TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

AÇÃO CONSIGNATÓRIA C/C REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS

Por:   •  13/10/2015  •  Exam  •  7.381 Palavras (30 Páginas)  •  240 Visualizações

Página 1 de 30

EXCELENTÍSSIMO        SENHOR        DOUTOR        JUIZ        DE        DIREITO        DA                VARA        CÍVEL        DA COMARCA DE PALMAS-TO.

CLAUDIO FERREIRA TELES, brasileiro, casado, agricultor, portador da Carteira de Identidade n.º 025.261 SSP-TO, e inscrito no CPF/MF sob o n.º 877.480.451-00, residente e domiciliado na Quadra 706 Sul, Av. LO 19, Lote 27, Cep: 77000-000, Palmas - TO, através de seu procurador que ao final autografa, o advogado MYCHAELL BORGES FERREIRA, brasileiro, casado, inscrito na OAB/TO sob o nº 4.831-B (doc. 01), com endereço profissional disposto no rodapé (art. 39, CPC), local indicado para receber intimações de estilo, vem à digna presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO CONSIGNATÓRIA C/C REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS

COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA


––


COMINADA DE MULTA

em desfavor de BV FINANCEIRA S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 01.149.953/0001-89, com sede na Av. das Nações Unidas, n.º 14.171, Torre A, 8ª Andar, Conjunto 82, Vila Gertrudes, Cep. 04.794-000, São Paulo –SP, devendo ser citada via - AR, na pessoa de seu representante legal, pelas razões de fato e de direito a seguir articuladas.


[pic 5]

DOS FATOS

Nobre Magistrado, o Autor em 28/03/2011, firmou Contrato de Crédito Direto ao Consumidor – CDC – com garantia fiduciária junto ao Requerido, para a aquisição de um veículo marca TOYOTA, modelo HILUX 2CD DLX, ano/modelo 1997/1997, placa CKV-5544, chassi 8AJ33LN86V9750391.

O referido contrato recebeu o n.° 176010730, o qual foi realizado para pagamento em 48 (quarenta e oito) parcelas mensais, fixas  e consecutivas no valor de R$ 825,23 (oitocentos e vinte e cinco reais e vinte três centavos), vencendo-se a primeira em 28/04/2011 e a última em 28/03/2015.

O Autor sempre buscou clareza na negociação para a aquisição do bem (instrumento de seu trabalho), para que as contra-prestações não se fizessem onerosas, para ter tranquilidade ao exercer seu ofício e cumprir com suas obrigações.

O Autor pactuou perante a instituição financeira uma taxa de juros remuneratórios condizente com a média praticada no mercado, e com a realidade econômica do País à época da contratação, qual seja 3,18% ao mês. O que o Autor não sabia, e tão pouco foi pactuado, que é realizada ocultamente a capitalização mensal dos juros, tornando o contrato excessivamente oneroso, contrato que aliás, é adesivo (ou aceita a totalidade das cláusulas ou não contrata). Acrescidos da dificuldade econômica do país, e em especial, o do Autor, que devido a inúmeros fatos supervenientes e imprevisíveis, após a celebração do Contrato, teve o seu modus vivendi” completamente alterado, tornando assim, as prestações excessivamente onerosas (art. 6º do CDC), motivo pelo qual não mais tem condições de cumprir o contrato na forma pactuada, tendo realizado o pagamento até a parcela vencida em 28/06/2011, conforme extrato do contrato extraído do sítio na Internet do banco Requerido (doc. 02), resultando na presente demanda.

Importante aludir, que ao final do contrato na forma pactuada, o Autor terá adimplido o valor de R$ 39.611,04 (trinta e nove mil seiscentos e onze reais e quatro centavos), ao passo que, o banco disponibilizou apenas R$ 20.193,63 (vinte mil cento e noventa e três  reais e sessenta e três centavos) a fim de adquirir o objeto supra descrito.

O Contrato de Financiamento, acima descrito e caracterizado, além de realizar a capitalização mensal dos juros, prevê ainda, no caso de mora, a incidência de comissão de permanência às taxas do mercado, o que o torna ainda mais desproporcional às normas contidas no CDC.


A indignação do Autor, reside na capitalização mensal, bem como, na cobrança da comissão de permanência em caso de mora, o que é repudiado pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, que não admite com veemência a prática do anatocismo e da usura.

Consoante os demonstrativos acostados, cumpre observar que  as parcelas a serem pagas pelo Autor, atingiram valores exorbitantes, mormente em virtude da capitalização mensal dos juros remuneratórios, multas e encargos contratuais excessivos impostos pelo Requerido. (doc. 03).

Com efeito, da matemática mirabolante do Banco/Requerido,  por mais que o Autor efetuasse pagamentos, não conseguiria pagar seu débito, haja vista que o pagamento de encargos abusivos e extorsivos, os quais elevam a dívida a níveis insuportáveis, dívida espúria, é impagável.

No que tange aos procedimentos adotados pelo  Banco/Requerido, não resta a menor dúvida, portanto, que o Autor foi forçado a se tornar inadimplente, face ao excessivo ônus que lhe está sendo imposto pelo atraso no pagamento das parcelas.

In casu, o contrato em questão enquadra-se dentre aqueles denominados de adesão, definido pelo Art. 54 do CDC, por conseguinte, já estipuladas pelo banco as condições gerais, método de contratação em massa, revelando a vulnerabilidade do contratante ora Autor, que teve boa-fé e as aceitou em bloco, desconhecendo o seu conteúdo pragmático.

CLÁUSULAS A SEREM REVISADAS

Primeiramente, não se pode deixar que em nome do princípio  da obrigatoriedade contratual, uma das partes extraia para si vantagens indevidas em detrimento do outro.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (48.4 Kb)  
Continuar por mais 29 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com