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APRENDER, ENSINAR E RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS NO BRASIL

Por:   •  20/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.896 Palavras (8 Páginas)  •  1.759 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO SUPERIOR DE DIREITO

APRENDER, ENSINAR E RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS NO BRASIL

Fernando Vécio Botelho

Volta Redonda, RJ.

2016

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO SUPERIOR DE DIREITO

APRENDER, ENSINAR E RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS NO BRASIL

Trabalho elaborado pelo aluno Fernando Vécio Botelho do segundo período do Curso Superior de Direito, sob a orientação da Professora Regina Coeli, para a disciplina APTA II, como parte dos critérios de avaliação do primeiro bimestre.

Volta Redonda, RJ.

2016

APRENDER, ENSINAR E RELAÇÕES ÉTNICO RACIAIS NO BRASIL

Este artigo trata de processos de ensinar e de aprender em meio a relações étnico-raciais, no Brasil. Aponta desafios para a educação das relações étnico-raciais e formação para cidadania, bem como busca situar razões históricas e ideológicas de dificuldades para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.

Com a exigência de um conhecimento sobre as etnia Afro-descendente durante os tempos, o governo fez-se necessário o ensinamento sobre historia e cultura Afro-Brasileira e Africana. Desta forma criou uma política de convívio, trocas e confrontos em que têm se educado os brasileiros de diferentes origens étnico-raciais, particularmente descendentes de africanos e de europeus, com nítidas desvantagens para os primeiros. Com isso estabelecem a educação das relações étnico-raciais, como um núcleo dos projetos político-pedagógicos das instituições de ensino de diferentes graus e como um dos focos dos procedimentos e instrumentos utilizados para sua avaliação e supervisão.

No texto o autor diz que o processo de educar as relações entre pessoas de diferentes grupos étnico-raciais tem início com mudanças no modo de se dirigirem umas às outras, a fim de que desde logo se rompam com sentimentos de inferioridade e superioridade, se desconsiderem julgamentos fundamentados em preconceitos, deixem de se aceitar posições hierárquicas forjadas em desigualdades raciais e sociais.

Com a educação sobre as relações étnico-raciais tem como objetivo fazer a formação de igualdade entre cidadãos, homens e mulheres para que tenham o exercício de direito social, político, econômico, e os direitos básicos como ser, viver, ter pensamento próprio e diferente dos pertencimentos étnico raciais e sociais. Isto é, em que se formem homens e mulheres comprometidos com e na discussão de questões de interesse geral, sendo capazes de reconhecer e valorizar visões de mundo, experiências históricas, contribuições dos diferentes povos que têm formado a nação, bem como de negociar prioridades, coordenando diferentes interesses, propósitos, desejos, além de propor políticas que contemplem efetivamente a todos.

A Autora também aponta que para que haja uma educação das relações étnico-raciais é preciso que se compreenda todo o processo de formação histórica ao longo de 507 anos da nação.

Nós, brasileiros somos de diferentes grupos étnico-raciais indígenas, africanos, europeus, asiáticos, aprendemos a nos situar na sociedade, bem como o ensinamos a outros e outras menos experientes, por meio de práticas sociais em que relações étnico-raciais, sociais, pedagógicas nos acolhem, rejeitam ou querem modificar. Deste modo, construímos nossas identidades nacionais, étnico-racial, pessoal, apreendemos e transmitimos visão de mundo que se expressa nos valores, posturas, atitudes que assumimos, nos princípios que defendemos e ações que empreendemos.

No Texto a autora explica essa miscigenação na colonização Brasil dizendo que a migração europeia teve entre seus objetivos “o clareamento da população (que também significa ocidentalização), supondo-se que, num processo histórico de mestiçagem fossem prevalecer as características da ‘raça branca’. Fortalecida por políticas desta natureza, se estabelece, no Brasil, a branquitude como norma inquestionável, da mesma maneira que em outras sociedades que tentam se universalizar como brancas e, portanto, herdeiras do mundo ocidental europeu. Ela também completamenta dizendo que a branquitude é o reconhecimento de que raça, como um jogo de valores, experiências vividas e identificações afetivas, define a sociedade. Já raça é uma condição de indivíduo e é a identidade que faz aparecer, mais do que qualquer outra, a desigualdade humana. Os que se deixam assimilar por essas ideias, costumam expressar o sentimento de que seus méritos e qualidades são proeminentes, se julgam mais persistentes e esforçados do que a maioria dos integrantes do grupo social ou étnico-racial a que pertencem. Assim, não é raro que oriundos de grupos marginalizados pela sociedade, entre eles negros, qualifiquem pessoas de seus grupos de origem como preguiçosos, incompetentes, sem ambição. Revelam, eles, desconhecer, ou conveniência em ignorar, as estruturas e relações que mantêm as desigualdades sociais e étnico-raciais.

Como podemos ver não impossível, a tarefa de tratar de processos de ensinar e de aprender em sociedades multiétnicas e pluriculturais, como a brasileira. Abordá-los pedagogicamente ou como objeto de estudos, com competência e sensatez, requer de nós, professores e pesquisadores: não fazer vista grossa para as tensas relações étnico-raciais que “naturalmente” integram o dia-a-dia de homens e mulheres brasileiros; admitir, tomar conhecimento de que a sociedade brasileira projeta-se como branca; ficar atento para não reduzir a diversidade étnico-racial da população a questões de ordem econômico-social e cultural; desconstruir a equivocada crença de que vivemos numa democracia racial.

A sociedade brasileira sempre foi multicultural, desde os 1500, data que se convencionou indicar como de início da organização social e política em que vivemos. Esteve sempre formada por grupos étnico-raciais distintos, com cultura, língua e organização social peculiares, como é o caso dos povos indígenas que por aqui viviam quando da chegada dos portugueses e de outros povos vindos da Europa. Também os escravizados, trazidos compulsoriamente para cá, provinham de diferentes nações e culturas africanas conhecidas por pensamentos, tecnologias, conhecimentos, inclusive acadêmicos, valiosos para toda a humanidade. Fala-se e pensa-se como se a realidade fosse meramente uma construção intelectual; como se as desigualdades e discriminações, malgrado as denúncias e reivindicações de ações e movimentos sociais não passassem de mera insatisfação de descontentes.

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