AS PERSPECTIVAS SOCIOLÓGICAS CLÁSSICAS
Por: RosaneMacedo • 8/11/2017 • Relatório de pesquisa • 2.670 Palavras (11 Páginas) • 2.163 Visualizações
AS PERSPECTIVAS SOCIOLÓGICAS CLÁSSICAS
A concepção do objeto da Sociologia decorre da resposta que se dê à questão sobre o que torna possível a organização social das relações entre os homens, o que corresponde ao problema da delimitação do campo de investigação e explicação da Sociologia. Para responder a esta questão a tradição da teoria sociológica leva em consideração os trabalhos de três estudiosos: Émile Durkheim (1858-1917), Max Weber (1864-1920) e Karl Marx (1818-1883). Isto não quer dizer que existam três sociologias, porém que esta ciência compreende diferentes interpretações teóricas em relação ao fenômeno estudado.
[pic 1]
Émile Durkheim
Principais Obras
1893 – De la division du travail social
1895 – Les régles de la méthode sociologique
1897 – Le Suicide
1912 – Les formes élementaires de la vie religiuse
A Sociologia como ciência
O que une as ciências humanas é exatamente seu objeto de estudo comum que é o ser humano em suas diversas dimensões
Comte = deve ser analisada à luz das leis e métodos naturais. Assim como existe uma física da natureza deve haver uma física social que explique o comportamento dos indivíduos na sociedade = Sociologia
Durkheim = a sociedade deve ser estudada a partir dos fatos sociais como eles se apresentam na prática o que também possibilita a utilização dos métodos das ciência naturais para a análise dos fenômenos sociais.
O que marca a contribuição de Durkheim à sociologia é o reconhecimento de que os sistemas de símbolos culturais – ou seja, valores, crenças, dogmas religiosos, ideologias, etc. – são uma base importante para a integração da sociedade. À medida que as sociedades se tornam complexas e heterogêneas, a natureza de símbolos culturais (consciência coletiva) muda.
De acordo com a sua concepção: “A sociedade não é uma simples soma de indivíduos, e sim sistema formado pela associação, que representa uma realidade especifica com seus caracteres próprios. Sem dúvida, nada se pode produzir de coletivo se consciências particulares não existirem; mas esta condição necessária não é suficiente. É preciso ainda que as consciências estejam associadas, combinadas; e é desta combinação que resulta a vida social e, por conseguinte, é esta combinação que a explica. Agregando-se, penetrando-se, fundindo-se, as almas individuais dão nascimento a um ser, psíquico se quisermos, mas que constitui individualidade psíquica de novo gênero.”
Esta “individualidade psíquica”, resultante da combinação das consciências individuais, corresponde, no pensamento de Durkheim, à “consciência coletiva”, diferente das consciências individuais. A organização social, pois, para ele, somente é possível graças a esta consciência.
Na tentativa de delimitar o campo de estudo especifico da Sociologia Durkheim determina que: a sociedade deve ser estudada a partir dos fatos sociais como eles se apresentam na prática o que também possibilita a utilização dos métodos das ciências naturais para a análise dos fenômenos sociais. Assim, a Sociologia obviamente, não se
ocupa de todos os fenômenos verificáveis na sociedade, mas, apenas, daqueles que apresentam as características que determinam o seu caráter especifico, neste caso:
[pic 2] É fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, susceptível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais.
[pic 3] O fato social é tudo o que se produz na e pela sociedade, ou ainda, aquilo que interessa e afeta o grupo de alguma forma.
Dando relevo à objetividade dos fatos sociais, ele estabelece como um dos princípios metodológicos básicos da investigação sociológica considerá-los com coisas: “os fatos sociais são coisas”, isto é, uma realidade objetiva e passível de ser observada.
Noções fundamentais para compreender o pensamento de Durkheim
- Os fatos sociais devem se tratados como coisas:
- A análise dos fatos sociais exige reflexão prévia e fuga de idéias pré-concebidas;
- O conjunto de crenças e sentimentos coletivos são a base da coesão da sociedade;
- Destaca o estudo da moral dos indivíduos – O grupo (e a consciência do grupo) exerce pressão (coerção) sobre o indivíduo
- A própria sociedade cria mecanismos de repressão interna, que fazem com que os indivíduos aceitem de uma forma ou de outra as regras estabelecidas (a explicação dos fatos sociais deve ser buscada na sociedade e não nos indivíduos – os estados psíquicos, na verdade são conseqüências e não causas dos fenômenos sociais).
- Exterioridade – Generalidade – Coercitividade
Karl Marx
Principais Obras
1844 - Sobre a crítica da Filosofia do direito de Hegel
1844 - Manuscritos Econômico-Filosóficos
1847 - O Manifesto Comunista (obra comum de Marx e Engels)
1867 - Primeiro volume de sua obra mais importante: O Capital
1885 e 1894 - Os volumes II e III de O Capital foram editados por Engels
Para ele, a organização de uma sociedade num momento histórico específico é determinada pelas relações de produção, ou a natureza da produção e a organização do trabalho. Assim, a organização da economia é o material-base, ou em seus termos, a infra-estrutura, que descreve e dirige a superestrutura, que consiste de cultura, política e outros aspectos da sociedade. O funcionamento da sociedade humana deve ser entendido por sua base econômica.
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