, Doug Harrington e Thierry Vancaille, desenvolveram um catéter feminino de esterilização, vindo esse a apresentar diversas vantagens se comparado ao método tradicionalmente utilizado na época, qual seja, o do ligamento de trompas de modo mecânico.
Para o lançamento da nova tecnologia do mercado os inventores enfretaram alguns empasses de ordem econômica, regulamentar e ética, tais quais: (i) ofertar um produto de custo inferior ao já existente no setor, mas que apresentasse um retorno positivo para os investidores que, além de arcar com o desenvolvimento, deveriam se resguardar em caso de judicialização de demandas pelos pacientes; (ii) conseguir aprovação a Administração para Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA), isto considerando que o material ainda estava pendente de teste em seres humanos, tendo sido realizados experimentos apenas em animais; e (iii), no caso de problemas surgirem após o procedimento em tela, se a empresa se responsabilizaria pelos eventuais danos e qual seria a política de ação dessa adiante da necessidade de informação das futuras pacientes.
B) DESENVOLVIMENTO
O procedimento desenvolvido pela Adina, como dito, oferecia diversas vantagens em face do método comumente adotado na época, o da esterilização feminina pelo ligamento de trompas. O novo modo adotado, no lugar de bloquear mecanicamente as trompas de falópios para prevenir que um esperma encontrasse um óvulo e o fertilizasse, realizava uma descarga elétrica causando algo próximo de uma queimadura solar no interior da trompa. O choque dado, por sua vez, ocasionaria um reação inflamatória aguda, de modo a permitir que, com a retirada dos cateteres do local, fosse deixado um plugue biologicamente inerte na trompa, bloqueando, assim, o acesso dos óvulos para o ovário.
Além da simplicidade do procedimento, estimava-se que ele seria bem mais célere que o já adotado, vindo a Adiana acreditar que com em apenas cinco minutos seria esse concluído, enquanto a esterilização mecânica necessitava de aproximadamente meio dia para ser realizada.
Economicamente, o avanço do novo procedimento também era notório, uma vez que esse custaria em média $1.500,00 (mil e quinhentos dólares), ao passo que a ligadura das trompas era avaliada em até $3.500,00 (três mil e quinhentos dólares).
Era notório, portanto, a inovação conquistada. Entretanto, antes de o método ser lançado no mercado algumas questões precisavam ser resolvidas.
O principal impasse enfrentado pela Adina era a postura que ela adotaria caso o procedimento fosse falho e resultasse em uma gravidez indesejada da paciente, isto é: se a empresa (i) informaria a usuária dos riscos antes da realização do procedimento, (ii) caso o procedimento não fosse bem sucedido, se a Adina se responsabilizaria pelos gastos de uma eventual ligação de trompas, de um aborto ou ainda pela manutenção de um pré-natal materno, incluindo o parto do bebê - isso considerando a possibilidade de a criança nascer com deformidades em decorrência do método cirúrgico adotado.
Acerca desses temas, a inventora decidiu que o ideal seria arcar com a interrupção da gravidez, se a mulher assim quisesse, ou com os custos de uma cirurgia de ligação de trompas, pois até mesmo com a ligação das trompas existia um risco de falha do procedimento de 2% (dois por cento), e muitas das empresas dessa área arcavam com
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