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ANÁLISE DO CASO DO MENINO BERNARDO BOLDRIN

Por:   •  11/4/2018  •  Seminário  •  6.161 Palavras (25 Páginas)  •  1.744 Visualizações

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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – CCJ

ANÁLISE DO CASO DO MENINO

BERNARDO BOLDRINI

Eliezer Moreira Batista – Matricula: 1424018

Roberta Eusébio dos Santos – Matricula: 1425016

Sannyzia Castro de Almeida – Matricula: 1421956

Fortaleza – 2015

Eliezer Moreira Batista – Matricula:1424018

Roberta Eusébio dos Santos – Matricula: 1425016

Sannyzia Castro de Almeida – Matricula: 1421956

ANÁLISE DO CASO DO MENINO

BERNARDO BOLDRINI

Trabalho apresentado para obtenção de nota parcial na disciplina de Introdução a Psicologia Jurídica do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade de Fortaleza, orientado pelo professor Marcelo Sidrião.

Fortaleza – 2015

Sumário

Introdução        4

1.        Estudo de caso menino Bernardo Boldrini        5

1.1        A vida de Bernardo Boldrini antes do crime        5

1.2        O Crime        6

2.        ASPECTOS PSICOLÓGICOS DO CASO BERNARDO BOLDRINI        9

2.1        Analise Psicológica de Leandro Boldrini (pai) e Graciele Ugulini (madrasta) de Bernardo        9

2.2 Análise psicológica de Edelvânia Wirganovicz (amiga do casal)        12

3.        ASPECTOS JURÍDICOS DO CASO BERNARDO BOLDRINI        13

3.1        Legislação e rede de proteção estatal oferecida        13

3.2        Quebra na rede de proteção no caso concreto        14

Conclusão        18

Referências        19

Introdução

O presente trabalho tem por objetivo analisar os aspectos jurídicos e psicológicos do caso Bernardo Boldrini. A análise dos aspectos do assassinato de Bernardo Boldrini demanda uma observação paulatina dos fatos e acontecimentos, observando desde a relação familiar mantido entre os pais do garoto até os motivos que levaram ao cometimento do crime.

Observamos que diante da relação conturbada, permeada pela ausência de afeto do pai de sua madrasta, Bernardo buscou uma substituição dos vínculos familiares ausentes, bem como ajuda lei e institucional. No entanto, diante da boa reputação moral e do alto poder aquisitivo da família, houve uma descrença em que uma família com tantos aspectos positivos houvesse sérios problemas de relacionamentos e disputas de afeto que ocasionariam a trágica morte do garoto.

Por trás de uma família aparentemente normal, que gozava de uma boa reputação social, havia um casal frio. O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, via no seu filho um resquício, uma lembrança do seu relacionamento anterior que acabou de forma trágica com o suposto suicídio da esposa dentro de seu consultório. Já a madrasta via no garoto uma ameaça direta a felicidade do casal e a filha que teve com Leandro.

A relação familiar, portanto, era permeada de conflitos. Bernardo buscava conscientemente atenção, que um filho na idade dela poderia ter. Já os pais o rejeitavam e Leandro de mostrava passivo diante do conflito travado entre a madrasta e o garoto, mesmo após sua morte. A atitude dos pais demonstra a manifestação de um transtorno mental, a sociopatia. Justificando a passividade, frieza e o desprezo com que tratavam a criança, que não gozava de cuidado pessoal e tinha uma grande carência afetiva.

Diante de tal situação a cadeia de proteção estatal falhou no caso de Bernardo. Tendo em vista que o garoto, apesar da pouco idade, procurou sozinho a ajuda dos órgãos administrativos responsáveis por sua proteção, bem como do judiciário.

  1. Estudo de caso menino Bernardo Boldrini

Este caso aconteceu na cidade de Três Passos, na região noroeste do estado de Rio Grande do Sul. Uma criança dada como desaparecida, após 10 dias é encontrado morto em um matagal, e os suspeitos do crime são os parentes do menino. Analisaremos a vida do garoto antes do crime e como o crime aconteceu, bem como seus aspectos jurídicos e psicológicos.

  1. A vida de Bernardo Boldrini antes do crime

Bernardo morava com o pai Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini Boldrini, e sua irmã mais nova, de um ano e um mês, filha de sua madrasta com seu pai. O garoto era órfão de mãe, que cometeu suicídio com um tiro na cabeça dentro do consultório médico de Leandro Boldrini, seu ex-marido, em fevereiro de 2010. Apesar da avó de Bernardo, Jussara, ter dúvidas sobre a morte de sua filha, a delegada do caso Bernardo, já descartou que Leandro Boldrini esteja relacionado com a morte da ex-mulher.

Quando o garoto passou a morar com o pai e a madrasta começou a queixar-se de abandono familiar. Chegando a pedir ao Ministério Público (MPE), em janeiro de 2014, para morar com outra família, pois não recebia afeto familiar em casa. A ex-babá do menino, Elaine Raber, chegou a entrar em contato com a avó do menino, Jussara Uglione, que mora em Santa Maria, afirmando que ele sofria maus tratos da madrasta, havendo até um episódio onde Graciele Ugulini Boldrini tentou asfixiar Bernardo com um travesseiro, história relatada pelo menino, que procurou a babá para contar o acontecido. A avó de Bernardo, ao tomar conhecimento da história, acionou o Conselho Tutelar e o Ministério Público Estadual, porém ao ser chamada para dar o depoimento, Elaine Raber, desmentiu a história, declarando a polícia no dia 17 de abril de 2014, após a morte do menino, que negou por medo represálias.

Ao ser questionado sobre a negligência afetiva do pai e da madrasta, Bernardo Boldrini declarou à promotora Dinamárcia que sofria de abandono familiar, mas negou ter sido fisicamente agredido alguma vez. Em janeiro de 2014, Bernardo havia pedido para morar com outra pessoa, “Pedi então que ele indicasse duas pessoas com quem ele queria morar. O Bernardo apresentou duas famílias, mas elas não compareceram. Alegaram que não queriam se incomodar e se envolver” [1], relatou à promotora Dinamárcia.

 A avó de Bernardo, Jussara Uglione, que morava em Santa Maria, região Central do Rio Grande do Sul, se ofereceu para obter a guarda da criança, porém a promotora do caso chamou Leandro Boldrini para depor a respeito da situação com o filho, e de imediato demonstrou interesse em se reconciliar com o filho. O Juiz deu preferência à família biológica e como o pai não tinha antecedentes criminais, e desde novembro de 2013 , quando tiveram conhecimento do caso, não havia nenhum momento de agressões físicas, o juiz concedeu que o menino Bernardo tivesse uma nova experiência com o pai. Leandro Boldrini era um médico de referência, um renomado clínico geral da região, era considerado pelos seus pacientes como um homem calmo e gentil, e estava com a agenda sempre lotada.

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